quinta-feira, 17 de julho de 2014

TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE: SINÔNIMOS?

De início, permitindo-me, desde já, exprimir a minha própria resposta à indagação ostentada no título: Teologia e Espiritualidade perceptivelmente não são sinônimos.

Necessário admitir que seminários ou instituições símiles de ensino denominado teológico são de fato e inegavelmente úteis para uma espécie de formação protocolar de pessoas que queiram se dedicar a práticas religiosas no contexto eclesiástico-cristão.

Todavia – e isso me parece óbvio – , a chamada Teologia em si mesma, ou ensimesmada, mostra-se incapaz de produzir espiritualidade naqueles ou conduzir à espiritualidade aqueles que se perfilam e se submetem como aprendizes ou estudantes de Deus, porquanto nesse específico âmbito ou terreno existencial não basta a Teologia, ou o Mestrado em Teologia, tampouco o Doutorado em Teologia, independentemente do país onde tais títulos hajam sido conquistados, seja no Brasil ou em qualquer outra paragem onde se perceba maior desenvolvimento e seriedade sócio-organizacional.

Por ela, e apenas por ela, Teologia, obter-se-ão tão-somente pessoas versadas em compêndios, livros e/ou tratados teológicos, quiçá em proposições teológicas próprias ou de outrem, conhecimentos tais que advêm todos (ou deveriam obrigatoriamente advir) dos princípios ou ensinamentos basilares estampados na Bíblia, ao alcance de qualquer ser humano, isto é:

Deus criou todas as coisas.

Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança.

O homem não é produto da evolução de espécies ao longo de milhões ou bilhões de anos.

O ser humano morre fisicamente, todavia possui uma alma (espírito) imortal, que é resultante do sobrenatural sopro de Deus em suas narinas.

A morte é conseqüência do pecado ou desobediência do homem aos mandamentos de Deus, razão pela qual todos pecaram(mos) a partir da transgressão de Adão.

Narra a Bíblia que, no princípio, Deus revelava-se aos homens através de enviados chamados Profetas, sempre no intuito de dissuadi-los do caminho errôneo que trilhavam, tendo sido, inclusive, instituídas leis de observância cogente, mas que jamais chegaram a ser devidamente observadas pelo homem.

Como conseqüência dessa postura inveterada do homem, Deus houve por bem instituir Nova Aliança, enviando seu Único Filho para que, através de sua morte vicária (substitutiva), a salvação (vida eterna) estivesse ao alcance de todo aquele que verdadeiramente se convertesse e, portanto, depositasse sua fé (genuína e despida de supersticiosidades) no Mediador Único entre Deus e os homens.

Não há como diplomar espiritualmente os aprendizes de Teologia, porquanto os atributos do Espírito constituem ou representam dons de Deus, que os concede a quem quer, segundo critérios insondáveis, mas que, indubitavelmente, hão de estar ligados a uma vida de incessante busca de santificação pela fé e submissão plena ao Deus Todo-Poderoso, cujo nome, eternamente, e cujo memorial, de geração em geração, é: Deus de Abraão, Isaque e Jacó (Êx. 3:15).

Jesus veio, o Verbo se fez carne, exatamente como d’antes profetizado e prometido, cumpriu toda a lei, submeteu-se a si mesmo em prol do homem extraviado e, com sua morte e ressurreição, estabeleceu d’uma vez por todas uma Nova Aliança, a partir da qual não há mais leis cerimoniais ou sacrificiais sob qualquer pretexto e de qualquer estirpe.

Por conseguinte, resume-se esse Novo Testamento em dois únicos e inemendáveis mandamentos:

“E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Mc 12:29-31)


A assim chamada erudição teológica involucrada em si é estéril, na medida em que “estudar Deus” através da mera freqüência aos cursos ou seminários de Teologia, debruçando-se sobre definições e conceitos impregnados de subjetivismos e teses audaciosas pretensamente extraídas exegeticamente das linhas e entrelinhas da Bíblia, certamente não resultarão em frutos de espiritualidade.

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