quarta-feira, 2 de julho de 2014

O CONFESSIONÁRIO PASTORAL CALVINISTA

“...que nos confessemos àquele que do seio da Igreja tenha se mostrado especialmente idôneo, contudo, visto que os pastores são idôneos para julgar muitíssimo acima dos demais, deverão também ser de preferência escolhidos por nós.
...Vemos que os próprios ministros foram constituídos suas testemunhas e fiadores, para que tornem as consciências asseguradas da remissão dos pecados, visto que eles mesmos dizem perdoar pecados e desligar almas [Mt 16.19; 18.18; Jo 20.23].
...Não negligenciar o remédio que lhe é oferecido pelo Senhor, isto é, que para aliviar-se use da confissão particular perante seu pastor, e para alcançar consolações para si implore em particular a ajuda daquele cujo ofício é consolar, não só pública, mas também particularmente, o povo de Deus mediante o ensino do evangelho.
Além do mais, esta foi a forma de se confessar na Igreja antiga, como também Cipriano o relembra: 'Fazem penitência', diz ele, 'pelo tempo justo, então vêm à confissão e, mediante a imposição de mãos do bispo e do clero, recebem o direito de comunhão. A Escritura desconhece absolutamente outra maneira ou forma de se confessar, nem nos é necessário acorrentar de novos grilhões as consciências as quais Cristo proíbe mui severamente sejam reconduzidas à servidão. Entrementes, que as ovelhas recorram ao pastor sempre que quiserem participar da Santa Ceia, de modo algum reclamo, senão que gostaria sumamente que se observe isto por toda parte.
Pois quando toda a igreja como que se posta diante do tribunal de Deus, confessa-se culpada e seu único refúgio se encontra na misericórdia de Deus, não vulgar ou leve consolo é ter ali presente o embaixador de Cristo, munido do mandato de reconciliação, por meio de quem ouça pronunciar-se sua absolvição [2Co 5.20].
...Aqui se recomenda com razão a utilidade das chaves, quando esta embaixada é desempenhada corretamente, na ordem e com a reverência que convém. De igual modo, quando, recebido o perdão, é restituído à unidade fraterna aquele que, de certa maneira, se alienara da Igreja, quão grande beneficio é que se compreende estar perdoado por aqueles a quem Cristo disse: 'A todos quantos perdoardes os pecados na terra, terão sido perdoados no céu!' [Mt 18.18; Jo 20.23]. Se o mesmo revelou a seu pastor a ferida secreta de sua alma e tenha dele ouvido, dirigida diretamente a si, esta mensagem do evangelho: 'Perdoados são teus pecados; tem confiança [Mt 9.2], à segurança firmará o ânimo e se libertará dessa ansiedade de que antes ardia.” (Institutas, vol. III, págs. 109, 110, 111, 112)


Ao sentir de João Calvino, Pastores detêm o poder das chaves e estão espiritualmente credenciados e aptos a perdoar pecados, a ligar e a desligar, e a eles devem os cristãos se submeter, confessando todas as suas transgressões.


Não se tem notícia, nesse sentido, se a denominação religiosa Presbiteriana, assumidamente e formalmente calvinista, mantém em suas dependências uma espécie de CONFESSIONÁRIO no interior do qual o Pastor ouviria as confissões de pecados e outorgaria ou não o perdão respectivo.

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