quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

COLÓQUIO DE UM CASAL CALVINISTA

DIZ A ESPOSA RECÉM-CASADA:

"Amor, estou grávida de gêmeos."


REPLICA O MARIDO:

"Estou feliz por ser pai, amor, mas confesso que fico preocupado se o seu útero está abrigando DOIS ANJINHOS ou DOIS FILHOS DA PERDIÇÃO, conforme nossa convicção religiosa reformada a partir dos ensinamentos do João Calvino."


VOLTA A ESPOSA:

"Sim, amor, o teólogo João Calvino ensinou em seu tratado religioso que Deus 'NÃO QUIS CRIAR A TODOS EM IGUAL CONDIÇÃO', mas vamos torcer e cruzar os dedos para que pelo menos um deles seja um ANJINHO.
De qualquer forma, prometo que vou amamentar e cuidar dos dois igualmente, porque NÃO SEI QUEM É QUEM."


Esse diálogo aparentemente jocoso, na verdade jocoso não é porque representação EXATA da teoria doutrinária proposta pelo segmento religioso adepto do fatalismo absoluto de mão dupla, imutável e cronometrado.
Ou seja, não se trata de sátira ou de motejo em relação aos adeptos, os quais obviamente são plenamente merecedores de respeito como quaisquer outras ramificações religiosas, mas a intenção é tão-somente ilustrativa.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Os cães se atiçam pelo olfato, enquanto que os seres humanos se conduzem pela aparência. Ambos não podem, pois, ser levados muito a sério.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

NECESSITAMOS IR ALÉM DOS DELÍRIOS

Independentemente da peculiaridade de visão religiosa ou percepção de vida por qualquer pessoa, certo é que a humanidade em seu todo se insere num contexto em que inegavelmente a vida como ela é, como se apresenta, como se desdobra, desde séculos e séculos, não evidencia sentido nenhum, exceto se o sobrenatural da sobrenatural criação imprescindivelmente existir: Deus.

Penso que não há realização possível no que se refere a tornar os racionais "encaixadamente" felizes, a menos que para alguns felicidade signifique ser abastado, se empanturrar, se embebedar, se drogar, se desligar continuadamente da realidade pouco suportável, como rotineiramente se vê.

Não se pode crer que a realização do ser humano, o sonho de pais acalentado para filhos se limite a que eles estudem na melhor escola, galguem o melhor emprego, casem-se com alguém de semelhante perfil, venham a engravidar e parir filhos que sejam fisicamente perfeitos e tenham olhos coloridos, viajem para a Europa, estejam em constante evidência, recebam convites para entrevistas nos meios de comunicação, busquem avidamente cirurgias plásticas para disfarce do apavorante envelhecimento, ingressem nos melhores hospitais do Brasil e do mundo quando acometidos por uma dessas enfermidades corrosivamente graves etc. etc.

E, ao cabo de tudo, ao desfecho de todos esses, digamos, delírios existenciais, apenas morrer na individualidade do ego desfeito, e, após um funeral com choros meramente protocolares de parentes e de supostos e efêmeros amigos, imergir em rápida putrefação para, finalmente, ser consumido por micro-organismos...

domingo, 17 de novembro de 2019

JUÍZES SÃO APENAS JUÍZES, NADA MAIS QUE JUÍZES, SIMPLORIAMENTE JUÍZES, MEROS APLICADORES DA LEI

O constitucionalmente assim chamado Supremo Tribunal Federal vem desde largo tempo se mostrando obviamente prejudicial ao Brasil, nocivo às instituições, avesso à sociedade nacional.

Os juízes (a expressão "ministro" é apenas um epíteto protocolar) que o integram deveriam obrigatoriamente e eticamente se limitar a julgar os processos que por lá DORMITAM a sono solto, e, claro, fazê-lo sem todo esse alarde que a todos nos enfada, sem aquelas sessões teatrais, sem aquela incontrolável ânsia de estar em evidência, de se saberem e se desejarem filmados.

O papel do juiz é apenas (APENAS) julgar processos, aplicar a lei, distribuir justiça, com total discrição, cumprindo o seu dever e mantendo elegante silêncio.

Esses juízes da última instância nem entrevistas deveriam conceder. Estão evidentemente, há elástico tempo, extrapolando claramente seu restrito papel de simples juízes.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Por que, no contexto humano da racionalidade, tão rara se tem tornado a virtude ao extremo de dela quase nunca se ouvir desde todos os recantos?

Que foi feito com a essência do racional e do virtuoso?

Para onde migraram ambos?

Digam-no os que se importam...

sábado, 9 de novembro de 2019

A TAL PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA


Diferentemente do que vozes sem conta no Brasil alardeiam, quem está LIBERTANDO criminosos em todo o país não é o STF após aquele julgamento espetaculoso envolvendo a assim rotulada prisão em segunda instância, mas, sem dúvida, a própria Constituição Brasileira, enquanto vigente por força e efeito de ato solene dos Representantes eleitos pelo povo, quando reunidos em Assembleia Constituinte.

Nossas leis, em seu todo, mostram-se flagrantemente caricaturescas, parecendo propositadamente malfeitas, despidas de desígnio aceitável, abadernadamente descumpridas e, de modo incessante, desvirtuadamente aplicadas pelo Poder Público.

Todavia, deprimentemente quem MANTÉM esses mesmos criminosos SOLTOS e IMPUNES, aí, sim, é o Superior Tribunal de Justiça, é o Supremo Tribunal Federal e todo o sistema estagnado e inoperante chamado Poder Judiciário porque os Togados simplesmente NÃO JULGAM, não exaurem o processo em todas as suas fases.

Eles não se têm como em tudo semelhantes a meros e importantes Servidores Públicos em absoluto comprometimento com a sociedade.

Regiamente remunerados com pouquíssima similaridade em países desenvolvidos, agem como intocáveis ou uma espécie esdrúxula de "poder inatingível".

Decidem mal e tardiamente num ambiente via de regra teatral e impregnado de repugnante pompa pelo derramamento sem conta do dinheiro público, onde o ego é a principal expressão jurídica.

Esse aparente zelo com a Constituição, que o STF diz ter adotado nesse julgamento que redundou na soltura de condenados em dupla instância, deveria igualmente se tornar realidade no sentido de essa Corte se curvar à própria Constituição a fim de JULGAR os recursos faltantes de modo que a decisão condenatória que neles já existe se torne definitiva, transitando em julgado.


Acaso teriam os Ministros do STF esquecido que a Constituição a qual dizem reverenciar determina no art. 5º, inciso LXXVIII, que haja celeridade na tramitação de processos quaisquer e que, portanto, não podem eles ser abandonados em prateleiras empoeiradas ou sepultados em computadores até que se configure a prescrição do crime?

Deu-se pressa o STF no julgamento pela soltura e não faria o mesmo, nem ele nem os demais Tribunais, quanto ao julgamento derradeiro que porá fim ao processo?

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Diferentemente do que possa parecer, Deus é a latente, inadmitida e silenciosa expectativa...do ateu.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A IMPOSSIBILIDADE DO CALVINISMO REAL

Existe uma frase cunhada pelo próprio João Calvino que faz referência ao que ele chama de "IMPOSSIBILIDADE DO ATEÍSMO REAL", mas essa frase poderia ser modificada para ficar tal como o título deste texto, ou seja: "A Impossibilidade do Calvinismo Real".

Na verdade, NINGUÉM é calvinista, ainda que PENSE SÊ-LO, ainda que orgulhosamente assim o diga, como se havendo obtido uma espécie de status social.

É impossível que pessoas quaisquer sejam DE VERDADE e NA PRÁTICA adeptas desse pensamento religioso. E por quê?

Primeiro, porque A MAIORIA não faz a menor ideia do que REALMENTE seja ou signifique calvinismo, e isso, obviamente, inclui aqueles próprios que a si se rotulam como calvinistas.

Segundo, porque nem mesmo aqueles que ocupam posição chamada de liderança num desses vários segmentos religiosos denominacionais e que hajam obtido títulos curriculares de entendedores doutrinários, detêm plena consciência ou ciência a respeito do tal calvinismo.

Terceiro, porque também esses ocupantes de posições chamadas de liderança via de regra TROPEÇAM flagrantemente quando tentam embaraçadamente e de modo embaraçoso para outrem explicar os meandros da tese religiosa calvinista, como se fazendo uma explanação sobre o panorama celestial.

Quarto, porque TODAS AS PESSOAS, quaisquer que sejam elas, JAMAIS poderiam ser calvinistas, em razão da absoluta ignorância do ser humano relativamente aos mistérios da criação, além da GIGANTESCA carência de todas elas de natureza física, psicológica e espiritual.

Quinto, porque NADA, absolutamente NADA, sabemos no que diz respeito à inenarrável imensidão do Criador.

Sexto, porque TODOS e TODAS, sem exceção, que se dizem calvinistas, NEGAM o tal calvinismo minuto a minuto, com palavras, com atos, com ações, com omissões, com prédicas, com exposições, com óbvias contradições, com orações, com visível e intransponível dificuldade etc. etc.

Vejamos alguns exemplos:

Todo autodenominado CALVINISTA, incluindo os que ocupam posição de liderança ou de ensinadores, faz uso a todo instante das seguintes expressões:

"Se Deus quiser"
(Como se Deus FOSSE QUERER através de ato futurístico)

"Ai, Meu Deus!"
(Como se Deus ouvisse seu grito e, por causa dele, se dispusesse a atendê-lo)

"Deus, abençoe meu filho para que ele se converta"
(Como se fosse calvinisticamente possível alguém se converter, ou como se o Livro da Vida estivesse à disposição para ser preenchido ou corrigido)

"Devemos perseverar em oração"
(Como se oração tivesse alguma eficácia no contexto existencial calvinístico e através dela a história pudesse vir a ser escrita pela boca do ser humano)

"Jesus Salva"
(Como se alguém pudesse de fato ser salvo ou vir a ser salvo em vez de ser PREDESTINADO antes de nascer, antes de pecar, antes de Adão, antes do mundo)

"Deus ouve nossas orações"
(Como se Deus estivesse com ouvidos atentos e pronto a SER ACIONADO ou SENSIBILIZADO ou INCLINADO ou MOTIVADO pelas orações calvinísticas)

Num domingo de reunião denominacional, o dirigente calvinista rotineiramente diz ou apregoa solenemente:

"Se vocês pagarem o dízimo, serão abençoados por Deus. Quem se omitir quanto ao dízimo, cai no desagrado de Deus e sofrerá consequências".

E esses dirigentes dizem essas coisas como se vivessem ao abrigo do Antigo Testamento, como se a bênção e a maldição estivessem a depender de atitudes humanas e como se estivessem no lugar de Sacerdotes Levitas.

Quando morre alguém de sua família, o calvinista nunca diz: "Graças a Deus".

Quando fica doente, o calvinista nunca diz: "Obrigado, meu Deus por esta doença predestinada".

Semelhantemente, quando alguém de sua família é atingido por enfermidade, o calvinista nunca diz: "É inútil orar para a cura, porque o João Calvino ensinou inerrantemente que os dons espirituais não se aplicam ao nosso tempo, já que o Livro de Tiago, capítulo 5, foi revogado".

Quando pratica alguma ilicitude ou se entrega a algum pecado, o calvinista nunca diz: "Faço trapaças porque estou predestinado a fazê-lo"; ou, quiçá, "Faço trapaças porque estou exercitando meus atributos de livre-agente, e Deus, portanto, não tem nada com isso".

De modo semelhante, quando espanca sua esposa, o calvinista nunca diz: "Sou espancador de mulheres porque estou agindo na condição de livre-agente, e esse meu ato não pode ser imputado a Deus".

Quando ouve notícia de algum crime, por exemplo, de latrocínio, roubo ou estupro, o calvinista nunca diz: "Esse homicida e esse estuprador agiram com a credencial de instrumentos da divina providência e executaram os juízos de Deus. Portanto, a vítima teve o que inevitavelmente merecia".

Se algum ladrão invade sua casa, o calvinista nunca diz: "Bem-vindo, instrumento da divina providência. Fique à vontade para executar os decretados e cronometrados juízos de Deus, dos quais eu sou pleno merecedor".

Portanto, NENHUMA PESSOA no mundo é, de fato, isso ou aquilo; muito menos, calvinista.

domingo, 29 de setembro de 2019

A MIRAGEM DO SER

Ninguém (NINGUÉM) neste mundo detém a possibilidade de SER na acepção ampla da palavra, mas meramente de ESTAR, pois que encontramo-nos imersos num processo ou num sequencial de GIGANTESCO DESCONHECIMENTO de tudo e de todos, simplesmente porque, perceptivelmente, nada sabemos nem sobre nós, muito menos sobre os demais viventes, exceto voláteis e inconsistentes suposições.

Nesse terreno, o máximo que se consegue, tateando na opacidade da existência física fugaz, poderia, quiçá, ser ilustrado pela conhecida frase de J. Guimarães Rosa, tida erroneamente apenas como jocosa: "Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa."

E assim limitadamente supondo, claudicamos na vida e inquietamo-nos diante da iminência da morte.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

O INTERRUPTOR DE TODOS NÓS

O curso e contexto da existência de todos os seres humanos consiste em uma série ininterrupta de repetições de pensamentos, de palavras, de hesitações, de atos, de gestos, de alegrias, de tristezas, de desatinos, de enfermidades, de frustrações, de realizações grandes e pequenas, de nobreza, de vileza, de idas e vindas. Regressamos incessantemente às mesmas vaidades, tropeçamos nas mesmas contradições e cultivamos o antigo egoísmo

Tudo isso ao som das mesmas músicas disfarçadas por diferentes letras, demonstrando, quiçá, alguma empatia pela agonia óbvia da humanidade, ouvindo os mesmos e embotados discursos, assistindo às tragédias nossas de cada dia.

Geramos filhos e a eles nos dedicamos com esmero. Envelhecemos rapidamente, abstraídos das marcas de nossos rostos e ainda ávidos por novas repetições que nos tragam alento na já claudicante fase de vida.

Em meio a todas essas variantes que nos conduzem por largos dias e elásticas décadas, surge ao longo do caminho, sem que queiramos ou desejemos, uma espécie de interruptor ao qual se dá o nome de morte e que nos arrebata essa tão fortemente acalentada necessidade de permanecermos absorvidos em nosso cortejo de repetições cotidianas.

E, então, apenas morremos, somos transformados em cadáveres inertes, sem que o façamos, sem que o busquemos, sem que o planejemos, impedidos em definitivo de, nesta órbita existencial, repetir a vida e reprisar a morte.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

RECADO AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Votei em você nas últimas eleições e em você votaria novamente se do outro lado da disputa eleitoral figurasse alguém daquele tal "partido" que assolou o Brasil por mais de uma década.

Mas, com desapontamento, tenho de admitir que nosso Representante-Mor ocupante do Palácio do Planalto comete plurais equívocos em suas manifestações pessoais e pelas redes sociais.

Mostra-se algo embaraçado com ideias e metas de governo; não sabe a quem dar ouvidos em seu staff, não sabe se põe em prática todas as sugestões de origem tida como conspiratória apresentadas por seu filho.

Diante de jornalistas, ele mesmo pergunta e ele mesmo responde com incompreensível agressividade, impedindo o normal fluir de uma entrevista.

Esbarra em contradições, constrói metáforas absolutamente inconsistentes, critica acidamente e destitui abruptamente pessoas de cargos do alto escalão, sem com elas demonstrar qualquer consideração ou respeito etc. etc.

Não, Presidente! Pare, pense e reflita. Não é esse o perfil que nós, eleitores, que o elegemos, esperávamos da Primeira Autoridade do País.

Ainda há tempo abundante para severa mudança de posicionamento pessoal e governamental, antes que uma crise de grandes proporções e de difícil solução se instale e os avermelhados defensores do caos dela se aproveitem.

sábado, 27 de abril de 2019

A República Claudicante e o Judiciário Cronicamente Enfermo


O troncho e deprimente "jeito" brasileiro de fazer JUSTIÇA ou de pensar em fazer JUSTIÇA ou de imaginar o que venha a ser JUSTIÇA, através de um Poder Judiciário palaciano, impregnado de luxos e ensimesmado, representa desde longuíssima data, desde séculos transatos e empoeirados, um dos gravíssimos sintomas de que nossa República encontra-se gravemente doente e quem sofre as dores, não raro agonizando, são pessoas, são os engabelados votantes, contribuintes e apenas aparentemente considerados cidadãos por leis estropiadas, pessimamente concebidas e por uma Constituição enciclopédica e que jamais se fez presente na prática do dia a dia.

domingo, 6 de janeiro de 2019

O FOLCLÓRICO ROMBO NA PREVIDÊNCIA E O DÉFICIT NAS CONTAS PÚBLICAS

Há numerosas décadas ouve-se em todo o Brasil, por todos os meios de comunicação, o alardear daquilo que se convencionou rotular e se popularizou como "Rombo na Previdência Social".

Os governantes via de regra, ou como regra única, apontam como fator causador desse "Rombo Previdenciário" o fato de que cresce enormemente o número de pessoas que obtêm benefícios como Aposentadoria, Pensão etc., enquanto que diminui acentuadamente o contingente daquelas que contribuem para a manutenção desse Sistema, seja pelo avassalador desemprego, seja pela informalidade na atividade econômica, seja pelo incremento na assim chamada expectativa de vida dos brasileiros.

E, lamentavelmente, a essa lista junte-se contundentemente a pública, notória e vetusta corrupção na obtenção de benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, auxílio-reclusão etc.

Entretanto, o governo central, assim como os governos descentralizados representados pelos Estados-membros, jamais sequer abordam um dos pontos mais relevantes e nevrálgicos como vetor de gigantesco peso para o apontado "Rombo Previdenciário" e, claro, de todos os demais "rombos" cantados em prosa e verso por todos os que se revezam no Palácio do Planalto: A ESCRACHADA SONEGAÇÃO de tributos em geral nesta República Federativa.

Por aqui, sonega-se tudo e de todas as maneiras, possíveis e impossíveis; imagináveis e não imagináveis; engenhosas e ridículas ou quase-cômicas.

Não obstante alastradamente sabido em todos os gabinetes, em todos os palácios, em todos os redutos e covis, em todos os rincões, um dos crimes de longe MAIS ABERTAMENTE PRATICADOS no Brasil, em completa e rotunda impunidade, é precisamente aquele etiquetado como SONEGAÇÃO TRIBUTÁRIA, que deriva da omissão de receitas, da falta de emissão de documento fiscal pela venda de produtos ou pela prestação de serviços, e, evidentemente, pela maquiagem grotesca da contabilidade empresarial.

Incalculável o número de pessoas jurídicas de todos os portes (grandes, médias e pequenas) que SONEGAM.

Incontáveis os profissionais liberais que SONEGAM.

Milhões e milhões de pessoas físicas SONEGAM quando da apresentação das Declarações Anuais de Ajuste do Imposto de Renda, nelas inserindo deduções fraudulentas a título de despesas médicas e odontológicas, apenas como exemplo.

Desde largo tempo paira uma espécie de "leniência" sem pé nem cabeça por parte do Poder Público no que se refere a esses CRIMINOSOS sonegadores, bem como a mesma "tolerância" em relação àquelas pessoas jurídicas que simplesmente DEVEM MAS NÃO PAGAM, como, exemplificativamente, os Clubes de Futebol que ostentam mofados débitos milionários para com a Previdência Social e simplesmente não ligam a mínima.

Por que cargas-d'água os governantes fazem ou se dão a esse teatro ou a essa sistemática indiferença em concernência aos devedores contumazes e, obviamente, em referência aos fraudadores e sonegadores?

A Lei é de compulsória aplicação pelo Poder Público, ênfase à lei penal, e mais especificamente, entre outras, a Lei Federal 8.137/90, que trata dos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e as Relações de Consumo, prevendo pena de prisão entre dois e cinco anos para o delito de SONEGAÇÃO.

No entanto, não se vê, não se ouve, não se tem notícia de uma única pessoa física que esteja cumprindo pena de privação de liberdade em um desses inóspitos presídios existentes no Brasil por efeito de condenação por delitos contra a ordem tributária: SONEGAÇÃO!

E tal cenário perdura incólume, sob os olhos estranhamente complacentes do Estado, mesmo sendo esse, quiçá, o crime mais avassaladoramente praticado neste país, superando aos borbotões todas as demais modalidades de transgressões tipificadas em lei.

Por que não se prendem em flagrante, não se processam, não se confiscam os bens desses criminosos sonegadores? Por que a Lei Federal 8.137/90 e as demais normas legais de semelhante estirpe jazem como letra morta ou qual cadáveres esquecidos em algum necrotério e rejeitados pelos próprios consanguíneos?

Se no Brasil, pelo novo governo recém-empossado neste ano de 2019, doravante as Leis Tributárias, como instrumentos de austera fiscalização e criminalização de tais delinquentes tributários, forem levadas a sério tanto pela Receita Federal, quanto pelos demais tentáculos da República, longe de qualquer ínfima dúvida os cofres públicos receberão gigantesco aporte pecuniário decorrente da submissão compulsória de pessoas jurídicas e físicas aos variados impostos e contribuições correspondentes, tal como ou exatamente como exigidos por lei.
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Note-se abaixo uma pequena amostra da Lista dos Maiores Devedores da Previdência Social, disponibilizada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (dados de 2017):

JBS S/A: R$2.339.921.534,56

ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA DO BRASIL: R$1.859.887.286,39

TRANSBRASIL S.A. LINHAS AÉREAS: R$1.312.778.928,24

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL: R$1.235.028.484,13

BANCO DO BRASIL S.A.: R$1.136.963.128,18

INSTITUTO PRESBITERIANO MACKENZIE: R$783.788.847,83

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL: R$742.300.253,30

BANDO BRADESCO: R$674.931.260,19

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - PREFEITURA MUNICIPAL: R$610.738.435,49

VALE S.A.: R$596.763.723,14

MARCHESAN IMPLEMENTOS E MAQUINAS AGRÍCOLAS: R$537.874.218,91

ENCOL S/A ENGENHARIA COMERCIO E INDUSTRIA: R$496.896.660,89

GAZETA MERCANTIL S/A: R$489.296.954,61

COMPANHIA DE ÁGUAS E ESGOTOS DE RONDÔNIA: R$ 475.890.203,32

EMPRESA SÃO LUIZ VIAÇÃO LTDA.: R$470.012.830,83

EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: R$443.389.782,39

RODOVIARIO RAMOS LTDA.: R$440.084.145,64

COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARA: R$430.541.915,80

VOLKSWAGEN DO BRASIL INDUSTRIA DE VEÍCULOS: R$377.605.681,54

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA: R$365.661.453,42

TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO: R$344.335.803,93

VIAÇÃO ITAPEMIRIM S.A.: R$343.823.189,45

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR: R$318.905.150,53

MUNICÍPIO DE MANAUS - PREFEITURA MUNICIPAL: R$287.726.507,01

MUNICÍPIO DE CABO FRIO – PREFEITURA: R$283.997.775,19

FUNDAÇÃO NACIONAL DE  SAÚDE: R$280.412.599,26

JORNAL DO BRASIL S A: R$276.398.565,84

BANCO SANTANDER BRASIL S/A: R$269.793.531,72

ESTADO DO AMAZONAS GOVERNO DO ESTADO: R$261.445.408,02

UERJ UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: R$250.286.538,12

INSTITUTO METODISTA DE ENSINO SUPERIOR: R$238.749.967,65

MENDES JUNIOR ENGENHARIA S.A: R$238.530.811,24

USINA SANTA RITA S A AÇÚCAR E ÁLCOOL: R$237.863.507,69

COMPANHIA DE URBANIZAÇÃO DE GOIÂNIA – COMURG: R$237.832.403,40

ESTADO DO AMAPÁ - GOVERNO DO ESTADO: R$234.101.157,10

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO: R$233.140.749,94

MUNICÍPIO DE CAMPINAS - PREFEITURA MUNICIPAL: R$216.846.930,56

ESTADO DA PARAÍBA/SECRETARIA DA EDUCAÇÃO: R$213.974.934,55



O ESTOQUE TOTAL DA DÍVIDA PREVIDENCIÁRIA, ENGLOBANDO TODAS AS EMPRESAS DEVEDORAS, CHEGA A ESTRATOSFÉRICOS CINQUENTA BILHÕES DE REAIS, OU, MAIS EXATAMENTE:
R$      50.401.314.363,16
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