domingo, 6 de julho de 2014

NEM MESMO ADÃO

“Portanto, estamos afirmando o que a Escritura mostra claramente: que designou de uma vez para sempre, em seu eterno e imutável desígnio, àqueles que ele quer que se salvem, e também àqueles que quer que se percam. Este desígnio, no que respeita aos eleitos, afirmamos haver-se fundado em sua graciosa misericórdia, sem qualquer consideração da dignidade humana; aqueles, porém, aos quais destina à condenação, a estes de fato por seu justo e irrepreensível juízo, ainda que incompreensível, lhes embarga o acesso à vida.” (Institutas, vol. III, pág. 393)

Em outra parte de seu livro, o escritor João Calvino afirma que Adão possuía “um certo arbítrio-livre” pelo qual ele detinha a possibilidade de exercitar o QUERER ou o NÃO-QUERER.


Entretanto, agora, o polígrafo francês nem mesmo se lembra da existência de Adão, muito menos do arbítrio adâmico, e proclama que, pelo eterno e imutável desígnio de Deus, tudo já estava definitivamente estabelecido desde a eternidade, vale dizer: uns poucos para a vida infindável e a multidão restante, homens, mulheres, crianças nascidas ou por nascer, ou fetos natimortos, para o ranger de dentes da condenação.

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