Seria
plausível ou possível a alguém que se declare cristão conviver pacificamente e
espiritualmente com a possibilidade calvinística de que seu pai ou sua mãe ou seus irmãos ou seus filhos ou todos eles
conjuntamente sejam projetados representantes do demônio?
E, diante
disso, exprimiria ele em alto e bom som palavras de louvor ou de exaltação a
Deus, mostrando-se transbordante de felicidade por ter sido separado e eleito
para o céu, não obstante aqueles seus consanguíneos
estejam destinados ao reduto de satã?
Imagem: crédito para karenwarfel
Diria esse
religioso que seu pai, ou sua mãe, ou seus irmãos, ou seus filhos, ou eles
todos foram com inteira justiça decretadamente predirecionados para a morte
física e a morte eterna, enquanto que ele próprio fora esculpido eletivamente
para a vida, embora descendendo de um demônio e também gerando
outros demônios, aos quais amou como filhos?
Ao
mesmo tempo que os Protestantes criticam veementemente, e com razão, o
Catolicismo Romano em virtude das várias heresias ali cultivadas, incluindo a
figura do Papa, tida como símbolo de inerrância e infalibilidade, eles
mesmos (Protestantes) igualmente elegeram o seu próprio Papa cujo nome é João
Calvino, homem esse que é aclamado mundo afora como inigualável,
insuperável e ímpar doutrinador, o reformador-mor, o sumo teólogo, numa
autêntica, embora disfarçada, canonização desse mero homem como uma espécie de
Papa do Protestantismo.
Chega-se ao inqualificável contrassenso de, pelas palavras de um homem
chamado Charles Haddon Spurgeon, elevar o francês Calvino a um patamar de "canonização protestante" e triste menosprezo pela
Palavra de Deus, já que Spurgeon, num estranho plágio, manifestou sua "discordância" em relação à
afirmativa do Senhor Jesus Cristo (Mt 11:11; Lc 7:28), quando este dissera as
mesmas palavras, mas, obviamente, referindo-se ao Profeta João Batista.
Transcreve-se a extravasão de Charles Spurgeon:
"Among
all those who have been born of women, there
has not risen a greater than John Calvin." (C.
H. Spurgeon, Autobiography, Vol. II)
"Entre
os nascidos de mulher não apareceu alguém maior do
que João Calvino." (C. H. Spurgeon,
Autobiografia, Vol. II)
PASME-SE!!
Não satisfeito, esse mesmo Charles
Spurgeon expressou com veemência que "pregar
o Evangelho equivaleria a pregar o Calvinismo",
numa despropositada tentativa de
sobreposição das ideias ou teses do João Calvino em relação à Bíblia. Spurgeon
assim o declara em livro, cuja transcrição se faz abaixo:
"...I
have my own private opinion that there is no such thing as preaching Christ and
Him crucified, unless we preach what nowadays is called Calvinism. It is a
nickname to call it Calvinism; Calvinism is the gospel, and nothing else."
"...Tenho
minha própria e particular opinião de que não há como pregar a Cristo
crucificado, a menos que preguemos aquilo que atualmente é chamado de
Calvinismo. Calvinismo é um apelido ou epíteto. Calvinismo é o evangelho, e
nada mais." (Spurgeon)
Do livro: "SPURGEON'S SERMONS ON THE CROSS OF CHRIST"
INTRODUÇÃO
Na versão em língua
inglesa do Manual de Calvino chamado ‘Institutas’,
ele assim se exprime a certa altura:
“He will not say that chance has made him differ from
the brutes that perish; but, substituting nature as the architect of the
universe, he suppresses the name of God.” (vol.
único, pág. 60, formato PDF, tradução de Henry Beveridge)
Já na roupagem em
português, o tradutor perceptivelmente direcionou o texto de modo a omitir
palavras ou expressões que pudessem ocasionar algum tipo de mal-estar entre
leitores mais atentos. Vejamos como ficou esse trecho na língua da República
Verde-Amarela:
“Não dirão que se distinguem dos seres brutos por
obra do acaso. Todavia, sobreposto o véu da natureza, a qual lhes é o
artífice de todas as coisas, alijam a Deus.” (vol.
I, pág. 64, formato PDF, tradução de Waldyr Carvalho Luz)
Comparando ambos os
textos, ou ambas as versões, perguntar-se-á o leitor se o tradutor para o
português quis deliberadamente suprimir qualquer expressão que deixasse à
mostra possível simpatia ou mesmo filiação de Calvino à Maçonaria, de vez que,
sabidamente, no âmbito dessa Confraria Secreta cultua-se um deus designado por
G.A.D.U., ou Grande Arquiteto do Universo.
Ao que se pode fácil
e claramente observar, a versão em inglês faz explícita referência ao tal “ARQUITETO DO UNIVERSO”, ou
“deus” dos maçons. Por conseguinte, qual de ambas seria mais ou perfeitamente
coerente com o original em francês, supondo que Calvino, por ter nascido na
França, houvesse escrito o livro ‘Institutas’ em sua própria língua? E em latim,
qual dessas expressões reteria em si, com fidelidade, o que Calvino de fato
escreveu?
Por que plausível e
lógica razão a versão em inglês contém a expressão “substituting
nature as the architect of the
universe” , a qual, uma vez vertida para a língua falada no Brasil, acabou
metamorfoseada para: “sobreposto
o véu da natureza, a qual lhes é o artífice de todas as coisas"?
De outro ângulo,
nesse mesmo Manual de Religião (o próprio autor chama
seu livro de "Manual de
Instrução", ao que se vê
no vol. III) tão e estranhamente venerado por calvinianos, o huguenote
João Calvino refere-se a Deus como “A.D.U.” (Arquiteto do Universo) ou
“S.A.D.U.” (Supremo Arquiteto do Universo) ou A.O.T.U. (Architect of the
Universe) ou S.A.O.T.U. (Supreme Architect of the Universe), ou seja, numa
prática ou num estilo literário perceptivelmente alheado da Palavra de Deus,
abrindo inevitável ensejo a ilações várias. Vejamos:
“Mas, embora tenhamos de derivar do Novo
Testamento muitos testemunhos, outros também da lei e dos profetas, onde se faz
expressa menção de Cristo, contudo todos tendem a este fim: que Deus, o Artífice do universo, se nos patenteia na Escritura; e o que dele se deva
pensar, nela se expõe, para que não busquemos por veredas ambíguas alguma
deidade incerta.” (vol. I, pág. 78, formato PDF, tradução: Waldyr
Carvalho Luz)
“Logo, longe de nós tolerar a idéia de um começo
dessa Palavra que sempre foi não só Deus, mas também, depois, o Artífice do universo.” (vol. I, pág. 135, formato PDF, tradução: Waldyr Carvalho Luz)
“Portanto, quis ele se fizesse patente a história
da criação, apoiada à qual a fé da Igreja não buscasse a outro Deus, senão
aquele que foi por Moisés proposto como o Artífice e Fundador do universo.” (vol. I, pág. 163, formato PDF, tradução: Waldyr Carvalho Luz)
E
mais: Em seus comentários ao Livro de Salmos, especificamente na abordagem do
Salmo nº 19, esse cidadão não mostra a menor preocupação quanto à Biblicamente
imprescindível maneira de evocação de Deus, utilizando-se das mesmas expressões
contidas nas abreviaturas supra, isto é, “Arquiteto do Universo” (A.D.U.),“Supremo
Arquiteto do Universo” (S.A.D.U.) etc. Transcrevemos a seguir:
“À medida que reconhecemos que Deus é o supremo Arquiteto, o qual erigiu a linda estrutura
do universo, nossas mentes, necessariamente, se sentirão
arrebatadas, com espanto repassado de êxtase, por sua infinita benevolência,
sabedoria e poder.” (Comentários aos Salmos, pág. 414, formato PDF)
Também na versão em
inglês:
“As soon as we acknowledge God to be the supreme Architect, who has erected the
beauteous fabric of the universe, our minds must necessarily be ravished with wonder
at his infinite goodness, wisdom, and power.” (Commentary
on Psalms, pág. 310, formato PDF)
E mais, no apontado
conjunto de Didática Religiosa "Institutes
of the Christian Religion", tradução
de Henry Beveridge:
"Hence God was pleased that a history of the
creation should exist—a history on which the faith of the Church might lean
without seeking any other God than Him whom Moses sets forth as the Creator and Architect of the world." (pág. 142)
"The former is exemplified when we consider how great the Architect must be who framed and
ordered the multitude of the starry host so admirably, that it is impossible to imagine a more glorious sight,
so stationing some, and fixing them to particular spots that they cannot
move;" (pág. 156)
Por conseguinte, o mesmo
João Calvino induz, conduz ou força os leitores à inevitável conclusão de que
ele era tipicamente e abertamente maçom. E, na hipótese de, eventualmente, ele
não ter sido adepto da ou filiado à Maçonaria, por que cargas-d'água fez uso de
modos ou expressões maçônicas em seu livro de doutrina religiosa?
E que não surjam ou não se insurjam os admiradores das teorias doutrinárias do
apontado escritor trazendo argumentos em sua defesa, deturpando ainda mais a
Bíblia, como
se a Deus pudessem ser imputados "apelidos" os mais variados, sejam esses utilizados por João Calvino, sejam outros que provenham
da "criatividade
doutrinária"(sic) de pretensos eruditos com o ego
inflado. Nesse sentido, admitir-se-ia que a Palavra
de Deus passasse pela deturpação grotesca voltadamente para que o Deus de
Abraão, Isaque e Jacó deixasse de ser o Deus de Abraão, Isaque e Jacó? E, pois, doravante sendo referenciado por gracejos inomináveis como "Arquiteto do Universo", "Suma Inteligência do
Universo", "Invencível do Universo", "Supremo Arquiteto do
Universo", "Gerente do Universo", como se todos esses epítetos
representassem algo similar a tratamento honorífico ou de louvor a Deus?
Isso,
em escandalosa obviedade, fazendo uso de expressão popular enfática e bem
inteligível: seria de lascar o cano! Seria
a negação explícita da Bíblia, seria blasfemo, seria ridículo, porquanto é a
Palavra de Deus, e somente ela, que ensina como nós, cristãos, devemos nos
referir a Deus. Por exemplo, no Livro de Êxodo, capítulo 3, versículo 15, e no
Livro de Amós, capítulo 4, versículo 13, encontramos as seguintes e inconfundíveis
advertências ou ensinamentos:
"E
Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR Deus de
vossos pais, o
Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me
enviou a vós; este
é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração." (Êx 3:15)
"Porque
é ele o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual é o seu
pensamento, o que faz da manhã trevas e pisa os altos da terra; Senhor,
o Deus dos Exércitos é o seu nome." (Am
4:13)
Na
hipótese de escritores, como João Calvino, desejarem ardentemente ou
incontrolavelmente fazer uma espécie de "variação" relativamente ao Nome de Deus, têm
eles à sua disposição outras passagens Bíblicas segundo as quais o Criador se
identifica como "SENHOR", "EU SOU", "JEOVÁ",
"DEUS DOS EXÉRCITOS", exemplificativamente. E, sabidamente, não há,
na Bíblia, nenhuma esdrúxula referência a "GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO" ou "ARQUITETO DO UNIVERSO" ou "SUPREMO ARQUITETO
DO UNIVERSO", expressões
típicas, próprias e adequadas ao ambiente maçônico e que lá devem ser deixadas.
Paralelamente a tudo
isso, e como se isso não bastasse, os adeptos do segmento religioso chamado
calvinismo empregam desmedidos esforços no sentido de manter os
correligionários no pleno desconhecimento a respeito de outras nuanças
atinentes ao francês João Calvino, de modo a não provocar inevitáveis
inquietações ou deslustres de sua planejadamente boa reputação. Nesse sentido, omitem-se numerosos disparates
doutrinários e até mesmo gritantes heresias defendidas pelo cidadão Calvino em sua construção literária Institutas
da Religião Cristã e que, não obstante, são mantidas numa espécie de "abafamento" ou cuidadosa ocultação.
FAÇAMOS UMA PAUSA AQUI
A VERDADEIRA HISTÓRIA SOBRE O EPISÓDIO ENVOLVENDO JOÃO CALVINO
E MIGUEL SERVETO
Como sabido de todos, LÍDERES DE IGREJAS OU SEGMENTOS
RELIGIOSOS DE ORIENTAÇÃO CALVINISTA, no afã ou na firme determinação de manter
em oculto as variantes chocantes que matizaram a relação entre João Calvino e
Miguel Serveto, invariavelmente
envidam todos os esforços com vistas a criar
uma atmosfera de quase-santidade para João Calvino, ao ponto de proclamar em grandes
brados coisas como:
"JOÃO CALVINO NÃO DETERMINOU A
EXECUÇÃO DE MIGUEL SERVETO".
"JOÃO CALVINO NUNCA MATOU NINGUÉM".
"JOÃO CALVINO NÃO DETINHA PODERES PARA CONDENAR
NINGUÉM".
ISSO NÃO É
VERDADEIRO!
Isso é
vergonhosamente falso!
"JOÃO CALVINO FOI UM HOMEM DE ORAÇÃO".
"JOÃO CALVINO FOI UM CRISTÃO ZELOSO PELA PALAVRA DE
DEUS".
"JOÃO CALVINO FOI UM HOMEM PIEDOSO".
ISSO É
PARCIALMENTE VERDADEIRO, pelo menos sob específicos aspectos igualmente
históricos, que serão a seguir delineados.
Bem, se essas afirmativas HOUVESSEM SIDO PROFERIDAS em razão
de DESCONHECIMENTO histórico rudimentar, poder-se-iam justificadamente
DESCULPAR ESSES LÍDERES sob a projeção de que se trata de um IMENSO EQUÍVOCO.
Todavia, a realidade é que NÃO SE CONFIGURA MERO EQUÍVOCO,
MAS LAMENTAVELMENTE PROPOSITADA DISTORÇÃO DA VERDADE, considerando que os
registros históricos aí estão, à disposição de quem os desejar conhecer e,
evidentemente, SUPÕE-SE QUE CRISTÃOS, MORMENTE LÍDERES CRISTÃOS, DETENHAM TODO
O INTERESSE EM CONHECER A VERDADE E NELA SE ESCUDAR.
Pois bem. Ao contrário, INTENSAMENTE AO
CONTRÁRIO, das afirmações elogiosas acima reproduzidas, feitas por adeptos do
calvinismo e relativas a JOÃO CALVINO, pode-se e deve-se imprescindivelmente
REBATÊ-LAS em prol da VERDADE, primeiramente destacando que JOÃO CALVINO, sob a
justificativa de estar, como dito pelos calvinistas, "zelando pela Palavra
de Deus", em realidade dela distanciou-se ao fazer, em Genebra, uma
espécie de "REGRESSO" no tempo, infiltrando-se na Antiga Aliança e apoiando-se nos
preceitos a ela pertinentes, e, na autoatribuída qualidade de Profeta Enviado
de Deus, pôs-se a PUNIR, HUMILHAR, CASTIGAR, TORTURAR e MATAR PESSOAS, e, por
inacreditável que pareça, afirmando
estar agindo EM ESTRITA CONFORMIDADE COM O MANDADO DO ALTÍSSIMO.
Destoantemente do que cantado em prosa e verso
por praticantes desse segmento religioso, Calvino ERA, SIM, O MÁXIMO MANDATÁRIO DE GENEBRA, era o
CHEFE do CONSISTÓRIO, era a SUPREMA AUTORIDADE, era A VOZ DE COMANDO da
Teocracia Veterotestamentária e Totalitária instaurada POR ELE PRÓPRIO naquela
região.
Ele VIA A ORAÇÃO como algo SEM NENHUM EFEITO
CELESTIAL, porque considerava TANTO A ORAÇÃO QUANTO A EVENTUAL RESPOSTA OU
MESMO A AUSÊNCIA DE RESPOSTA como ato ou fato integrante do decreto
predestinatório eterno, imutável, infalível e inquestionável de Deus.
Atente para estas transcrições do livro THE
STORY OF CIVILIZATION, de Will Durant – Prêmio Pulitzer e Medalha Presidencial
da Liberdade, outorgada pelo Governo dos Estados Unidos da América:
"...The authority of the clergy over Genevese life was exercised through a Consistory or
Presbytery composed of
five pastors and twelve lay elders, all chosen by the Council. CALVIN HELD
POWER AS THE HEAD OF THIS CONSISTORY; FROM 1541 TILL HIS DEATH IN 1564 HIS
VOICE WAS THE MOST INFLUENTIAL IN GENEVA."
TRADUZINDO
"...A
autoridade do clero sobre a vida dos genebrinos era exercida
através de um Consistório ou Presbitério composto
por cinco pastores e doze anciãos, todos escolhidos pelo Conselho. CALVINO
DETINHA PODER COMO CHEFE DESSE
CONSISTÓRIO. DE 1541 ATÉ SUA MORTE EM 1564 SUA VOZ ERA
A MAIS INFLUENTE EM GENEBRA."
"...Outside of this Church there is no salvation. The ideal government will be a theocracy, and the Reformed Church should be recognized as the voice of God. All the claims of the popes for the supremacy
of the Church over the state were renewed by Calvin for his Church."
TRADUZINDO
"...Fora desta
Igreja não há salvação. O GOVERNO
IDEAL É A TEOCRACIA, E A IGREJA REFORMADA DEVE SER RECONHECIDA
COMO A VOZ DE DEUS. Todas as
pretensões dos Papas pela supremacia da Igreja sob o Estado foram renovadas por
Calvino em prol de sua Igreja."
"Should anyone come after the sermon has begun, let him be warned. If he does not amend, let
him pay a fine of three sous." No one was to be excused from Protestant services on the plea of having a different or private religious creed; Calvin was as thorough as any pope in rejecting individualism
of belief."
TRADUZINDO
"...Se
alguém chegasse atrasado ao sermão, seria
advertido ou admoestado. Se não se emendasse, teria de
pagar multa. Ninguém poderia se eximir das atividades
religiosas protestantes sob o pretexto de terem ou adotarem credo
ou crença diferente. CALVINO ERA TÃO RADICAL QUANTO QUALQUER PAPA EM SE
TRATANDO DE REJEIÇÃO À CRENÇA INDIVIDUAL."
"...Let us pray with humility and faith, he tells us,
and our prayers will be answered; THE PRAYER
AND THE ANSWER WERE ALSO DECREED."
TRADUZINDO
"...Dediquemo-nos
à oração com humildade e fé, ele diz, e nossas
orações serão respondidas: A ORAÇÃO E A RESPOSTA FORAM TAMBÉM
DECRETADAS."
(NOTA: Ora, se a
oração e a resposta foram decretadas, não há como eu "me dedicar"(sic) ao cumprimento daquilo que
infalivelmente haverá de se cumprir por força de um decreto)
"...Persistent absence from Protestant services, or
continued refusal to take the Eucharist, was a punishable offense. HERESY AGAIN BECAME AN INSULT TO GOD AND TREASON TO THE
STATE, AND WAS TO BE PUNISHED WITH DEATH."
TRADUZINDO
"...a
ausência persistente às atividades religiosas, ou a recusa continuada ao
recebimento da eucaristia ou ceia, REPRESENTAVA UMA OFENSA PASSÍVEL DE PUNIÇÃO.
A HERESIA, UMA VEZ MAIS, TORNOU-SE UM
INSULTO A DEUS E TRAIÇÃO AO ESTADO, E DEVERIA SER PUNIDA COM A MORTE."
"...Between
1542 AND 1564 FIFTY-EIGHT PERSONS WERE PUT TO DEATH, AND SEVENTY-SIX WERE
BANISHED, for
violating the new code. Here, as elsewhere, witchcraft was a capital crime; in
one year, on the
advice of the Consistory, fourteen alleged witches were sent to the stake on
the charge that they had persuaded Satan to afflict Geneva with plague."
TRADUZINDO
"...ENTRE 1542 E 1564 CINQUENTA E OITO
PESSOAS FORAM EXECUTADAS E SETENTA E SEIS FORAM BANIDAS por violação do novo código. Lá, como em outros
lugares, a bruxaria configurava crime capital. Em determinado ano, por influência do Consistório, quatorze
supostas bruxas foram amarradas e mortas em estacas sob acusação de que haviam persuadido Satã para que
afligisse Genebra com pragas ou pestes."
"...A woman was jailed for arranging her hair to an immoral height. Children
were to be named not after saints in the Catholic
calendar but preferably after Old Testament characters; an obstinate father served four days in prison for
insisting on naming his son Claude instead of Abraham."
TRADUZINDO
"...Uma mulher FOI
PRESA POR PENTEAR SEU
CABELO DE UMA MANEIRA OU NUMA ALTURA IMORAL. Nomes de crianças obrigatoriamente
tinham de ser escolhidos entre aqueles do Velho Testamento. Um pai teimoso foi posto na prisão por quatro dias POR INSISTIR EM DAR
AO SEU FILHO O NOME DE CLÁUDIO EM VEZ DE ABRAÃO."
"...To speak
disrespectfully of Calvin or the clergy was a crime. A first violation of these ordinances was punished with a reprimand,
further violation with fines, persistent violation with imprisonment or
banishment. Fornication was
to be punished with exile or drowning; adultery, blasphemy, or idolatry, with
death. In one extraordinary instance a child was beheaded for striking its parents. In the years
1558-59 there were 414 prosecutions for moral offenses; between 1542 and 1564
there were seventy-six banishments and fifty-eight executions."
TRADUZINDO
"...FAZER REFERÊNCIAS
DESRESPEITOSAS A CALVINO OU AO CLERO ERA CRIME. Uma primeira violação punia-se com reprimenda, na
reincidência aplicavam-se multas, havendo persistência, prisão ou
banimento. A FORNICAÇÃO ERA PUNIDA COM
EXÍLIO OU AFOGAMENTO; O ADULTÉRIO, A BLASFÊMIA OU A IDOLATRIA, COM A MORTE. Em determinado
caso, UMA CRIANÇA FOI DECAPITADA POR TER GOLPEADO SEUS
PAIS. No intervalo ENTRE 1542 E 1564 HOUVE SETENTA E SEIS
BANIMENTOS E CINQUENTA E OITO EXECUÇÕES."
No contexto da narrativa estampada na citada
Obra Literária do premiado escritor e historiador WILL DURANT, constata-se que
JOÃO CALVINO, ao acusar FEROZMENTE Miguel Serveto de haver perpetrado
"CRIME IMPERDOÁVEL", serviu-se ou apoiou-se em passagens Bíblicas da
Antiga Aliança ou da Lei Mosaica, como Deuteronômio 13:5-15, 17:2-5, Êxodo 22:20
e Levítico 14:16.
Nesse sentido, observe os seguintes registros
(THE STORY OF CIVILIZATION, de Will Durant - Prêmio Pulitzer e Medalha
Presidencial da Liberdade, outorgada pelo Governo dos Estados Unidos da América):
"...Calvin quoted the ferocious decrees of
Deut. 13:5-15, 17:2-5; Exodus 22:20; and Lev. 24:16, and argued from them with
truly burning eloquence: '...There is no question here of man's authority; it
is God Who speaks, and it is clear what law He would have kept in the Church
even to the end of the world. Wherefore does He demand of us so extreme
severity if not to show us that due honor is not paid Him so long as we set not
His service above every human consideration, so that we spare not kin nor blood
of any, and forget all humanity when the matter is to combat for His
glory?"
TRADUZINDO
"...Calvino
invocou como suporte os ferozes decretos contidos em Deuteronômio 13:5-15, 17:2-5,
Êxodo 22:20 e Lev 24:16, e a partir
deles argumentou com flamejante eloquência, bradando:
'...Não se
pode aqui QUESTIONAR A AUTORIDADE DO HOMEM, POIS É DEUS QUEM FALA, e é claro
qual a lei que Deus manteve na Igreja até o fim do mundo. Portanto,
Ele exige de nós extrema severidade de modo a mostrar-nos a devida
honra que deve a Ele ser deferida e que Seu serviço esteja acima de qualquer
humana consideração, DE TAL MANEIRA QUE NÃO POUPEMOS
NEM FAMILIARES NEM O SANGUE DE NINGUÉM, E ESQUEÇAMOS TODA A HUMANIDADE QUANDO
SE TRATE DE COMBATER PARA A GLÓRIA DE DEUS."
"...Calvin
wrote to Farel (February 13, 1546): "Servetus has just sent me a long volume of his ravings. If I
consent he will come here, but I will not give my word, for should he come, if my authority is of any
avail, I will not suffer him to get out alive."
TRADUZINDO
"......Levando Calvino a
escrever a Farel (13 de fevereiro de 1546) o seguinte: 'Serveto acaba de me
enviar um grosso volume contendo seus delírios. Se eu consentir ele virá aqui,
mas não empenharei minha palavra, porque se ele vier e se minha
autoridade for de alguma valia, não permitirei que ele daqui saia vivo."
Especificamente em relação à INVERDADE sobre a
execução cruel e desumana de Miguel Serveto (queimado vivo amarrado a uma
estaca), veja abaixo a narrativa fiel dos acontecimentos.
Ao contrário do que MALDOSAMENTE se propaga no
âmbito do segmento religioso calvinista, João Calvino, ALÉM DE TÊ-LO AMEAÇADO
OU JURADO DE MORTE (conforme transcrição acima), CUMPRIU À RISCA ESSA AMEAÇA, mandando prendê-lo em pleno culto religioso,
lançando-o em prisão fétida e repleta de piolhos, e acusando-o de
"imperdoável heresia"(sic) consistente em ter uma opinião diferente a respeito da Trindade e do
Batismo de Crianças.
E mais: TAMBÉM NÃO É VERDADE aquilo que comumente se
propaga no sentido de que João Calvino houvesse tomado a iniciativa de pedir ao
Conselho que, em vez de queimar vivo Miguel Serveto, simplesmente o
decapitasse. A realidade nisso tudo foi que MIGUEL SERVETO (ELE MESMO) PEDIU A
CALVINO QUE, EM VEZ DE "ASSADO VIVO", FOSSE DECAPITADO. A partir,
então, desse pedido de Serveto foi que Calvino tentou essa
"GENEROSIDADE" junto ao tal Conselho de Genebra, mas não obteve
sucesso.
Confira o extrato
seguinte, do livro THE STORY OF CIVILIZATION, de Will Durant (Prêmio Pulitzer e Medalha Presidencial da Liberdade, outorgada
pelo Governo dos Estados Unidos da América), Sexto Volume:
"...When Servetus heard the sentence, SAYS CALVIN, 'he moaned like a
madman, and... beat his breast, and bellowed in Spanish, Misericordia! Misericordia!'
HE ASKED TO TALK WITH CALVIN; HE PLEADED WITH HIM FOR MERCY; CALVIN OFFERED NO
MORE THAN TO GIVE HIM THE FINAL CONSOLATIONS OF THE TRUE RELIGION IF HE WOULD
RETRACT HIS HERESIES. Servetus would not. HE ASKED TO BE BEHEADED RATHER THAN
BURNED; CALVIN WAS INCLINED TO SUPPORT THIS PLEA, BUT THE AGED FAREL, IN AT THE
DEATH, REPROVED HIM FOR SUCH TOLERANCE; AND THE COUNCIL VOTED THAT SERVETUS
SHOULD BE BURNED ALIVE. The sentence was carried out the next morning, October
27, 1553, on the hill of Champel, just south of Geneva. ON THE WAY FAREL
IMPORTUNED SERVETUS TO EARN DIVINE MERCY BY CONFESSING THE CRIME OF HERESY;
ACCORDING TO FAREL THE CONDEMNED MAN REPLIED, "I AM NOT GUILTY, I HAVE NOT
MERITED DEATH"; AND HE BESOUGHT GOD TO PARDON HIS ACCUSERS. He was
fastened to a stake by iron chains, and his last book was bound to his side.
When the flames reached his face he shrieked with agony. After half an hour of
burning he died."
TRADUZINDO
"Quando Serveto ouviu a sentença, diz Calvino, 'ele gemeu como um louco, bateu no peito e berrou em Espanhol:
'Misericórdia! Misericórdia! Ele
pediu para falar com Calvino e implorou por clemência. Calvino ofereceu-lhe não
mais que a consolação da religião verdadeira se ele se retratasse de suas
heresias. Serveto não quis. Pediu
para ser decapitado em vez de queimado vivo. Calvino mostrou-se inclinado a apoiar esse pedido, mas Farel reprovou-o
por tal tolerância, e o Conselho votou no sentido de que Serveto deveria ser
queimado vivo. A sentença foi executada na manhã seguinte, em 27 de outubro de
1553, na colina de Champel, ao sul de Genebra. No caminho, Farel importunava
Serveto para obter a clemência divina confessando o crime de heresia. De acordo
com Farel, o condenado replicou: 'Eu não sou culpado, eu não sou merecedor da morte'; e suplicou a Deus o perdão para seus acusadores. Ele foi amarrado a uma estaca com correntes de ferro, e seu último livro
preso ao seu lado. Quando as chamas alcançaram seu rosto, ele gritava de
agonia. Após meia hora sendo consumido pelas chamas, ele morreu."

Miguel Servet
Crédito para: WIKIPEDIA
QUEIMADO VIVO AMARRADO A UMA ESTACA
Crime: PENSAR e EXPOR
Fica, pois, evidenciado que João Calvino, LONGE DE QUALQUER
DÚVIDA, fora o RESPONSÁVEL DIRETO pela prisão, pela acusação, pelo processo,
pela condenação e pela morte horrorosa de Miguel Serveto.
Por conseguinte, NO QUE CONCERNE AO CIDADÃO
JOÃO CALVINO, e tomando-se
em conta a história tal como fielmente apresentada, deve-se enfatizar que:
Ser PIEDOSO, ou, mais exatamente, SER CRISTÃO
PIEDOSO, no inconfundível sentido Bíblico, é ser MANSO, é ser ABNEGADO, é ser
HUMILDE, é ser AMOROSO, é AMAR O PRÓXIMO, é PRESERVAR O PRÓXIMO, é HONRAR A
DEUS.
RESSALVA IMPRESCINDÍVEL: Obviamente (necessário
dizer), não estou aqui a "proferir julgamento"(sic) sobre João
Calvino, mas simplesmente tratando de DESFAZER AS MAQUIAGENS TRONCHAS E LAMENTÁVEIS
ou LAMENTAVELMENTE DESFIGURADORAS e que, por isso mesmo, INDUZEM E TÊM INDUZIDO
PESSOAS AO ERRO.
Se João Calvino foi um Homem de Deus na acepção
Bíblica, se João Calvino foi Santo, se João Calvino foi Sumo Teólogo, se João
Calvino foi Expoente, se João Calvino foi Erudito, se João Calvino foi
Admirável, se João Calvino foi Herói etc. etc., não me cabe a mim dizê-lo, nem tenho o menor interesse nisso. Meu objetivo, repito, é LIDAR COM FATOS. E os fatos falam por si mesmos.
Não há como passar despercebido que,
longe (MUITO
LONGE) dos ensinamentos Bíblicos, o próprio João Calvino preconizava abertamente a
pena de morte para todos aqueles que, aos seus olhos, fossem reputados como
hereges ou blasfemos. Eis, abaixo, transcrição textual
do que ele disse a esse respeito:
"...Whoever
shall now contend that it is unjust to put heretics and blasphemers to death
will knowingly and willingly incur their very guilt." (John Calvin)
"...Quem
agora argumentar que é injusto matar hereges e blasfemadores estará
conscientemente e voluntariamente incorrendo na própria culpa daqueles." (João Calvino)
Do
livro "HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ", Philip Schaff, vol. VIII, pág. 668
Vê-se, portanto, que, deprimentemente, João Calvino decidiu dar "nova redação"(sic) à Passagem Bíblica de Tito 3:10, ou
seja:
Eis o que a Bíblia exprime:
"Ao homem herege, depois de
uma e outra admoestação, EVITA-O." (Bíblia: Tito 3:10)
O que João Calvino optou por "mudar" na Palavra de Deus:
"Ao homem herege, depois de uma e outra
admoestação, MATA-O."
(João Calvino)
Ele reafirma tal "disposição de ânimo" também no seu conhecido livro "Institutas da Religião
Cristã", como na sequência deste texto se verá.
PROSSEGUINDO,
APÓS A PAUSA
Observem a ingente
absurdidade: Enquanto Miguel
Serveto foi queimado vivo como um criminoso animalesco da pior espécie, e cujo
imperdoável crime fora manifestar-se dissonantemente do enfoque calvinista
acerca do mistério da Trindade, além de expressar-se contrariamente ao batismo
de crianças, João Calvino jamais fora sequer questionado relativamente aos
seguintes e meramente exemplificativos despropósitos contidos no livro
Institutas da Religião Cristã (tradução de Waldyr Carvalho Luz, quatro volumes,
formato pdf):
Atente-se,
abaixo, para a explicação doutrinária de João Calvino, querendo justificar o
fato de Deus, segundo as teses desse francês, condenar predestinatoriamente
BILHÕES e BILHÕES de pessoas para a perdição eterna:
"...Yet he professes to know why God so
arbitrarily determines the eternal fate of billions of souls: it is 'to promote our
admiration of His glory' by the display of His power." (THE STORY OF CIVILIZATION, vol. 6, Will Durant –
Prêmio Pulitzer e Medalha Presidencial da Liberdade, outorgada pelo Governo
dos Estados Unidos da América)
TRADUZINDO:
"...Contudo,
ele professa saber a razão pela qual Deus tão arbitrariamente determina a sorte
eterna de bilhões de almas: é para 'promover nossa admiração pela Sua glória' por meio da exibição de
Seu poder." (HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO, vol. 6, Will Durant)
NOTA: Com outras
palavras, entende o João Calvino que BILHÕES e BILHÕES de pessoas são
ARBITRARIAMENTE condenadas por Deus tão-somente
para que "nós", os eleitos também predestinatoriamente, possamos
"admirar" a Glória de Deus...
"...Calvin
enhanced this feeling of pride in election by making the elect, penniless or
not, an hereditary aristocracy: the children of the elect were
automatically elect by the will of God." (THE STORY OF
CIVILIZATION, vol. 6. Will Durant – Prêmio Pulitzer e Medalha Presidencial da Liberdade,
outorgada pelo Governo dos Estados Unidos da América)
TRADUZINDO:
"...Calvino
intensificava esse sentimento de orgulho pela eleição transformando os eleitos,
pobres ou não, numa aristocracia hereditária, isto é: filhos
de eleitos eram automaticamente eleitos pela vontade de Deus".
"...Eu
concedo mais: os
ladrões e os homicidas, e os demais malfeitores, são instrumentos da divina
providência, dos quais o próprio Senhor se utiliza para executar os juízos que
ele mesmo determinou."
(vol. I)
NOTA: O estuprador de uma criança
com três anos de idade que,
após o estupro, a mata brutalmente diante do pai e da mãe, age como instrumento
da divina providência?
O
pedófilo que, após seviciar sexualmente e cortar
a garganta de um infante, age
como instrumento da divina providência?
O
político ladrão, saqueador dos cofres públicos, canalha dos pés à cabeça, age como instrumento da divina
providência?
O
punguista (batedor de carteira) age como instrumento da divina providência?
O
sonegador de impostos que insere dedução falsa na Declaração
de Imposto de Renda age como instrumento da divina
providência?
O
traficante de cocaína, crack etc. age como instrumento da divina providência?
O
rufião (aquele que vive da prostituição
alheia) age como instrumento da divina
providência?
O
pastor trapaceiro, mentiroso e estelionatário
age
como instrumento da divina providência?
Os
integrantes do Governo Tirano de Genebra,
repugnantemente autocrático e totalitário, que
não permitia liberdade de crença e de expressão, do qual fazia parte o João
Calvino, quando "condenaram"(sic)
Miguel Serveto a ser queimado vivo amarrado a uma estaca, agiram na honrosa qualidade de instrumentos da divina
providência e executores do juízo determinado por Deus?
Se sim, significa, então e também, que
Deus considerou Miguel Serveto como "merecedor"
da "fogueira santa" e teria
determinado que João Calvino e seus companheiros levassem a cabo o citado
juízo?
Todos
esses "ilustres instrumentos
divinos", nessa condição e ao assim obrarem, exercem tão-somente o "nobre" papel de executores
dos "juízos" que Deus
determinou, em conformidade com a "pura
e sã doutrina"(sic) do João Calvino, como ele próprio declara em tom ridiculamente
ameaçador, utilizando-se de xingamentos e expressões rasteiras, gritantemente
incompatíveis com a "santidade"(sic)
que esse João Calvino apregoava a respeito dele próprio, declarando no prefácio
do livro em estilo "solene"(sic)
que sua produção literária constituía "derivação
celestial"(sic), algo como uma revelação especial que, inclusive,
destinava-se, segundo ele, a evitar que os cristãos se enfadassem ou se
aborrecessem com a leitura da Bíblia, cuja compreensão somente seria possível
com o auxílio indispensável e prioritário de sua aventura literária?
Isso
é um desfile de deboches, uma ofensa à cristandade verdadeira ou
inconfundivelmente verdadeira, um delírio informe, uma gargalhada blasfema.
Enfadonho, maçante e impregnado de vaidade
oca, isso sim, é esse livro escrito por ele. Não, a Bíblia, cujas linhas emergem de
inspiração sobrenatural do Espírito Santo. A propósito, reveja-se o que Calvino
estampou no citado prefácio:
"
...Por essa razão, aliviado será o leitor piedoso de grande aborrecimento e enfado, se à Escritura
se achega premunido
do conhecimento da presente obra como de um instrumento necessário."
"... Não ouso arrogar-lhe testemunho
demasiado lisonjeiro, nem pronunciar-me quanto a quão proveitosa lhe possa ser
a leitura, temendo parecer que à minha obra atribuo valor excessivo. Todavia, posso bem prometer que poderá isto ser como
que uma chave e entrada que a todos os filhos de Deus outorgue acesso a correta e cabal compreensão da Santa Escritura."
"... E já que forçoso nos é reconhecer que
de Deus procedem toda verdade e sã doutrina,
ousarei, um tanto presunçosamente,
afirmar, com singeleza, a opinião que nutro desta obra: é ela mais de Deus
que de mim próprio.
Portanto, se algum louvor houver ela de
suscitar, a Deus se deve ela render."
"... Exorto, pois, a todos quantos nutrem
reverência para com a Palavra do Senhor, a que
a leiam e, com diligência, a entesourem
na mente; se
almejam possuir, primeiro, um sumário da doutrina cristã, em segundo lugar, um meio de fruir real proveito da leitura tanto do Antigo quanto do Novo
Testamentos."
“...E além disso quis com esta nota dar
a entender que ele apaga do número de seus filhos aqueles que são fáceis de vingar-se e difíceis em perdoar..." (vol. III):
NOTA:
Implica dizer que a predestinação seria também algo "maleável"(sic), sujeita a "alterações"...
Referindo-se a Adão: "...a escolha do bem e do mal lhe era livre. Suma retidão havia em sua mente e em sua vontade" (vol. I):
NOTA: Observe-se que o escritor aparentemente defende
a existência plena do livre-arbítrio relativamente ao primeiro homem. Mas como Adão
poderia escolher entre o bem e o mal se o bem e o mal não eram de
conhecimento nem dele nem de sua mulher, se tal
conhecimento somente poderia ocorrer caso comessem da árvore do conhecimento do
bem e do mal?
“...O melhor meio de que ele pode servir-se
para abater essa nossa arrogância.
Deus nos
aflige ou com ignomínia, ou com pobreza, ou com perda de parentes, ou com
doença, ou com outras calamidades" (vol. III):
NOTA:
Deus, no intuito de dissuadir-nos de nossa arrogância, isto é, com o objetivo
de fazer com que o eleito "deixe de ser arrogante", inflige-nos
doenças, mata nossos parentes, faz que nos tornemos pobres. Esse escritor deixa a nítida impressão de que se
transportou no tempo para a Antiga Aliança, quando filhos eram punidos pelas
transgressões dos pais etc. etc. Então,
se alguém cultivar altivez ou arrogância, seus filhos, seus netos, seus
parentes, correm o perigo de ser mortos por Deus simplesmente para que ele "deixe de ser arrogante"?
“...nosso sumo bem é
não haver nascido, e portanto se deve morrer o quanto antes.
'Confesso que hão sentido, na verdade, com muito acerto aqueles a quem pareceu
o melhor o não ser nascido, em seguida, o morrer o mais cedo
possível.” (vol. III):
NOTA:
João Calvino admite-se extremista no que se refere ao controle de natalidade, defendendo enfaticamente uma espécie de natalidade zero e, portanto, algo como extinção dos seres humanos da face da terra.
Conclui-se, então, que as mulheres grávidas são malvistas por esse cidadão e seus adeptos calvinistas.
Inevitavelmente, entender-se-á que Calvino
rejeita a passagem Bíblica segundo a qual "os
filhos são herança do Senhor e o fruto do ventre o seu galardão" (Sl 127:3)?
"...as próprias
crianças, enquanto trazem consigo sua condenação desde o ventre materno, são tidas como culposas não por falta alheia, mas pela falta de si próprias. Embora ainda não tenham trazido à tona os frutos de sua
iniqüidade, no entanto têm encerrada dentro de si a semente. Com efeito, sua natureza toda é uma como que
sementeira de pecado. Por
isso, não pode ela deixar de
ser odiosa e abominável a Deus." (vol. II):
NOTA: Uma
qualquer mulher que esteja grávida, caso ocorra um aborto no oitavo mês da
gestação, jamais
poderia saber se o natimorto era Eleito ou Filho de Satã. E na hipótese de a criança nascer com
vida e morrer após alguns dias, tendo sido batizada, quais haveriam de ser as
palavras do batizante ao ensejo desse sacramento e ao ensejo do funeral da
criança?
Vejam que, com tal posicionamento
doutrinário, João Calvino revela-se flagrantemente
herético também sob outra ótica, ou
seja, esse cidadão SE
OPÕE ao Senhor Jesus Cristo, João Calvino SE OPÕE à Palavra de Deus,
considerando que é a Bíblia, ela própria, que contém palavras solenes,
indubitáveis, inquestionáveis do Senhor Jesus no sentido de que: "...Deixai os
meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino
dos céus" e "Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito
louvor?" (Mt 19:14 e Mt 21:16).
João Calvino considera, então, que
Jesus estava "exagerando"(sic), já que, ao ver desse escritor, aludindo a Mateus 19:14, relativamente
às crianças, "dos
tais é o reino do inferno" em sua
maioria!! De que plausível maneira um réprobo, um
maldito, um predestinado ao inferno poderia ter um momento ou um lampejo
efêmero de "perfeito louvor" para, daí a algum tempo, "desabrochar-se"
como abominável e eterno habitante do inferno?
E mais:
Para
esse escritor francês, Deus
não somente criou o Diabo, mas continua diariamente criando réplicas do Diabo
ou Anjos Diabólicos, na medida em que
predestina milhões e milhões de pessoas para a perdição eterna a ser "curtida" num lugar chamado
inferno, o qual, segundo a Bíblia, é reservado PARA O DIABO E SEUS ANJOS. Se considerarmos que
a Palavra de Deus ensina claramente que o mundo jaz no maligno e que larga é a
porta que conduz à perdição, fica óbvio que a maioria esmagadora das crianças
que são cotidianamente geradas não passam de "filhotes do diabo", já que, segundo as teorias doutrinárias do
gaulês João Calvino, o decreto predestinatório de Deus não distingue entre crianças no
ventre, ou crianças aos seios da mãe, ou crianças nascidas vivas, ou crianças
nascidas mortas, ou crianças com muito tenra idade, ou adultos ou
pessoas avançadas em idade.
Todos
já são concebidos ou já nascem com o chip
de predirecionamento eletivo à vida eterna ou com o chip que os encaminhará ao tormento infindável.
Só
para relembrar o que está contido nesse mesmo livro rotulado de Institutas:
"... designou de uma vez para sempre, em
seu eterno e imutável desígnio, àqueles que ELE QUER QUE SE SALVEM, e também
àqueles QUE QUER QUE SE PERCAM." (vol. III)
Seria,
pois, plenamente lógico concluir que, segundo o olhar doutrinário do cidadão
João Calvino, os filhos réprobos ou malditos, na avassaladora maioria dos
viventes, representariam, em
vez de herança, uma espécie de "maldição"
de Deus que as mães carregam no ventre, quando nos lembramos do Salmo nº 127?
Ou
pactuaríamos com o pensamento desse francês no sentido de que, mesmo
pré-condenadas ao inferno, as crianças constituem uma "bênção" ou um "galardão"
divinos?
E
mais: o predestinadamente réprobo, enquanto ainda pequeno, enquanto ainda "diabinho" aos seios da mãe, é capaz de "perfeito louvor", mas logo após atingir
determinada idade "diabólica"
ele deixa de ser perfeito louvador para ser execrável blasfemador, simplesmente
porque "dos tais é o reino do
inferno"?
"...A buscar ajuda, refugia-se ali onde,
para que se conserve incólume, tem necessariamente de prostituir a esposa, o que lhe teria sido, talvez, mais amargo
que muitas mortes.” (vol. II):
NOTA:
Para Calvino, Abraão, diante
da apertura em que se encontrava durante a caminhada para a terra aonde Deus o
destinara, viu-se sem alternativas a não ser "prostituir sua mulher Sara".
Esta
é a inacreditável interpretação calvinística de Gênesis 12:11-15, onde se lê
tão-somente que Abraão pediu a Sara que, se perguntassem, dissesse ser sua
irmã, receoso de que o matassem por causa da formosura de sua mulher.
“Os animais brutos, as próprias
criaturas insensíveis, e até as madeiras e as pedras têm como que um
certo sentimento de sua futilidade e corrupção, e estão esperando o dia da
ressurreição para ver-se livres de sua futilidade juntamente
com os filhos de Deus.” (vol. III):
Na versão em inglês: "...Shall the lower animals, and inanimate creatures themselves
even wood and stone, as conscious of their present vanity, long for the final
resurrection, that they may with the sons of God be delivered from vanity."
(pág. 576)
NOTA: Calvino
"equipara" animais,
madeiras e pedras ao homem, imagem e semelhança de Deus, e, indo muito mais além do que uma simples prosopopeia, tenta inocular sentimento e até mesmo "alma"
e "espírito" em madeiras,
pedras e animais, apenas
olvidando-se de esclarecer se aos tais se aplicaria a predestinação eletiva e
condenatória... E, superando todas as expectativas, esse escritor invoca como
alicerce para essa sua "teoria da
ressurreição" o Livro de Romanos 8:19-21.
“...Eis o SUPREMO
PODER COM O QUAL CONVÉM QUE OS PASTORES DA IGREJA SEJAM INVESTIDOS. Que
obriguem a todo poder, glória, sabedoria, exaltação do mundo a sujeitar-se-lhe
e a OBEDECER-LHE À MAJESTADE; SUSTENTADOS EM SEU PODER, IMPEREM SOBRE
TODOS, desde o mais alto até o mais baixo; EDIFIQUEM A MANSÃO DE CRISTO, DESMANTELEM A DE SATANÁS; apascentem
as ovelhas, submetam os rebeldes e contumazes; LIGUEM E DESLIGUEM; enfim, caso se faça necessário, RELAMPEJEM E DESPEÇAM RAIOS; tudo,
porém, na Palavra de Deus.”
(vol. IV)
NOTA: O moço João Calvino (seu livro foi
escrito quando ele contava vinte e seis anos de idade) revela-se eloquentemente
categórico quando, no mesmo livro "Institutas", afirma e reafirma em
prosa e verso sua tese no sentido de que os dons espirituais feneceram, não
mais subsistem em nosso tempo, não há mais profecias, não há mais línguas, não
há mais milagres, não há mais curas, não há mais feitos sobrenaturais. Por que,
então, cargas-d'água, ele, numa contradição inominável como essa, em sentido
diametralmente contrário assevera megafonicamente que os Pastores (leia-se: somente os chamados Reformados ou Calvinistas e,
portanto, ele próprio também) são dotados de "supremo
poder", aptos a imperar como "majestades", a "ligar
e desligar", a "relampejar" e "despedir raios"?
"...Se bem que
cinza e saco talvez se adequassem mais àqueles
tempos, no entanto é evidente que entre nós mui oportuno haverá de ser o uso do pranto e do jejum, sempre que o Senhor parecer ameaçar-nos com algum flagelo ou
calamidade. Nem os pastores das igrejas haverão de fazer mal hoje, se ao verem
a ruína pendente sobre os pescoços dos seus, bradarem a que se apressem ao
jejum e ao pranto." (vol. III)
NOTA: Como conciliar tal extravasão literária com as
teorias predestinacionistas calvinísticas, segundo as quais tudo cessou a
partir da Nova Aliança, em termos de espiritualidade sobrenatural decorrente de
dons?
E não apenas o aspecto
cessacionista-calvinístico, mas com igual ou ainda maior ênfase quando se traz
à lembrança a nuança consistente em que esse homem apregoa que nada acontece
que não haja sido e nada acontece que não decorra da preordenação absoluta. Portanto, de
que maneira "prantos e jejuns" provocariam alteração nos eternos e
imutáveis propósitos do Criador?
Seria prática corrente nos ajuntamentos
denominacionais de índole calvinista que os
líderes ou pastores aconselhem veementemente os adeptos que se lancem ao jejum
e ao choro, no intuito de obterem livramento de
flagelos ou calamidades provindos do próprio Deus?
“Nego,
pois, que o pecado deva ser menos imputado por ser necessário; nego, por
outro lado, que o que inferem seja procedente, a saber, ser
ele evitável, por ser
voluntário. Ora, se alguém quer contender com Deus
e furtar-se ao juízo com este pretexto, que não poderia ter agido de outra maneira, tem a resposta preparada, o que ressaltamos em outro lugar, a saber, o fato de os homens,
convertidos em escravos do pecado, nada poderem querer senão o mal, não provém da criação, mas da
corrupção da natureza.
Donde,
pois, essa incapacidade que os ímpios de bom grado invocariam como pretexto,
senão que, por sua livre vontade, Adão se entregou à tirania do Diabo? Daqui,
pois, a corrupção de cujos laços somos mantidos atados, ou, seja, que o
primeiro homem desertou de seu Criador. Se desta deserção são merecidamente
tidos todos os homens por réus, não se julguem escusados pela própria
necessidade, em que têm a mais translúcida causa de sua condenação. E isto expliquei claramente supra, e um
exemplo propus no próprio Diabo, de que se fizesse patente que aquele que peca por necessidade, peca não menos por
vontade; assim
como, por outro lado, nos
anjos eleitos, embora a vontade lhes seja
indeclinável do bem, entretanto não deixa de ser vontade...” (vol. II)
NOTA: De acordo com a doutrina do gaulês
Calvino, o pecado é não apenas necessário, mas
também inevitável. E, ainda que o homem peque "necessariamente" e "inevitavelmente", ele assim age por "espontânea
vontade".
O escritor em questão, como lhe é
peculiar, apregoa que essa é a "perfeita exegese Bíblica, a pura e
sã doutrina". Já em relação à eleição, ou seja, com
pertinência aos eleitos, João Calvino assevera que NÃO
EXISTE VONTADE ALGUMA. A vontade só se faz calvinisticamente
plausível para a prática do mal, ainda
que predestinados condenatoriamente antes da fundação do mundo, antes do
nascimento, ainda na qualidade de fetos uterinos, ainda que na condição de
cadáveres abortivos, ainda que na condição de bebês lactentes subitamente
mortos, todos estes são "celeiros da maldade" e "pecadores
compulsoriamente espontâneos"...
“Queiras
ou não, que teu
intento é pendente antes da impulsão de Deus do que da liberdade de tua
escolha, esta é
a experiência diária." (vol. II)
"...Se é diligentemente examinada, a Escritura mostra que não só as boas vontades dos homens, que de más ele assim as faz, e uma
vez feitas, dirige para as boas ações e a vida eterna, mas também aquelas que conservam a
criatura no mundo,
assim estão sob o poder de Deus,
de modo que, por seu mui secreto, porém mui justo juízo, as faz inclinar-se para onde quiser,
quando quiser, seja para prestarem benefícios, seja para infligirem
castigos." (vol.
II)
NOTA: O
escritor intenta transmitir sua "experiência
diária" no sentido de que TUDO o que TODAS as pessoas fazem ou deixam de fazer na verdade NÃO
FAZEM NEM DEIXAM DE FAZER, porque Deus não as dotou ou não nos dotou nem de espontaneidade,
nem de intento, nem de iniciativa, nem de vontade, nem de escolha...
"...
Que nos confessemos
àquele que do seio da Igreja tenha se mostrado especialmente idôneo, contudo,
visto que os
pastores são idôneos para julgar muitíssimo acima dos demais, deverão também ser de preferência escolhidos
por nós.
Não negligenciar o remédio que lhe é oferecido pelo Senhor, isto é,
que para aliviar-se use
da confissão particular perante seu pastor, e para alcançar consolações para si implore em particular a ajuda daquele cujo ofício é consolar.
Esta foi a forma de se confessar na Igreja antiga, como também
Cipriano o relembra: 'Fazem penitência', diz ele, 'pelo tempo justo, então vêm
à confissão e,
mediante a imposição de mãos do bispo e do clero, recebem o direito de
comunhão.
Não
vulgar ou leve consolo é ter ali presente o embaixador de Cristo, munido do mandato de reconciliação, por meio de quem ouça pronunciar-se sua
absolvição.
Quão grande beneficio é que se compreende estar
perdoado por aqueles a quem Cristo disse: 'A todos quantos perdoardes os pecados
na terra, terão sido perdoados no céu!'. Se
o mesmo revelou a seu pastor a ferida secreta de sua alma e tenha dele ouvido, dirigida diretamente a si, esta mensagem do
evangelho: 'Perdoados
são teus pecados;
tem confiança, à segurança firmará o ânimo e
se libertará dessa ansiedade de que antes ardia.” (vol. III)
NOTA: Por incrível que parecer possa, João Calvino, em meio a referências as mais
enfaticamente depreciativas, abominadoras e execratórias, dirigidas
especialmente ao Catolicismo Romano e à Estrutura Papal em seu livro "Institutas", defende, não obstante, lá mesmo, a prática
romanista da "penitência", seguida da "confissão auricular", depois o "perdão pastoral", isto é, a "absolvição concedida pelo embaixador de
Cristo" através
da qual se abre caminho à comunhão.
“O mesmo ensina ainda o Apóstolo, em outro lugar, que Deus a todos encerrou debaixo da
incredulidade, não para que os perca, ou deixe que todos pereçam, mas para que ele tenha misericórdia de todos.” (vol.
II)
NOTA: Trata-se do inominável doutrinário, na medida em que, sabidamente,
rotundamente e explicitamente, João Calvino é defensor ardoroso e
iracundo daquilo que ele próprio denomina "pura e sã doutrina"(sic),
segundo a qual não existe misericórdia para todos; aliás, não existe misericórdia para
nenhum vivente, exceto para aqueles pouquíssimos que
contemplados com o chip da eleição pré-uterina. Como se vê, tal posicionamento chega a
ser ofensivo para quem se aventura na literatura do francês, pois que ele supõe
que pessoas não estejam aptas à leitura...
- O padre Martinho Lutero não é citado NEM UMA
ÚNICA VEZ por Calvino
nos quatro volumes do livro Institutas. Depreende-se claramente, pois, que, para João Calvino, o padre Lutero NEM
MESMO EXISTIU ou, se existiu, não teve "paternidade
reformatória" nenhuma, ao
contrário do que historicamente se diz a respeito de Lutero, aclamado como
"Pai da Reforma"(sic). E isso pode ser explicado de maneira lógica,
considerando que os respectivos pensamentos doutrinários de Calvino e de Lutero
revelam-se manifestamente antagônicos, razão óbvia pela qual esse escritor
francês reputava aquele escritor alemão como herege, entre numerosas outras
razões porque esse padre alemão era confessadamente
antissemita e abertamente purgatorista. De
fato, Lutero escreveu coisas impensáveis, que podem assim ser exemplificadas:
"...I hope that
in this booklet a Christian who does not desire to become Jewish will find
sufficient arguments to guard against the blind, poisonous Jews, and will also become an enemy of the
wickedness, lies, and cursing of the Jews, and come to the knowledge that their belief is not
only false, but that they are also possessed
of all the Devils." (The Jews and their lies, formato pdf, pág. 61, CHRISTIAN NATIONALIST
CRUSADE - P. O. Box 27895 - Los Angeles
27, California).
E mais:
"...É-me certíssimo que existe um
purgatório. Não
me impressiona muito o que blateram os hereges, visto que, já há mais de 1.100
anos, no livro IX de suas Confissões, o B. Agostinho ora por sua mãe e seu
pai e pede que se ore [por eles], e sua santa mãe, ao morrer (como ele lá
escreve), desejou que sua memória [fosse lembrada] junto ao altar do
Senhor;"
(Obras Selecionadas, formato pdf, pág. 96, EDITORA S1NODAL Caixa Postal 11 93001 - São Leopoldo
– RS (0512)92-6366 - CONCORDIA EDITORA LTDA. Caixa Postal 3230 90001 - Porto
Alegre – RS (0512) 42-2699)...".
Enquanto que João Calvino, por sua vez, e em polo longitudinalmente oposto, com grandes letras destacou
a respeito do imaginário purgatório defendido por Martinho Lutero:
"Mas,
uma vez que o purgatório está edificado sobre
muitas blasfêmias,
e diariamente seja embasado de novas blasfêmias,
e uma vez que suscita muitas e graves ofensas, de fato não há como fazer dele
vistas grossas. É possível que por algum tempo se pudesse silenciá-lo,
dizendo-se que foi forjado à margem da Palavra de Deus, por um curioso
atrevimento e uma vã temeridade, por haver-se crido em virtude de não sei que revelações
inventadas por Satanás,
e por ter sido nesciamente corrompidas
certas passagens da Escritura para confirmá-lo. Portanto, precisamos
gritar quanto pudermos e afirmar que o purgatório é uma perniciosa invenção de
Satanás, que destrói todo o valor da cruz de
Cristo, e que infere uma gravíssima afronta à misericórdia de Deus, dissipa e
destrói a fé....". (Institutas, vol. III,
formato pdf, págs. 146 e 147, tradução de Waldyr Carvalho Luz).
Fica muitíssimo claro e patente, por conseguinte, que, para João
Calvino, o padre Martinho Lutero jamais poderia ser reputado como "Pai da Reforma" (suposta), em
virtude da sua condição de defensor de heresias e de "revelações inventadas por Satanás".
-
O médico, filósofo e estudioso cristão Miguel Serveto é citado 49 vezes (sem considerar citações de índices e
notas de rodapé) por Calvino: 9 no primeiro volume, 20 no segundo, nenhuma no
terceiro e 20 no quarto, sempre
com o propósito ameaçador e virulentamente depreciativo através de xingamentos
e execração.
-
O Rei dos Reis e Senhor dos Senhores Jesus Cristo é citado 96 vezes (sem considerar citações de índices e
notas de rodapé) por Calvino: 6 no primeiro volume, 22 no segundo, 44 no
terceiro e 24 no quarto.
-
O padre Agostinho é o CAMPEÃO ABSOLUTO
NA PREFERÊNCIA DO GAULÊS CALVINO, tendo sido agraciado 332 vezes (se contadas citações de
índices e notas de rodapé, somam mais de 400) com referências as mais esmeradas
possíveis: 38 vezes no primeiro volume, 81 no segundo, 87 no terceiro e 126 no
quarto, sempre
com a finalidade explícita de exaltação e reverência quase idolátrica.
NOTA: Estranha
ou, no mínimo, curiosa essa atitude literária do João
Calvino...
"...Elas vêm muito a propósito para que os inimigos da pura e sã
doutrina sejam desbaratados,
mormente em que, com seu serpear
sinuoso e insinuante, estas
serpentes escorregadias se escapolem, a menos que sejam acossadas com vigor e, apanhadas, sejam
esmagadas."
(vol. I)
Na
versão em língua inglesa:
"...Of
this, we of the present day have too much experience in being constantly called
upon to attack the enemies of pure and sound doctrine. These slippery snakes
escape by their swift and tortuous windings, if not strenuously pursued, and
when caught, firmly held." (vol. único)
NOTA: João
Calvino defende tranquilamente o extermínio, o esmagamento, a execução
de quaisquer pessoas que "se
atrevam" a pensar diferentemente dele...
Estes
são apenas alguns dos numerosos casos de incongruências contidas no livro
Institutas da Religião Cristã.