quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A SALVAÇÃO NIILISTA DO CALVINISMO

Não somos salvos
Não seremos salvos
Não queremos ser salvos
Não temos vontade de ser salvos
Não planejamos ser salvos
Nada fazemos e nada fizemos para ser salvos
Não há nenhum risco de não sermos salvos
Não há salvação plausível
Somos apenas uma das engrenagens do complexo sobrenatural da existência conhecido pelo nome de VIDA, planejada e projetada por Deus infalivelmente e imutavelmente para a eternidade celestial.

Não somos condenados
Não seremos condenados
Não queremos ser condenados
Não temos vontade de ser condenados
Não planejamos ser condenados
Nada fazemos ou fizemos para ser condenados
Não há nenhuma possibilidade de se evitar a condenação
Não há condenação plausível
Somos apenas uma das engrenagens do complexo sobrenatural da existência conhecido pelo nome de VIDA, planejada e projetada por Deus infalivelmente e imutavelmente para a eternidade infernal.

Este é o ensino doutrinário adotado, entre outros segmentos, pelo Presbiterianismo, como herdeiro e compulsório seguidor dos pensamentos de um homem chamado João Calvino, o qual assim se expressou a esse respeito:

“...Portanto, estamos afirmando o que a Escritura mostra claramente: que designou de uma vez para sempre, em seu eterno e imutável desígnio, àqueles que ele quer que se salvem, e também àqueles que quer que se percam.” (‘Institutas’, vol. III)


“…We say, then, that Scripture clearly proves this much, that God by his eternal and immutable counsel determined once for all those whom it was his pleasure one day to admit to salvation, and those whom, on the other hand, it was his pleasure to doom to destruction.(‘The Institutes of the Christian Religion’)

sábado, 5 de setembro de 2015

SUICÍDIO E CALVINISMO

Por uma questão, digamos, de coerência calvinista, isto é, estritamente dentro das efusões literárias ou doutrinárias atribuídas ao francês Calvino, segundo as quais todas as pessoas já têm inteiramente definida sua trajetória existencial terrena e pós-terrena, através da predestinação que nada excepciona, ter-se-ia de admitir ou mesmo de defender com unhas e dentes que cristão nenhum jamais se suicidaria!!

E por que o cristão se faz imune à prática do suicídio? Simplesmente porque aquele que for "calvinisticamente eleito"(sic) não estaria correndo nenhum risco de se perder ou de ser perdido, na medida em que, num contexto de raciocínio predestinatório, o decreto eletivo é de uma infalibilidade inquestionável.

Além disso, ou melhor, dentro dessa órbita joãocalvinista, ninguém, nenhum homem, nenhuma mulher, nenhum vivente estaria apto a decidir ou a escolher ou a fazer uso de livre-arbítrio no sentido de matar-se a si mesmo, porquanto isso representaria a negação da soberania de Deus, sobre a qual (unicamente) se assenta toda a tese do calvinismo.

A menos que, nas teses ou teorias desse segmento religioso chamado calvinismo, Deus inclua ou HAJA INCLUÍDO em seus decretos predestinatórios também o suicídio de certas e determinadas pessoas, todas as quais HAVERÃO DE SE MATAR EM ESTRITO CUMPRIMENTO DO CONSELHO INVENCÍVEL OU IRRESISTÍVEL DE DEUS.

Do contrário, o ato de tirar a própria vida (suicídio) representaria necessariamente uma "insubordinação" contra a vontade predestinatória de Deus, o que, aos olhos do movimento calvinista, constitui uma impensável aberração, já que TUDO O QUE DEUS DETERMINOU INVARIAVELMENTE E CRONOMETRADAMENTE OCORRERÁ, exatamente como alardeiam em livros e na própria Confissão Calvinista de Fé de Westminster.

E que não venham os adeptos desse segmento religioso fatalista argumentar que o suicida teria agido "livremente"(sic) ou movido pelo que apelidam de "livre-agência"(sic),

como se Deus não o houvesse ordenado ou preordenado ou predestinado;

como se Deus fosse apanhado de surpresa por um ato irresponsável de um "livre-agente"(sic),

ou, pior ainda, como se Deus fosse o autor de "Decretos Ativos"(sic) e "Decretos Permissivos": o primeiro, consistindo em ALGEMAR pensamentos e atos quaisquer de quaisquer pessoas; e o segundo, consistindo em "AFROUXAR ALGEMAS" para determinadas ações que seriam praticadas por "PERMISSÃO DETERMINADA" ou "FATALISMO PERMITIDO"...

Por conseguinte, em consonância com a cátedra joãocalvinista,


Cristão definitivamente NÃO SE SUICIDA; Cristão NÃO PODE SE SUICIDAR, ainda que aparentemente seja esse o seu desejo; Cristão JAMAIS MATAR-SE-IA A SI PRÓPRIO porque sua vida não lhe pertence, suas inclinações não provêm dele próprio, ele nada pensa, faz ou realiza como ato particularizadamente seu.


E, portanto, o suicídio do cristão, numa síntese, revela-se cabalmente impossível por dois motivos: a eleição soberana, todo-abrangente e inerrante, lado a lado com a completa ausência de voluntariedade ou livre-arbítrio, quer para a vida, quer para a morte.


Esta é, em brevíssimas palavras, a tônica das teses do cidadão cujo prenome é João, mais conhecido como Calvino.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A MENTIRA PERSEVERANTE

A mentira é uma constante em nossas cambaleantes vidas. Todos mentem. Mentimos todos. A sociedade em si é a síntese da mentira.

O máximo de proeza que, individualmente, de quando em vez conseguimos não passa de uma espécie de autenticidade parcial e, mesmo assim, momentânea, muitíssimo fugaz.

Até nossas mentiras são volúveis e balançam qual árvores ao vento.

Mentimos para os pais, mentimos para a esposa, mentimos para o marido, mentimos para os filhos, mentimos para os vizinhos, mentimos para os amigos, mentimos para o médico, mentimos para o dentista, mentimos para o professor, mentimos para o Imposto de Renda, mentimos para a mitômana sociedade como um todo.

Mentimos com ainda maior esmero para aqueles que, aos nossos mentirosos olhos, são considerados indesejáveis.

Não sabemos viver sem a mentira. Mentiras maiores, mentiras menores, mentiras alardeantes, mentiras contagiosas, mentiras tidas como inofensivas, mentiras talvez insignificantes, mentiras ingênuas, mentiras algo necessárias.

A verdade representa um peso insuportável quando, por si mesma ou mediante débil esforço de nossa parte, tenta debalde se sobrepor ao sequencial de ficções e delírios da vida, aparentemente sucumbindo exânime, todavia sem qualquer mínimo arranhão em sua intocável e absolutamente verdadeira virtude, apesar de nós.


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