segunda-feira, 23 de junho de 2014

O LIVRE-ARBÍTRIO ADMITIDO PELOS PREDESTINACIONISTAS

“Portanto não há por que nos queixarmos, a não ser de nós mesmos, o que a Escritura diligentemente tem assinalado, pois diz o Eclesiastes: “Isto sei, que Deus fez o homem reto, mas eles próprios buscaram para si muitas invenções” [Ec 7.29]. É óbvio que somente ao homem se deve imputar a própria ruína, uma vez que, pela benignidade de Deus, havendo obtido a retidão, por seu desvario ele caiu na fatuidade.” (Institutas, vol. II, págs. 25 e 26)


Ao que tudo indica, João Calvino discorre a Passagem Bíblica de Eclesiastes 7:29 como se nela se pudesse detectar inteira e absoluta compatibilidade com a sua tão apregoada tese fatalista!!

Porém, indaga-se: se o homem, havendo sido criado em plena retidão, “buscou muitas invenções”, significa que Ele desviou-se dos Decretos de Deus e foi capaz de “derrogá-los”?!

Se, como afirma o escritor gaulês, o homem caiu na fatuidade “por seu desvario”, fica patente, fica óbvio, que teria havido por parte do homem resistência aos decretos divinos, em típica autonomia de vontade!!


Se o tal desvario do homem somente pode e é imputado ao próprio homem, significa que Calvino tropeça desajeitadamente em sua tese, abrindo ensejo, portanto, à manifestação volitiva a que normalmente se dá o nome de arbítrio, ou, mais exatamente, livre-arbítrio.

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