sábado, 28 de junho de 2014

A GRAÇA QUE REPARA A VONTADE E A DESGRAÇA QUE A ANIQUILA


“Entrementes, não negamos ser mui verdadeiro o que Agostinho ensina: que a vontade não é destruída pela graça; ao contrário, é antes reparada, pois que ambos esses conceitos se harmonizam esplendidamente, de modo que se pode dizer que a vontade do homem é restaurada, enquanto, corrigida a viciosidade e depravação, é ela dirigida à verdadeira norma da justiça, e ao mesmo tempo se pode dizer que é criada no homem uma vontade nova, porquanto está viciada e corrompida a tal ponto que ele tem por necessário induzir-lhe no íntimo uma nova natureza.
Os testemunhos que, depois disto, daqui e dali respigam da Escritura não haverão de causar muita dificuldade até mesmo aos entendimentos menos aquinhoados, que simplesmente tenham devidamente se embebido das refutações precedentes.”
(Institutas, vol. II, pág. 100)

A aberrativa contradição é estrondosamente perceptível, quando se considera que o escritor, de caso pensado, assevera que a vontade não é destruída pela graça; ao contrário, é antes reparada”, sob o enfoque de que ele desconsidera o outro lado existencial do ser humano, isto é, aqueles cuja vontade, então, seria “destruída” pela (des)graça, ou pela rejeição decorrente dos Decretos de Deus!!!


A menos que o escritor, através de sua exegese um tanto misteriosa, justifique "aos entendimentos menos aquinhoados" que, em sentido contrário, flagrantemente contradizendo-se em relação à dupla predestinação, a “vontade”(sic) do ”perdido”(sic) teria simplesmente prevalecido em pertinência à preordenação, isto é, ele tinha em mente exatamente rejeitar a Deus e ser por Deus rejeitado, morrendo fisicamente e morrendo espiritualmente!!!

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