sábado, 28 de junho de 2014

QUE ESPÉCIE DE PREDESTINAÇÃO SERIA ESSA?

“Portanto, declara ele que as virtudes têm nele recompensas, nem haverá de laborar em vão aquele que lhe tenha obedecido aos mandamentos. Proclama, por outro lado, que a injustiça não só lhe é execrável, mas ainda que não haverá de escapar impunemente, porquanto ele próprio haverá de ser o vingador de sua majestade ultrajada.” (Institutas, vol. II, pág. 131)


Mas esse discurso de Calvino fere barulhentamente de contradição toda a doutrinação-mor deste livro, que trata dos propósitos e decretos imutáveis de Deus, decorrência dos quais a uns impele para o bom e derradeiro caminho e a outros destina para a infinita perdição, independentemente de qualquer consideração de virtudes em relação àqueles graciosamente privilegiados, e sem cogitação de merecimentos ou de atos de injustiça em referência a estes últimos.

Portanto, se formos virtuosos, d’onde ou por que causa viria a recompensa da ressurreição definitiva para a vida infindável?


Por outro lado, se alheios a qualquer virtude, qual a razão da execrabilidade de nosso “molejo de viver” por cuja causa, após igualmente passando pela ressurreição, sofreremos a severa punição do Criador, que inclui morrer uma vez e perecer segunda vez?

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