sábado, 13 de setembro de 2014

AMIZADE NA ACEPÇÃO PLENA É QUASE UTOPIA

Como se poderia definir o vocábulo amizade?

Para esta palavra da língua portuguesa, haveria um sinônimo com abrangência ampla e inconfundivelmente clara?

Folheando-se dicionários, neles encontramos, relativamente a AMIZADE, variantes como: companheirismo, empatia, afeição, camaradagem, apreço etc.

Portanto, ser amigo haveria necessariamente de exprimir e deter o preciso sentido de preocupação mútua com o bem-estar, disposição para socorrer em caso de necessidade ou apertura, ânimo pronto e sinceridade para ouvir e aconselhar, discernimento no sentido de homenagear o amigo ou a amiga com imprescindível silêncio, e, portanto, distinguindo momentos em que nem mesmo palavras devem ser ditas.

Todavia, o ir-e-vir do dia-a-dia revela decepcionantemente que o popular e conhecidíssimo vínculo entre pessoas, tradicionalmente alcunhado de amizade, rigorosamente não passa de um intercâmbio de interesses, uma tacitamente impositiva troca de favores, nada mais que uma autêntica e pouco disfarçada simbiose.

Tudo gira em torno de interesses, pífios em regra e tracionados ou impulsionados por motivações essencialmente materiais e pecuniárias.


Haveria, neste largo e giratório mundo, pessoas capazes de cultivar e manter relações de amizade quando interesses pessoais de ambos os lados não estejam sendo satisfeitos ou supridos, sejam quais forem, menores ou maiores, banais ou vultosos, perceptíveis ou não, dissimulados ou explícitos, e, freqüentemente, inconfessáveis?

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