sábado, 8 de março de 2014

DÍZIMO: AQUELES QUE INSISTEM EM SUA APOLOGIA FAZEM-NO TEMERARIAMENTE E DESDENHAM O ENSINO BÍBLICO

Não são poucas as pessoas, ou, mais exatamente, organizações religiosas denominacionais que defendem com unhas e dentes a permanência do dízimo mesmo com o advento da Nova Aliança.

Dentre os tantos e inconsistentes argumentos que utilizam está aquele pelo qual afirmam, referindo-se ao episódio entre Abraão e Melquisedeque (Gên. 14:18-20), que o dízimo, por ter sido praticado em momento anterior à Lei Mosaica, não poderia ser considerado como dela integrante, e, por conseqüência, não teria sido revogado com a outorga do Novo Testamento.

E, a título de reforço dessa insustentável interpretação, tais pessoas alinham, nesse mesmo sentido de anterioridade do dízimo em relação à Lei, também como argumento o fato de, segundo sua muitíssimo equivocada leitura Bíblica e errôneo exercício exegético, que o próprio Senhor Jesus Cristo teria “defendido”(sic) o dízimo no Novo Testamento, referindo-se à passagem de Mateus 23:23.

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. (Mateus 23:23)

Para que a presente abordagem não se estenda em demasia, deixaremos em total e veemente destaque que, em imensurável oposição ao que essas organizações religiosas defendem, o Senhor Jesus jamais (JAMAIS) fez qualquer defesa ou apologia à figura veterotestamentária e mosaica do dízimo, tampouco no texto e contexto do citado versículo Bíblico de Mateus 23:23.

O que de lá se extrai é precisamente o inverso do que se apregoa, porquanto o Senhor Jesus, em Mateus 23:23, afirmou severamente e categoricamente que os hipócritas que se encontravam sob a Lei, e que pretendiam passar a ideia de santidade dando o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, estavam, em verdade, agindo como néscios, como réprobos, como tolos, como mentirosos inveterados, na medida em que, querendo se exibir como “cumpridores da lei”, DESPREZAVAM O MAIS IMPORTANTE DELA, isto é, o juízo, a misericórdia e a fé.

Por isso que, obviamente, o Senhor Jesus, os repreendeu com rigor e, exatamente nessa passagem de Mateus 23:23, deixa irrefutavelmente e explicitamente claro que o dízimo representava um dos cerimoniais da Lei Mosaica, ou seja, pertencia à Lei, e que aqueles fariseus estultos e hipócritas, no que diz respeito a essa mesma Lei, APENAS SE LIMITAVAM A PAGAR O DÍZIMO; todavia, negligenciavam, com o mais deslavado cinismo, as outras coisas mais importantes DA LEI.

Reveja o citado versículo de Mateus 23:23:
“...Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.”


Por conseguinte, é falso e blasfemo atribuir ao Senhor Jesus algo que Ele jamais fez ou disse ou ensinou; muito menos, na hipótese aqui abordada, quando se constata estritamente o contrário dos cansativos argumentos pró-dízimo, isto é, o Senhor Jesus afirma com todas as letras, e de maneira gritantemente inconfundível, que o dízimo era um dos cerimoniais da Lei Mosaica e, por conseguinte, como tal, notoriamente superado ou inaplicável em nosso tempo: O TEMPO DA GRAÇA.


A CRUZ DE CRISTO (esse imenso mistério a que alude o Apóstolo Paulo) depositou num passado irressuscitável todos os cerimoniais da Antiga Aliança. A Lei e os Profetas, no sentido assaz conhecido em que Deus falava aos antepassados, não têm aplicabilidade após a consumação do Sacrifício Supremo.


Estamos inseridos no contexto da Nova Aliança. Não somos hebreus, não há mais sacerdotes hebreus da linhagem dos Levitas. O sacerdócio dos ritos e cerimoniais do Antigo Testamento feneceu. Jesus Cristo é SACERDOTE ETERNO (Hb 5:6; 7:1-18) a quem não se entregam oferendas, ovelhas, touros, grãos, dízimos de qualquer espécie. O Novo Testamento representa o exato cumprimento da profecia contida desde Gênesis, quando Abraão ergueu o cutelo para imolar o SEU ÚNICO FILHO. No mesmo sentido, quando Moisés levantou a serpente no deserto.



Salmo 110:4
4  Jurou o SENHOR, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.

Hebreus 5:6
6  Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.

Hebreus 10:8
Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei).

Hebreus 7:5
5  E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.

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2 comentários:

  1. Irmão Rubens, venho agradecer a sua visita em meu humilde blog, pois muito me honrou com o seu brilhante comentário sobre a falsa Reforma Protestante. A propósito, o seu post sobre a falsa obrigatoriedade e a apologia do dízimo na Nova Aliança dispensa comentário; porquanto é notório o seu poder de síntese sobre o tema, tornando-o irrefutável.

    P.S. Também não faço parte do sistema religioso, o qual tem se deteriorado nesses últimos dias; por isso, prefiro ser bíblico neotestamentário e, por conseguinte, seguidor do Evangelho de Cristo.

    Um forte abraço do seu irmão em Cristo,
    JC de Araújo Jorge

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    1. Muito obrigado pelas suas palavras, irmão JC de Araújo Jorge.

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