quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A MENTIRA PERSEVERANTE

A mentira é uma constante em nossas cambaleantes vidas. Todos mentem. Mentimos todos. A sociedade em si é a síntese da mentira.

O máximo de proeza que, individualmente, de quando em vez conseguimos não passa de uma espécie de autenticidade parcial e, mesmo assim, momentânea, muitíssimo fugaz.

Até nossas mentiras são volúveis e balançam qual árvores ao vento.

Mentimos para os pais, mentimos para a esposa, mentimos para o marido, mentimos para os filhos, mentimos para os vizinhos, mentimos para os amigos, mentimos para o médico, mentimos para o dentista, mentimos para o professor, mentimos para o Imposto de Renda, mentimos para a mitômana sociedade como um todo.

Mentimos com ainda maior esmero para aqueles que, aos nossos mentirosos olhos, são considerados indesejáveis.

Não sabemos viver sem a mentira. Mentiras maiores, mentiras menores, mentiras alardeantes, mentiras contagiosas, mentiras tidas como inofensivas, mentiras talvez insignificantes, mentiras ingênuas, mentiras algo necessárias.

A verdade representa um peso insuportável quando, por si mesma ou mediante débil esforço de nossa parte, tenta debalde se sobrepor ao sequencial de ficções e delírios da vida, aparentemente sucumbindo exânime, todavia sem qualquer mínimo arranhão em sua intocável e absolutamente verdadeira virtude, apesar de nós.


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