sábado, 24 de maio de 2014

QUANDO A OMISSÃO SUPERA A BARBÁRIE EM SI MESMA

O sistema prisional brasileiro, em inquestionável, palpável e escandalosa verdade, representa um crime hediondo praticado dia após dia, diuturnamente, pelos governantes deste país, na medida em que os detentos (exceto aqueles endinheirados e os figurões engravatados) são amontoados como larvas ou moscas e abandonados em pocilgas fedorentas oficializadamente chamadas de presídio e penitenciária.

Ou seja, o governo republicano, exibindo cruel impiedade, arrebata-lhes a dignidade e, ao mesmo tempo, num paradoxo ridículo e inadjetivavelmente vergonhoso, proclama que no Brasil não existe pena de morte e que o tempo máximo de encarceramento não passa de trinta anos, que a legislação tem o objetivo de promover a ressocialização dos prisioneiros...


Vulcanicamente evidente, portanto, que os governantes que se perfilam diante de uma bandeira cujo dístico contém ironicamente o ridículo mote “ORDEM E PROGRESSO” haveriam de ser submetidos a processo judicial pelo Ministério Público e/ou a procedimento de  impeachment  pelo Congresso Nacional, deveriam ser inequivocamente censurados por vozes audíveis do povo, deveriam ser compelidos a modificar radicalmente suas pocilgas apelidadas de prisões ou penitenciárias, de modo que abandonem esse seu letal jeitão governamental, fazendo pior e fazendo-se pior do que os criminosos que lá estão.

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