sábado, 22 de abril de 2023

CARTA AO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA E PROFISSIONAIS QUE O INTEGRAM

O Presidente Inácio da Silva, com a elegância, o refinamento e a erudição que o caracterizam, afirmou recentemente em vídeo divulgado na rede mundial de computadores (https://youtu.be/XQ49Sr__UnY) que no Brasil existem cerca de trinta milhões de pessoas com "desequilíbrio de parafuso" e que, por isso, elas representariam claro perigo para a sociedade.

No mesmo fôlego emendou o moço do Palácio do Planalto que, em razão dessa estatística, "pode uma hora acontecer uma desgraça", referindo-se ou tomando como exemplo o recente episódio de um homem que matou quatro crianças numa creche em Blumenau/SC, atacando-as com arma conhecida como machadinha, em clara declaração de “diagnóstico” em relação ao matador de crianças, equiparando-o ou colocando-o em posição de estrita igualdade relativamente a outras pessoas que estejam acometidas por um qualquer transtorno psicológico, mental etc.

Destaca-se enfaticamente que o Presidente Inácio emitiu tal solene, técnico e abalizado parecer obtendo a pujante e rapidíssima concordância através de aceno com a cabeça do juiz Moraes que estava ao seu lado durante esse pronunciamento.

Daí, considerando que muitas famílias no Brasil, incluindo a minha própria, possuem membros que se submetem a tratamento de autismo, depressão etc., pergunta-se a esse ilustre Presidente do Conselho Federal de Medicina se, como disse o cidadão Luiz Inácio (morador do Palácio do Planalto), as famílias deveriam buscar a segregação daqueles que são portadores dessas variantes, ou se deveriam mantê-los isolados, presos, em constante vigilância, de modo a evitar que eles venham a ASSASSINAR outras pessoas pelo uso de machadinhas, facas, foices, armas de fogo etc.

A propósito da presença no evento do juiz Moraes, o qual é conhecido pelo irrefreável gosto de encarcerar pessoas via de regra sem processo, sem julgamento, sem direito de defesa, seria o caso de se pensar até mesmo no uso de tornozeleiras eletrônicas para autistas, depressivos, melancólicos?

Assim, e considerando o óbvio interesse público da questão, venho solicitar a grande gentileza do posicionamento elucidativo do Conselho Federal de Medicina e de profissionais do ramo, com ampla divulgação nos meios de comunicação, no sentido de esclarecer se os ensinamentos ou os temores ou a advertência do Presidente Inácio da Silva relativamente a portadores de autismo, depressão, melancolia etc. encontram respaldo na ciência médica.


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