“Chamamos
predestinação o eterno decreto de Deus pelo qual houve por bem determinar o que
acerca de cada homem quis que acontecesse. Pois
ele não quis criar a
todos em igual condição; ao contrário, preordenou a uns a vida eterna; a outros, a
condenação eterna. Portanto,
como cada um foi criado para um ou outro desses
dois destinos, assim dizemos que um foi predestinado ou
para a vida, ou para a morte.” (Institutas,
vol. III, pág. 388)
Esta
é, portanto, a definição calvínica da bifurcada Predestinação.
Todo homem, mulher e criança ao serem
inseridos no contexto existencial do mundo, já o fazem com seu destino
inteiramente traçado e definido, ou seja: Deus a uns poucos escolheu para a
vida eterna; e todo o resto condenou para a morte eterna, sem que
naqueles primeiros haja qualquer mérito ou virtude ou iniciativa de
escolha ou de livre-arbítrio em razão do que se tenham feito
merecedores de tal infindável bem-aventurança, mesmo havendo sido imutavelmente
para tal venturoso desfecho destinados ou predestinados; e sem que aqueles
últimos, embora igualmente e diametralmente despidos de
livre-arbítrio, possam dizer-se inocentes ou injustiçados, ainda que desde a
eternidade, antes da fundação do mundo, criados, programados, construídos,
projetados para viverem uma vida plena de malignidade, com as costas viradas
para Deus, e, ao final de sua trajetória terrena, serem mergulhados de modo
sempiterno na lama de enxofre açoitada pelas chamas do inferno...
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