“E o mesmo Jesus Cristo, quando
ora pelos eleitos, não
há dúvida de que em sua oração pede o mesmo que pediu por Pedro; a saber, que
sua fé não desfaleça [Lc
22.32].
Deste fato concluímos que estão fora do
perigo de irremediável apostasia, posto que ao Filho de Deus não lhe foi negada sua
petição para que
os fiéis perseverassem constantemente.” (Institutas, vol. III, pág. 432)
O escritor, fazendo referência à Passagem Bíblica
de Lucas 22:32, quer passar a ideia de que Jesus Cristo se mantém como
sentinela pelos Eleitos, por eles elevando orações a Deus, como forma de evitar que
sejam destituídos da Predestinatória Eleição, a qual, segundo o segmento
calvinista, ocorreu antes da fundação do mundo, antes mesmo que Pedro houvesse
nascido, antes mesmo que Pedro houvesse feito bem ou mal?
Esse
trecho da Palavra de Deus (diálogo
de Jesus Cristo com um homem chamado Pedro, também Simão Pedro) não autoriza esse
estreitamento exegético ou essa interpretação restritiva, peculiarizada e
isolada adotada pelo escritor gaulês:
“Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás
vos pediu para vos cirandar como trigo;
Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não
desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.”
A menos que, por algo absolutamente misterioso e
obviamente incompatível com a tese predestinacionista, os Eleitos
estivessem sujeitos a desvios, ou a desistências, ou pudessem ser arrebatados
do destino celestial por ato predatório de Satanás.
Mas não parece ser esse o sentido espiritual do
citado versículo.
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