“Assim,
onde Moisés registra [Dt 2.30] que o rei Seom não concedera passagem ao povo
porque Deus lhe havia endurecido o espírito e lhe fizera obstinado o coração, de
imediato acrescenta o propósito de seu
plano: “Para que o entregasse em
nossas mãos”, diz ele.
Portanto, visto que Deus queria que ele se perdesse, a
obstinação do coração era a preparação divina para
a ruína.
Atiladamente,
assim define Agostinho a matéria em
certo lugar: “Que os maus pequem, isso
eles fazem por natureza; porém que ao pecarem, ou façam
isto ou aquilo, isso provém do poder
de Deus, que divide as trevas conforme lhe apraz.” (Institutas, vol. II, págs. 78 e 79)
Diante
de tais afirmações, não há escape à conclusão de que, em imensurável distância
de dúvidas, não existiriam homens bons nem homens maus, mas tão-somente
aqueles por Deus imutavelmente orientados à maldade e aquel’outros por Deus
inarredavelmente orientados à bondade?
O calvinismo, portanto, defende a tese de que Deus
seria o criador, direcionador, instigador e consumador da maldade que assola o mundo...e de raríssimas bondades que poucas vezes se veem.
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