“Entrementes,
não negamos ser mui verdadeiro o que Agostinho ensina: que a vontade
não é destruída pela graça; ao contrário, é antes reparada, pois que ambos esses
conceitos se harmonizam esplendidamente, de modo que se pode dizer que a
vontade do homem é restaurada, enquanto, corrigida a viciosidade e depravação,
é ela dirigida à verdadeira
norma da justiça, e ao mesmo tempo se pode dizer que é criada no homem uma
vontade nova, porquanto está viciada e corrompida a tal ponto que ele tem por necessário
induzir-lhe no íntimo uma nova
natureza.
Os testemunhos que, depois disto,
daqui e dali respigam da Escritura não haverão de causar
muita dificuldade até
mesmo aos entendimentos menos aquinhoados, que simplesmente tenham devidamente
se embebido das refutações precedentes.”
(Institutas,
vol. II, pág. 100)
A aberrativa
contradição é estrondosamente perceptível, quando se considera que o escritor, de caso
pensado, assevera que “a
vontade não é destruída pela graça; ao contrário, é antes reparada”, sob o enfoque de que ele
desconsidera o outro lado existencial do ser humano, isto
é, aqueles cuja vontade, então, seria “destruída” pela
(des)graça, ou pela rejeição decorrente dos Decretos de Deus!!!
A menos que o escritor, através de sua exegese um tanto misteriosa,
justifique "aos entendimentos menos
aquinhoados" que, em sentido contrário, flagrantemente contradizendo-se em relação à dupla predestinação,
a “vontade”(sic)
do ”perdido”(sic) teria simplesmente
prevalecido em pertinência à preordenação, isto
é, ele tinha em mente exatamente rejeitar a Deus e ser por Deus rejeitado,
morrendo fisicamente e morrendo espiritualmente!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário