“Portanto não há
por que nos queixarmos, a não ser de nós mesmos,
o que a Escritura
diligentemente tem assinalado, pois diz o Eclesiastes: “Isto sei,
que Deus fez o homem reto, mas eles próprios
buscaram para si muitas invenções”
[Ec 7.29]. É óbvio que somente ao homem se deve imputar a própria ruína, uma vez que, pela
benignidade de Deus, havendo obtido a retidão, por seu
desvario ele caiu na fatuidade.” (Institutas,
vol. II, págs. 25 e 26)
Ao
que tudo indica, João
Calvino discorre a Passagem Bíblica de Eclesiastes 7:29 como se nela se pudesse
detectar inteira e absoluta compatibilidade com a sua tão apregoada tese fatalista!!
Porém, indaga-se:
se o homem, havendo sido criado em plena retidão, “buscou muitas invenções”, significa que Ele desviou-se dos
Decretos de Deus e foi capaz de “derrogá-los”?!
Se, como afirma o escritor gaulês, o homem caiu na
fatuidade “por seu desvario”, fica patente, fica óbvio, que teria
havido por parte do homem resistência aos decretos divinos, em típica autonomia
de vontade!!
Se
o tal desvario do homem somente pode e é imputado ao próprio homem, significa
que Calvino tropeça desajeitadamente em sua tese, abrindo ensejo, portanto, à
manifestação volitiva a que normalmente se dá o nome de arbítrio, ou, mais
exatamente, livre-arbítrio.
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