Uma das
principais (quiçá, a principal) razões determinadoras da torturante
morosidade e pífia qualidade da prestação jurisdicional pela Justiça
Brasileira, como verdadeira tragédia
para a população em geral, a respeito da qual nada se ouve, nada se fala, nem
pelos meios de comunicação de massa, nem pelos Congressistas; tampouco, pelo
próprio Poder Judiciário, jaz indubitavelmente na
péssima redação, na obscura redação, na ininteligível redação, na contraditória
redação, na estropiada redação, na lacunosa redação das leis, das
incontáveis leis que existem no Brasil e que, dia após dia, pululam no
Parlamento Nacional, sejam novas e incessantes leis, sejam leis votadas e
concebidas com o intuito de modificar as já existentes.
TRATA-SE
DE INDIZÍVEL E INTOLERÁVEL BADERNA LEGISLATIVA!
Não
bastassem as múltiplas leis rigorosamente imprestáveis e não raro ridículas,
aquelas outras de enorme e visceral importância na regulação das relações
jurídicas em geral em amplo e irrestrito sentido constituem um amontoado de
artigos, incisos e parágrafos indisfarçadamente turvos e, ao que se permite
pensar, supor e concluir, decorrem tanto do despreparo notório dos
legisladores, quanto de objetivos inconfessáveis no
sentido de perpetuar a pândega manicomial reinante num país cuja bandeira
ostenta o dístico "ORDEM E PROGRESSO".
Qualquer
cidadão que detenha intimidade com o vernáculo ou língua portuguesa,
aliadamente a algum conhecimento jurídico e desimpedido raciocínio, há de
perceber com diametral clareza que bastaria
inserir nas leis já existentes uma redação compreensível, objetiva, racional e
sucinta,
de modo a permitir ou propiciar que o Poder Judiciário, por seus Juízes de
todas as instâncias, possa lê-las e serenamente delas extrair o preciso sentido
de modo a, PRATICANDO A JUSTIÇA COM TOTAL
IMPARCIALIDADE,
aplicá-las na solução das questões que lhe forem submetidas por quem
aflitivamente bate às portas da Justiça.
Com isso, e obviamente falando, eliminar-se-iam os
verdadeiros cortejos fúnebres de milhares de processos que permanecem à espera de
que os Tribunais Superiores, uma espécie de Terceira Instância, consigam, APÓS
DÉCADAS E DÉCADAS, freqüentemente após a morte do Autor e do Réu, a proeza de
decifrar o propósito ou a presumível lógica ou o fim social das leis, dando origem ao que nauseantemente se
chama de jurisprudência, enunciados de súmulas, súmulas vinculantes, súmulas
desvinculantes, súmulas sumuladas, súmulas em recursos repetitivos, súmulas
abauladas, súmulas politizadas, súmulas prêt-à-porter etc. etc.
Os que chegam a considerar-se predestinados pela fortuna acumulada conseguem escapar da miséria monetária, mas, não da miserabilidade humana.
ResponderExcluirOlá, Meire Araújo:
ExcluirConcordo integralmente com o que você disse em seu comentário.
Parece que o mundo é um lugar repleto de misérias, inclusive além dessas tão perceptíveis.
Obrigado por comentar.