sexta-feira, 17 de maio de 2013

NÃO SE SABE MAIS QUEM É QUEM (SE É QUE JÁ SE SOUBE)

Ouvindo, tomando conhecimento, testemunhando, observando vídeos, lendo jornais, lançando olhos à televisão fica-se inevitavelmente de “queixo caído” (pra não usar outra expressão mais contundente) diante de tantas e tão duradouras parvoíces que são despejadas por todos os cantos e recantos verde-amarelos.

O charlatanismo, disfarçado a princípio, bem no princípio, quando a modernidade dos meios de comunicação ainda caminhava a passos lentos, hoje encontra-se desafiantemente escancarado e emoldurado por indizíveis ridicularias, aliciando pessoas em multidões, normalmente de origem humilde, frágeis e fragilizadas pelos tantos percalços existenciais de variada natureza, por enfermidades, por desarranjos familiares, por vínculos conjugais meramente de fachada (entre tapas e socos) etc.

Não há mais o mínimo ou infinitésimo escrúpulo, não há qualquer preocupação em medir palavras, ou conter gestos espalhafatosos e notoriamente fraudulentos.

Mantendo a Bíblia aberta por sobre uma montagem de madeira, ou mesmo levantando-a e agitando-a de quando em vez, aos gritos, aos berros, às caretas, às sacudidelas corporais, os impostores do evangelho permanecem incessantemente espalhando sua peçonha, induzindo ao erro milhares ou milhões de homens e mulheres, apregoando a título de “doutrina“ as maiores e mais inusitadas distorções extraídas a partir da leitura (dificultosa em termos de vernáculo) de uma qualquer passagem Bíblica que é despudoradamente adaptada para inúmeros propósitos, exceto para a transmissão genuína da Mensagem Real.

São discursos enfadonhos, ocos, diametralmente despidos de qualquer espiritualidade, flagrantemente desvinculados dos ensinamentos do Senhor da Igreja, gritantemente dissociados do texto e do contexto da Palavra de Deus.

Em numerosíssimas dessas instituições “religiosas”, tudo começa, termina e fica na órbita exclusiva da arrecadação de bens de toda e qualquer espécie, sob o ameaçador e mentiroso rótulo do evanescido “dízimo”: seja em forma de moeda corrente, ou cheque, ou terrenos, ou veículos, ou coisas inimagináveis, em meio a promessas de bem-aventurança física e material em irrestrito sentido, ao som de música cuidadosamente selecionada de modo a produzir o efeito de emocionar e levar às lágrimas pessoas cujas almas se encontram em estado de enorme carência e, por esta razão, se expõem e se rendem à tagarelice criminosa de palradores, abrindo mão de suas parcas posses para afastar a decantada e veterotestamentária “maldição” de Malaquias 3, além de interiorizarem a preconizada expectativa de receber de Deus em dobro, em triplo, quadruplicado...

Isso precisa acabar! Isso tem de parar! Isso tem de ser contido! Isso é insuportável!

Houve tempos (já distantes) em que as heresias do Romanismo causavam desmedida perplexidade; porém, hodiernamente, tudo o que de antibíblico se pratica no Catolicismo parece apequenado em comparação com o que tais “evangélicos” protagonizam livremente e impunemente, embora saibamos a respeito da infalibilidade das advertências contidas na Palavra de Deus(*).

Onde estão os verdadeiros cristãos, os autênticos pregadores da autêntica e única Mensagem de Vida? Por que se calam? Por que não se fazem ouvir? Por que cargas-d’água não exprimem em alto e bom som seu protesto, seu sincero e biblicamente irrefutável inconformismo?

Quais são as genuínas instituições religiosas cristãs? Por onde andam os homens de Deus? Por que se permitem ser confundidos com esse emaranhado babilônico que grassa qual chaga mortal?

(*) Exemplificando: “Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal.” (Ec 8:11)

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