O sistema prisional
brasileiro, em inquestionável, palpável e escandalosa verdade, representa um crime
hediondo praticado dia após dia, diuturnamente, pelos governantes deste país,
na medida em que os detentos (exceto aqueles endinheirados e os figurões engravatados) são amontoados como larvas ou moscas e abandonados
em pocilgas fedorentas oficializadamente chamadas de presídio e penitenciária.
Ou seja, o governo republicano, exibindo
cruel impiedade, arrebata-lhes a dignidade
e, ao mesmo tempo, num paradoxo ridículo e inadjetivavelmente vergonhoso, proclama
que no Brasil não existe pena de morte e que o tempo máximo de encarceramento
não passa de trinta anos, que a legislação tem o objetivo de promover a
ressocialização dos prisioneiros...
Vulcanicamente
evidente, portanto, que os governantes que se perfilam diante de uma bandeira cujo dístico contém ironicamente o ridículo mote
“ORDEM E PROGRESSO” haveriam de ser submetidos
a processo judicial pelo Ministério Público e/ou a procedimento de impeachment
pelo Congresso Nacional, deveriam
ser inequivocamente censurados por vozes audíveis do povo, deveriam ser compelidos
a modificar radicalmente suas pocilgas apelidadas de prisões ou penitenciárias,
de modo que abandonem esse seu letal jeitão governamental, fazendo pior e
fazendo-se pior do que os criminosos que lá estão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário