A mentira é uma constante em nossas
cambaleantes vidas. Todos mentem. Mentimos todos. A sociedade em si é a síntese
da mentira.
O máximo de proeza que,
individualmente, de quando em vez conseguimos não passa de uma espécie de
autenticidade parcial e, mesmo assim, momentânea, muitíssimo fugaz.
Até
nossas mentiras são volúveis e balançam qual árvores ao vento.
Mentimos para os pais, mentimos para a
esposa, mentimos para o marido, mentimos para os filhos, mentimos para os
vizinhos, mentimos para os amigos, mentimos para o médico, mentimos para o
dentista, mentimos para o professor, mentimos para o Imposto de Renda, mentimos
para a mitômana sociedade como um todo.
Mentimos
com ainda maior esmero para aqueles que, aos nossos mentirosos olhos, são
considerados indesejáveis.
Não sabemos viver sem a mentira. Mentiras
maiores, mentiras menores, mentiras alardeantes, mentiras contagiosas, mentiras
tidas como inofensivas, mentiras talvez insignificantes, mentiras ingênuas,
mentiras algo necessárias.
A verdade representa um peso
insuportável quando, por si mesma ou mediante débil esforço de nossa parte,
tenta debalde se sobrepor ao sequencial de ficções e delírios da vida, aparentemente
sucumbindo exânime, todavia
sem qualquer mínimo arranhão em sua intocável e absolutamente verdadeira
virtude, apesar de nós.
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