Os homens que se arrogam a si o
pomposo título de “Reformadores”, e a quem são rendidas desmedidas homenagens,
discorreram profusamente em livros sobre os chamados Pontos da Reforma
Protestante, como se havendo de si mesmos, numa espécie de arrebatamento,
descoberto coisas inimagináveis e até então ocultas aos olhos de toda a
humanidade, principalmente aos olhos dos cristãos.
Puseram-se a enumerar aquilo que
denominaram cinco solas e passaram a
defendê-los, qual graduandos ou mestrandos ou doutorandos em supostamente elevados
e eruditos estudos ditos teológicos, aglutinando-os assim:
Sola Fide:
Somente a Fé
Sola Scriptura:
Somente a Escritura
Solus Christus:
Somente Cristo
Sola Gratia:
Somente a Graça
Soli Deo Gloria:
Glória somente a Deus
Conforme universalmente e
irrestritamente sabido, a Igreja, uma vez consumada, pela Cruz, a Nova Aliança,
nasceu ou foi instituída pelo próprio Senhor Jesus Cristo através de homens
robustecidos pelo Espírito Santo, denominados Apóstolos, tão bem conhecidos e
cuja trajetória de vida, exemplo irrestrito a ser seguido, encontra-se
detalhadamente exposta nas Escrituras de maneira maravilhosamente translúcida.
A vida da Igreja, a vida em Igreja,
os passos a serem trilhados pelos que a integram através do mistério da
conversão, igualmente jazem minudentemente e inconfundivelmente explícitos na
Bíblia, ao alcance de qualquer pessoa, seja letrada, iletrada, graduada,
pós-graduada, ou até mesmo analfabeta, alcançada pelo ouvir.
O Sola Gratia (Somente a Graça) e o
Sola Fide (Somente a Fé),
axiomaticamente e retumbantemente falando, não são “descobertas” protagonizadas por pretensos Reformadores quaisquer,
pois que a respeito de ambas assim se pode pacificamente ler na Palavra Santa:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." (Efésios 2 : 8)
"Mas o justo viverá da fé; E, se ele
recuar, a minha alma não tem prazer nele." (Hebreus 10 : 38)
“Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a
salvação, já prestes para se revelar no último tempo...” (I
Pedro 1:5)
O Solus Christus (Somente Jesus) representa o ponto fundamental do
relacionamento de Deus com a criatura, Sua imagem e semelhança, e envolve tanto
o Antigo como o Novo Testamento. Olhemos para a Bíblia e sorvamos a seguinte e
absolutamente contundente passagem:
"E
em nenhum outro há
salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome
há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4 : 12)
O Sola Scriptura (Somente a Escritura) constitui um dos pilares da fé
cristã e apresenta-se como uma imensurável obviedade que ecoa por todo o
universo. De fato, deste modo se lê na Palavra de Deus:
"Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para
instruir em justiça;" (II Timóteo 3 : 16)
"Porque
a palavra de Deus é viva
e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois
gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e
é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12)
O Soli Deo
Gloria (Glória somente a Deus) representa outra inamovível verdade Bíblica,
muitíssimas vezes solenemente grafada na Palavra Santa, como nestas
transcrições se pode relembrar apenas exemplificativamente:
"Eu sou o SENHOR; este é o
meu nome; a minha
glória, pois, a outrem não darei, nem o meu
louvor às imagens de escultura." (Isaías 42 : 8)
"Eu sou o SENHOR, e não há
outro; fora de mim
não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me
conheças;" (Isaías 45 : 5)
Para
que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há
outro; eu sou o
SENHOR, e não há outro. (Isaías 45:6)
"Não terás outros deuses diante de mim." (Êxodo 20 : 3)
Ora, se pessoas se corromperam, se
desviaram, se entraram em desatino espiritual, não significaria isso jamais que houvesse se tornado necessária a realização de uma excrescente
e esdrúxula “Reforma”, na medida símplice e irrefutável em que a Igreja de
Cristo é representada por pessoas individualmente, por corações convertidos,
por aqueles que, imbuídos de simplicidade e de zelo, tão-somente tornem ou
retornem aos ensinamentos do Senhor da Igreja e dos Apóstolos pelos quais a
Igreja fora indestrutivelmente e imutavelmente fundada.
Com outras palavras, se há corrupção,
se há desvios, se há desvarios, a solução não estaria numa suposta e
despropositada “Reforma”, pois que, exatamente na forma Bíblica, quando alguém
se extravia, quando o ser humano se lança ao pecado e se deixa atrair pela
malignidade, o chamado de Deus sempre foi no sentido do arrependimento, do envergonhar-se, do voltar-se
para Jesus Cristo, do
lembrar-se
dos mandamentos, do
curvar-se aos ensinamentos Bíblicos estampados
nas Escrituras e cujo pleno entendimento não está nem nunca esteve na
dependência de “Eruditos” quaisquer, de “Doutores” quaisquer, tampouco de
“Reformadores” quaisquer.
Em verdade, se de Reforma se pudesse
falar, referir-nos-íamos exclusivamente ao coração do ser humano, à concupiscência
dos olhos, à concupiscência da carne e à soberba da vida, porquanto todas as
heresias do Romanismo que teriam dado origem ou estimulado a apregoada
“Reforma” são conseqüência unívoca do pecado, do desapego à Lei de Deus, do cabal
e acintoso menosprezo à Bíblia, razão pela qual surgiram crendices como
Purgatório, Indulgências Gratuitas ou Compradas, Idolatrias incontáveis e
Blasfêmias inescamoteáveis.
Todo cristão genuíno sabe
suficientemente que a Bíblia é o Livro Santo (Sola Scriptura), que a
Salvação é pela Graça (Sola Gratia)
mediante a Fé (Sola Fide) obviamente
e unicamente em Jesus Cristo (Solus
Christus), PORQUE
TUDO ISSO ESTÁ ESCULPIDO EM LETRAS INAPAGÁVEIS NA PALAVRA DE DEUS, Criador dos céus e da terra e,
claro, digno de toda honra e sublime detentor de exclusiva glória (Soli Deo Gloria).
E, infinitamente longe de qualquer tênue
dúvida, blasfêmias
não se reformam: blasfêmias se deixam, blasfêmias se repudiam, blasfêmias se
abandonam, quando se tem no coração a vera inclinação do Espírito.