O movimento religioso integrado pelos chamados Arminianos adota como
enfoque soteriológico, ou parâmetro de interpretação do MISTÉRIO BÍBLICO DA
SALVAÇÃO, o que comumente se denomina presciência, sinônimo de onisciência ou
de pré-conhecimento, ornamentadamente com a figura por eles chamada de Graça Preveniente.
Em
realidade intensamente palpável, esse pensamento Arminiano representa
nada mais, nada menos, do que uma espécie de maquiagem da predestinação fatalista apelidada
de Calvinismo, cuja concepção se atribui a um cidadão francês de nome João
Calvino.
Através
de análise e esquadrinhamento atento, à luz da Palavra de Deus, inevitavelmente
observar-se-á que simplesmente não existe diferença minimamente significativa
entre a preordenação irrestrita ou todo-inclusiva proposta pelo Calvinismo e a preordenação
motivada ou norteada ou amenizada pela onisciência ou presciência com a qual
acena o Arminianismo, a partir do que Deus, então, ciente de quem ou quais pessoas
se inclinariam a CRER, as acolheria para a vida, como se preservando-lhes o
livre-arbítrio.
Todavia, imprescindivelmente
indaga-se: De que plausível maneira Deus poderia, como preconizado por
Arminianos, "APENAS" conhecer previamente todas as coisas futuras sem
nelas interferir decisoriamente ou, mais exatamente, sem tê-las delineado em
todas as variantes da existência, sendo Ele próprio o Criador?
E, ainda
por cima, dentro dessa tese Arminiana, supor que pessoas estivessem aptas ou
fossem "perfeitamente livres" para o ato de escolher entre a vida e a
morte, sob o olhar permissivo de Deus que, segundo o argumento desse movimento
religioso, já tudo sabia, ou, mesmo tudo sabendo, decidiu "não
interferir" na vontade humana, isto é, permitindo que a escolha errada e,
portanto, contrária aos desígnios do Criador, prevalecesse?
Ora, se
Deus JÁ SABIA, pela presciência, pelo ilimitado conhecimento do presente e do
futuro, qual haveria de ser essa apenas aparente escolha humana, é evidente que
o mesmo Deus assim havia determinado. É impossível conceber o pensamento ou
supor válida a tese de que Criação, Poder Absoluto e Presciência seriam
atributos divinos independentes entre si, isto é, que não fossem harmônicos ou
sinérgicos em termos de reflexos na vida do ser humano, criatura de Deus.
Do
contrário, necessariamente ter-se-ia de conviver com a ideia de que Deus, em
realidade, e de caso pensado, ao contrário da teoria Arminiana, despojou-se de
sua onisciência, deixou-se limitar no tempo, vale dizer, que o Criador decidira abdicar por um momento de sua
Plenipotência e Soberania, como que retirando-se do contexto da Eternidade, como forma de observar qual haveria de ser a atitude do
ser humano através do tão controvertido LIVRE-ARBÍTRIO ou VONTADE LIVRE.
E, nesse
caso então, Deus teria sido como que "surpreendido" pela vontade autônoma da criatura e deixou-se
"vencer" por ela, abrindo alas para que o ser humano verdadeiramente
optasse entre os céus e as trevas, entre viver e morrer?!
Pelo
ângulo dos condenados ou réprobos, e para o efeito comparativo aqui objetivado,
voltando, agora, pensamento e raciocínio para o modo de pensar Calvinista, como
seria, ilustrativamente, possível a alguém, no linguajar da teoria levantada
por João Calvino, se dedicar a CRIAR
"algo", PROJETAR "algo", SABER
MINUCIOSAMENTE as numerosíssimas ações e omissões desse "algo", CONHECER
D'ANTEMÃO tudo o que com esse "algo" acontecerá, e, no entanto, imputar ao próprio "algo" a "culpa"(sic) ou a "total
responsabilidade"(sic) pelo que de mal lhe sobrevier, como se a vontade do "algo" houvesse sido a
causa primária e absoluta de sua perdição? Dito de outro modo, o "algo" se perdeu a si mesmo por si próprio, em razão de sua perversidade
cultivada!! Diz o Calvinismo.
Já com
respeito aos eleitos ou agraciados com a vida eterna, o paradoxo calvinista ganha contornos ainda piores, na medida em que o cristão seria compelido a adaptar
sua convicção, seu entendimento e sua fé no sentido de que Deus, em algum
momento da eternidade, se é que
eternidade é fracionada em momentos, "ELEGEU" predestinatoriamente e, claro,
imutavelmente, alguns poucos "algos" (pessoas) como se os estivesse "SALVANDO" de
uma catástrofe ou de uma perdição iminente que teria como origem
"escolhas" erradas ou pecaminosas desses "algos" (pessoas) calvinisticamente
fabricados, sem que, por
parte desses escolhidos "algos", houvesse ou tivesse havido qualquer manifestação até
mesmo de vontade de serem salvos ou de buscar a salvação...
A que conclusão se pode chegar?
Que ambas essas correntes religiosas, Arminianismo e Calvinismo, preconizam doutrinas idênticas, embora há séculos inutilmente se digladiem e se acusem mutuamente de "Incompreensão Bíblica".
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Artigos Relacionados:
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ERA CALVINO MAÇOM? TAMBÉM HEREGE?
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