Quando
eu era criança, quando ouvia sobre a Bíblia, quando presente em reuniões
denominacionais cristãs, eu me via impactado pelas narrativas que se extraíam
do Livro Santo.
Dizia-se
a respeito de Deus, do único Deus que tudo criara, que tudo controla, que
representa a essência de um indescritível Amor, que se volta para o homem, que
conclama o homem, que socorre o homem, que resgata o homem, que cura o homem,
que salva o homem.
Como
cristãos que somos ou que entendemos que somos, já nos demos conta de que o
Evangelho pregado desde décadas e décadas, em todas as denominações religiosas,
resume-se em CONTAR HISTÓRIAS BÍBLICAS, sem que NÓS estejamos inseridos no
MESMO CONTEXTO ESPIRITUAL da HISTÓRIA BÍBLICA?
Ou
seja, todos os acontecimentos e manifestações espirituais registrados na
Palavra de Deus não passam de REFERENCIAIS ou de FÁBULAS ILUSTRATIVAS daquilo
que TEVE LUGAR NUM TEMPO PRETÉRITO REMOTÍSSIMO, que mergulha num PASSADO DE MAIS
DE DOIS MIL ANOS.
Por que
a REALIDADE Bíblica não se materializa ou não se faz palpavelmente concreta na
vida dos cristãos contemporâneos?
Por que
a REALIDADE ESPIRITUAL Bíblica é utilizada tão-somente como ilustração do que
FOI o Cristianismo, de COMO ERA o Cristianismo, de COMO ERAM os Cristãos, de
COMO ERAM os dons espirituais, de COMO ERAM as orações que verdadeiramente ecoavam
nos céus, de COMO ERAM as maravilhas provindas de Deus, de COMO ERA a fé que
movia e removia obstáculos quaisquer?
A
interrogação, portanto, permanece e ecoa fortemente: Quem somos nós, cristãos
deste terceiro milênio?
Passado
largo tempo, percebe-se, com tristeza, que os Cristãos de nossa época
continuamos limitados a ler e contar Histórias Bíblicas, a dizer a crianças de
todas as idades que existe Deus, ou que Deus existe, que Jesus é a expressão
máxima e indizível do Amor de Deus direcionado à criatura obra de suas mãos. Todavia,
sem que em nossas vidas Cristãs a presença marcante e sobrenatural de Deus, do
Espírito Santo, se faça perceptível e indubitavelmente atuante.
Continuamos
limitados a tão-só fazer referências históricas a homens e mulheres de um
passado gigantescamente ido e objeto de registros, de palestras, de lembranças.
Incompreensivelmente
e inegavelmente, não somos Cristãos como Cristãos eram aqueles sobre quem tanto
falamos, pelo irrefutável fato de que nossas vidas Cristãs não refletem o que
invariavelmente e com naturalidade se via resplandecente no cotidiano dos Cristãos
de numerosos séculos atrás.
A
interação da criatura com o Criador nos tempos nebulosos em que vivemos em nada
se assemelha ao panorama e à pragmática espiritual de feições inconfundíveis
contidas na Bíblia.
Afinal,
quem somos nós, Cristãos, da atualidade mórbida?
Não
passamos de pesquisadores de Deus, estudantes de Deus, débeis e inconsistentes teologizadores
de Deus, imaginadores de Deus, num vaivém que, invariavelmente, nos tem
conduzido a lugar nenhum.
Precisamos
terrivelmente ser Cristãos, ser por Deus imergidos na essência do Cristianismo
Bíblico, sendo libertos do triste niilismo que nos rodeia, a tal ponto que nos tornemos
parte integrante da História Cristã que, obviamente, mantém seu curso.
Deixemos de ser exclusivamente contadores de Histórias
Bíblicas, de modo que gerações futuras possam, lendo essas mesmas e inapagáveis
Histórias Bíblicas, ter conhecimento de que a vida Cristã decididamente não se
exauriu com aqueles personagens da Palavra de Deus que foram alçados à
eternidade.
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