Os numerosos movimentos religiosos que campeiam
pelo mundo são erigidos por incontida necessidade de apego, de âncora, de um
qualquer referencial de vida ‘inda que irremediavelmente distante da essência
da vida, aos quais se outorgam nomes os mais mirabolantes e via de regra
destinados à exaltação de meros homens, de que são exemplos remotos Calvinismo
e Luteranismo, lado a lado com muitos outros com denominação modernizada e
adaptada às variações comportamentais que com o passar do tempo eclodem às
golfadas, cuja desagradável enumeração se faz desnecessária.
Esses dísticos religiosos representam claramente
uma dentre tantas e tristes espécies de idolatria que impregnavam e continuam
impregnando o mundo.
O ser humano tende à idolatria, é propenso à
idolatria, não consegue viver sem idolatria, não consegue, unicamente pela fé, voltar-se
exclusivamente para Deus como Deus, como Espírito Invisível e Todo-Poderoso.
Vive-se entre comichões ou
pruridos existenciais para cujo alívio buscam-se pessoas e coisas nas quais se podem fitar os olhos,
nas quais se podem colocar as mãos, às quais se podem render as mais descabidas
e desconexas homenagens e, imprescindivelmente, são passíveis de serem
exibidas, apregoadas, enaltecidas e cantadas em prosa e verso.
É mais
fácil, é mais palatável, é palpável, é lazer, demanda menos entrega espiritual,
menos fé, menos negação do eu, menos percepção da alma.
Portanto, exibe aguda similitude com o bezerro
de ouro fundido por Aarão diante das lamúrias nauseantes de um povo contumaz e
espiritualmente estropiado, não obstante maravilhosamente conduzido pelo
Espírito de Deus.
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