Disse-me, outro dia, um amigo que sua esposa estava triste e chorosa
em razão da morte de inseparável animal de estimação. Demonstrando, ele também,
certo abatimento pelo mesmo motivo, fez questão de ressaltar a enorme
importância do animal na rotina diária do casal e de seus dois filhos, enfatizando que se tratava de uma longa relação
de amor que fora subitamente dissipada pela cessação da vida daquele quadrúpede.
Mais tarde, sozinho, fiquei pensando acerca das palavras desse amigo
e, não obstante respeitando seu apego a animais domésticos, lembrei-me do
enfoque Bíblico segundo o qual, claramente, só se pode falar em amor no sentido
natural, adequado e pleno quando nos referimos, primeiramente, ao próprio Deus,
e, por conseqüência, quando tratamos com nossos semelhantes.
‘Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as
tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a
este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do
que estes’. (Mc 12: 30-31)
Animais jamais poderiam ser “equiparados” ao ser humano, pois que este, e somente este, é
imagem e semelhança do Deus Eterno.
‘Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança’ (Gn 1:26).
‘Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.’ (Gn 1:28).
Não existe animal irracional; existe tão-somente animal.
Não existe
animal racional; existe o ser humano, imagem e semelhança do Deus Altíssimo.
E, portanto, sob nenhuma hipótese ou pretexto se
lhe poderia atribuir o sem sentido, depreciativo e notoriamente falso rótulo de
‘animal racional’, na medida em que representa a sobreexcelente
concepção de Deus, imagem e semelhança d’Ele, pouco menor do que os anjos,
coroado de glória e de honra, exatamente como estampado no Livro Santo.
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