domingo, 7 de julho de 2024

O GRANDE EXCREMENTO


Aos que livremente e aparentemente negam ou relutam ou se insurgem contra a existência de Deus, declarando-se ou alardeando-se como ateus, resta-lhes no máximo admitir que sua presença neste lugar apelidado de mundo seria decorrência de uma espécie indecifrável de fenômeno, algo como dejeção ou evacuação praticada pelo que se chama de universo, excrementos esses a partir dos quais teria havido o surgimento de filhotes de excrementos que, com o passar do que se denomina tempo, teriam se observado mutuamente, se socializado, se unido “afetuosamente” e passaram a procriar incessantemente em forma de excrementozinhos: produção em massa de cocô.

E tudo fora se aperfeiçoando ao ponto de os excrementozinhos, ou dejetos, ou cocôs, passarem a se comunicar em forma de gestos, de palavras, de sentimentos, criando “laços” até mesmo de suposta afeição; quiçá, de amor, surgindo, então, o ateísmo sentimental ou piegas.

Excrementos que estreitaram laços entre si passaram a se apegar uns aos outros, a mostrar afeição uns pelos outros, a se esfregar, dando origem a engravidamento de excrementos reputados como de gênero feminino, exibindo o que hoje se rotula como “amor materno excrementício”, em apego ao excremento-filho, amamentação em seios túrgidos ou intumescidos, expelindo líquido embranquecido, proteção e estímulos incessantes, num contexto em que todos os excrementos que existem no mundo passaram a adotar um estilo alcunhado de vida em que se busca exclusivamente encher a pança, sonhar sonhos sem sentido, dizer o que não se compreende, imaginar o que não se imagina, delirar delírios infindáveis, até que haja algum, digamos, fôlego excrementício de vida em cada um dos buliçosos e incalculáveis excrementos ou cocôs a princípio introduzidos no mundo através da convencionadamente chamada abertura anal do universo.

Em resumo, o mundo e tudo o que nele há não passaria, então, de um amontoado de formas fecais, ou dejetos, ou matéria excrementícia, ou algo que, mesmo não sendo ou não fosse assim rotulado, igualmente pleno de inutilidade ou de sentido existencial que justifique todas as tão conhecidas e infindavelmente repetidas imbecilidades humanas cotidianas, quer sejam fenômenos físicos, quer sejam supostas emoções, quer visíveis, quer invisíveis.

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