Vejam que estranhos e
irremediáveis opostos, anunciados ou preconizados pelo segmento religioso
conhecido como CALVINISMO, em alusão à produção literária do gaulês João
Calvino.
De um lado, ou, mais
exatamente, do lado esquerdo, surge o ATEU, também conhecido como DIABO
DECRETADO, isto é, assim predestinado antes da fundação do mundo, carregando em
si as seguintes características:
Não
escolheu ser DEMÔNIO PROGRAMADO
Não planejou
ser REBENTO DE SATÃ
Não
exercitou livre-arbítrio para ser PROTÓTIPO DAS TREVAS
Age e vive
obrigatoriamente como PERALTA INFERNAL
Fala como TRAPACEIRO
DIVINAMENTE PLANEJADO
Rejeita inevitavelmente
a Deus por ser INFALIVELMENTE ANÁTEMA
Comete todas
as estirpes de pecados como SABOTADOR DOS CÉUS...
E, não obstante, é reputado como DE TUDO ISSO CULPADO e inesperneavelmente
condenado à PERDIÇÃO infernal ainda que tão-somente cumprindo à risca seu
inexorável destino de LIXO CELESTIAL, e vagueia pelo mundo cantarolando alegremente
assim: "DEIXA A VIDA ME LEVAR".
De outro lado, ou, mais
exatamente do lado direito, refulge a figura do, também antes da fundação do
mundo, predestinadamente ELEITO ou ILUMINADO, trajado com invisíveis vestes
especiais, o qual, certamente:
Não
escolheu ser ABENÇOADO ELEITO
Não
planejou ser INTOCÁVEL JUSTO
Não
exercitou livre-arbítrio para ser INVULNERÁVEL
Age e vive
obrigatoriamente e aparentemente (apenas aparentemente) como SANTO ETERNAL
Fala como AMADO
DO ALTÍSSIMO
Comete
todas as estirpes de pecados mesmo sendo SEPARADO DO CRIADOR
E, não obstante, é ABSOLVIDO por ter sido CALVINISTICAMENTE
ELEGIDO para o GALARDÃO celestial, ainda que TÃO SIMILARMENTE PECADOR, TÃO
MORTO EM DELITOS E TÃO IMERECEDOR quanto o CULPADO E DIABÓLICO ATEU, e, nessa
condição de bem-aventurança, atravessa a existência terrena celebrando,
dançando e assoviando faceiramente este refrão: "DEIXA A GRAÇA
IRRESISTÍVEL ME LEVAR".
Sem causa, sem razão, sem
sentido, sem eira nem beira, sem quê nem para quê, tudo decorrência da aleatoriedade
por parte de um deus que seleciona os da esquerda e os da direita fazendo uso
de uma espécie de soberania calvinisticamente peculiarizada e imponderavelmente
bifurcada, expressa na seguinte definição:
"...Chamamos
predestinação o eterno decreto de Deus pelo qual houve por bem determinar O QUE ACERCA DE CADA HOMEM QUIS QUE ACONTECESSE. Pois ele NÃO QUIS
CRIAR A TODOS EM IGUAL CONDIÇÃO; ao contrário, PREORDENOU A UNS A VIDA
ETERNA; A OUTROS, A CONDENAÇÃO ETERNA. Portanto, como cada um foi criado para um ou outro desses dois
destinos, assim dizemos que um foi predestinado ou para a vida, ou para a
morte." (Institutas,
vol. III, formato pdf, tradução de Waldyr Carvalho Luz)
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