EM
REALIDADE INDEFECTÍVEL, A HUMANIDADE VIVE INVARIAVELMENTE EM FUNÇÃO DE
DINHEIRO, DELÍRIOS E LUXÚRIA. Em pequenos e repetidos
intervalos, os humanos dão uma paradinha ou um brief stop
para encher a pança e para se deslumbrar com alguma das tantas bobagens inventadas
por cérebros baldios e rapidamente voltar a pensar unicamente na conta
bancária, no apelo da carne e na imagem que veem refletida no espelho. |
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
quinta-feira, 23 de novembro de 2023
DIÁLOGO NO CÉU ENTRE ADEPTOS DA DOUTRINA CALVINISTA
Dois eleitos calvinistas, um carioca e um mineiro, se encontram na eternidade e, ao se cumprimentarem efusivamente, disseram um ao outro:
“Mermão, que bom encontrar você aqui!”
“Brigado. A satisfação é minha!”
Continuou o mineiro:
“Mas me fala um troço: eu não percebi a presença da sua mãe aqui no paraíso. Ocê já topou com ela?”
Respondeu o carioca:
”Também não encontrei minha mãe e por isso perguntei a um dos anjos o que teria acontecido com ela (aliás, falei inclusive com Jacó) e me disseram que minha mãe fora predestinada para o inferno e estava lá dançando com demônios.”
Replicou o outro homem, mineiro de Varginha:
“Me desculpa falar assim da sua mãe, mas aquela véia nunca me enganou. A gente percebe logo quando alguém é vaso de ira.”
Disse o filho “da mãe”:
“Não esquenta, mermão. Eu também, depois de algum tempo, após ter sido desmamado, notei que a véia de fato não prestava. Mas felizmente eu não herdei predestinatoriamente o DNA da malignidade dela. Pra dizer a verdade eu nunca vi minha mãe fazer mal pra ninguém, mas eu sei, segundo os infalíveis ensinamentos de João Calvino, que aquela condenada DEVE TER PECADO MUITO ANTES DE EXISTIR e, portanto, recebeu o salário do pecado; ou simplesmente, MESMO NÃO HAVENDO PECADO, ela foi predestinada para o inferno exatamente como aquele detestável Esaú. Deixa pra lá.”
E arrematou:
“Que você está achando do céu?”
Respondeu o mineiro:
“O
trem aqui é bão. Só tô sentindo falta de pão de queijo.”
Claro que extrair conclusões
acerca de pessoas exclusivamente com base na aparência que os olhos
contemplam é uma temeridade, como sabemos na condição de cristãos atentos ao
que diz a Bíblia. “Não julgueis segundo a aparência,
mas julgai segundo a reta justiça.” (João 7:24) Entretanto, a estrondosa
realidade é que, muitíssimo frequentemente, existem aparências tão contundentemente
expressivas de si mesmas que — sem o intuito de condenar ou absolver quem
quer que seja — dispensam qualquer atividade investigativa. |