O
Presidente Inácio da Silva, com a elegância, o refinamento e a erudição que o
caracterizam, afirmou
recentemente em vídeo divulgado na rede mundial de computadores (https://youtu.be/XQ49Sr__UnY) que no Brasil existem cerca de trinta milhões de pessoas com "desequilíbrio
de parafuso" e que, por isso, elas representariam claro perigo
para a sociedade.
No
mesmo fôlego emendou o moço do Palácio do Planalto que, em razão dessa
estatística, "pode
uma hora acontecer uma desgraça", referindo-se ou tomando como
exemplo o recente episódio de um homem que matou quatro crianças numa creche em
Blumenau/SC, atacando-as com arma conhecida como machadinha, em clara
declaração de “diagnóstico” em relação ao matador de crianças,
equiparando-o ou colocando-o em posição de estrita igualdade relativamente a
outras pessoas que estejam acometidas por um qualquer transtorno psicológico,
mental etc.
Destaca-se
enfaticamente que o Presidente Inácio emitiu tal solene, técnico e abalizado
parecer obtendo a pujante e rapidíssima concordância através de aceno com a
cabeça do juiz Moraes que estava ao seu lado durante esse pronunciamento.
Daí,
considerando que muitas famílias no Brasil, incluindo a minha própria, possuem
membros que se submetem a tratamento de autismo, depressão etc., pergunta-se a
esse ilustre Presidente do Conselho Federal de Medicina se, como disse o
cidadão Luiz Inácio (morador do Palácio do Planalto), as famílias deveriam
buscar a segregação daqueles que são portadores dessas variantes, ou se
deveriam mantê-los isolados, presos, em constante vigilância, de
modo a evitar que eles venham a ASSASSINAR outras pessoas pelo uso de
machadinhas, facas, foices, armas de fogo etc.
A
propósito da presença no evento do juiz Moraes, o qual é conhecido
pelo irrefreável gosto de encarcerar pessoas via de regra sem processo, sem
julgamento, sem direito de defesa, seria o caso de se pensar até mesmo no
uso de tornozeleiras eletrônicas para autistas, depressivos, melancólicos?
Assim,
e considerando o óbvio interesse público da questão, venho solicitar
a grande gentileza do posicionamento elucidativo do Conselho Federal de Medicina
e de profissionais do ramo, com ampla divulgação nos meios de comunicação,
no sentido de esclarecer se os ensinamentos ou os temores ou a advertência
do Presidente Inácio da Silva relativamente a portadores de autismo,
depressão, melancolia etc. encontram respaldo na ciência médica.