A
TEORIA DE JOÃO CALVINO, NA PRÁTICA COTIDIANA, É INTEIRAMENTE NEGADA PELOS SEUS ADEPTOS
Espero que os predestinacionistas-calvinistas
não se melindrem, porque não tenho a mínima intenção de ofendê-los. Mas digo:
Todo
calvinista, ainda que inconscientemente, ainda que o não perceba, diz o que não
pensa e pensa o que não pode dizer.
REFLEXÃO INICIAL
Seria plausível ou possível a
alguém que se declare cristão conviver pacificamente e espiritualmente com a possibilidade calvinística de que
seu pai ou sua mãe ou seus irmãos ou seus filhos ou todos eles conjuntamente sejam projetados representantes do demônio?
E, diante disso, exprimiria ele
em alto e bom som palavras de louvor ou de exaltação a Deus, mostrando-se
transbordante de felicidade por ter sido separado e eleito para o céu, não obstante aqueles seus consanguíneos
estejam destinados ao reduto de satã?
Diria esse religioso que seu pai,
ou sua mãe, ou seus irmãos, ou seus filhos, ou eles todos foram com inteira
justiça decretadamente predirecionados para a morte física e a morte eterna
antes que existissem, enquanto que ele próprio fora esculpido eletivamente para
a vida, embora descendendo de um demônio
e também gerando outros demônios, aos quais amou como filhos?
Ao
mesmo tempo que os Protestantes criticam veementemente, e com razão, o
Catolicismo Romano em virtude das várias heresias ali cultivadas, incluindo a
figura do Papa, tida como símbolo de inerrância e infalibilidade, eles mesmos (Protestantes) igualmente
elegeram o seu próprio Papa cujo nome é João Calvino,
homem esse que é aclamado mundo afora como inigualável,
insuperável e ímpar doutrinador, o reformador-mor, o sumo teólogo, numa autêntica, embora disfarçada,
canonização desse mero homem como uma espécie de Papa do Protestantismo.
Chega-se ao inqualificável
contrassenso de, pelas palavras de um (respeitável) homem chamado
Charles Haddon Spurgeon, elevar o francês Calvino a um patamar de "canonização protestante" e triste
menosprezo pela Palavra de Deus, já que Spurgeon, num estranho plágio,
manifestou sua "discordância"
em relação à afirmativa do Senhor Jesus Cristo (Mt 11:11; Lc 7:28), quando
este dissera as mesmas palavras, mas, obviamente, referindo-se ao Profeta João
Batista. Transcreve-se a extravasão de Charles Spurgeon:
"Among all those who have been born of women, there has not risen a
greater than John Calvin." (C. H. Spurgeon,
Autobiography, Vol. II)
"Entre os nascidos de
mulher não apareceu alguém maior do que João Calvino." (C. H. Spurgeon, Autobiografia, Vol. II) (pasmos!)
Não satisfeito, o mesmo Charles
Spurgeon expressou com veemência que "pregar o Evangelho equivaleria a
pregar o Calvinismo",
numa tentativa de sobreposição das
ideias ou teses do João Calvino em relação à Bíblia. Spurgeon
assim o declara em livro, cuja transcrição se faz abaixo:
"...I have my own
private opinion that there is no such thing as preaching Christ and Him
crucified, unless we preach what nowadays is called Calvinism. It is a nickname
to call it Calvinism; Calvinism is the gospel, and nothing else."
"...Tenho
minha própria e particular opinião de que não
há como pregar a Cristo crucificado, a menos que preguemos aquilo que
atualmente é chamado de Calvinismo. Calvinismo é um apelido ou epíteto.
Calvinismo é o evangelho, e nada mais." Do livro: "Spurgeon's sermons on the
cross of Christ"
INTRODUÇÃO
AMOSTRAS DA POUQUÍSSIMO CONHECIDA DOUTRINA
DE JOÃO CALVINO
Observe a ingente absurdidade: Enquanto
Miguel Serveto foi queimado vivo como um criminoso animalesco da pior espécie,
e cujo imperdoável crime fora manifestar-se dissonantemente do enfoque
calvinista acerca do mistério da Trindade, além de expressar-se contrariamente
ao batismo de crianças, João Calvino jamais fora sequer questionado
relativamente aos seguintes e meramente exemplificativos despropósitos contidos
no livro Institutas da Religião Cristã (tradução de Waldyr Carvalho Luz):
Atente-se, abaixo, para a explicação doutrinária de João Calvino,
querendo justificar o fato de Deus, segundo as teses desse francês, condenar
predestinatoriamente BILHÕES de pessoas para a perdição eterna:
"...Yet he professes
to know why God so arbitrarily determines the eternal fate of billions of
souls: it is 'to promote our admiration of His glory' by the display of His power." (The Story of
Civilization, vol. 6, Will Durant – Prêmio Pulitzer e
Medalha Presidencial da Liberdade, outorgada pelo Governo dos Estados Unidos da
América)
TRADUZINDO
"...Contudo, ele professa saber a razão pela
qual Deus tão arbitrariamente determina a sorte eterna de bilhões de almas: é para 'promover nossa admiração
pela Sua glória' por meio da exibição de Seu
poder." (História da Civilização, vol. 6, Will Durant)
NOTA:
Com outras palavras,
entende o João Calvino que bilhões de pessoas são arbitrariamente condenadas
por Deus tão-somente para que "nós", os eleitos também
predestinatoriamente, possamos "admirar" a Glória de Deus...
"...Calvin
enhanced this feeling of pride in election by making the elect, penniless or
not, an hereditary aristocracy: the children of the elect were automatically
elect by the will of God." (The story of Civilization, vol. 6. Will Durant –
Prêmio Pulitzer e Medalha Presidencial da Liberdade, outorgada
pelo Governo dos Estados Unidos da América)
TRADUZINDO
"...Calvino intensificava esse sentimento de
orgulho pela eleição transformando os eleitos, pobres ou não, numa aristocracia
hereditária, isto é: filhos de eleitos eram
automaticamente eleitos pela vontade de Deus".
Continua
o escritor João Calvino:
"I concede more - that thieves and murderers, and
other evil-doers, are instruments of Divine Providence, being employed by the
Lord himself to execute the Judgements which he has resolved to inflict. But I
deny that this forms any excuse for their misdeeds." (The Institutes, volume único, tradução
de Henry Beveridge)
TRADUZINDO
"...Eu concedo mais: os ladrões e os homicidas, e os demais malfeitores, são instrumentos da
divina providência, dos quais o próprio Senhor se utiliza para executar os
juízos que ele mesmo determinou." (vol. I)
NOTAS:
O estuprador de uma criança
com três anos de idade que, após o estupro, a mata
brutalmente diante do pai e da mãe, age como
instrumento da divina providência?
O pedófilo que, após seviciar sexualmente e
cortar a garganta de um infante,
age como instrumento da divina providência?
O político ladrão, saqueador dos
cofres públicos, canalha dos pés à cabeça, age como
instrumento da divina providência?
O punguista (batedor de carteira) age como instrumento da divina
providência?
O sonegador de impostos que
insere dedução falsa na Declaração de Imposto de Renda age como instrumento da divina providência?
O traficante de
cocaína, crack etc. age como instrumento da divina
providência?
O rufião (aquele que
vive da prostituição alheia) age como
instrumento da divina providência?
O pastor trapaceiro, mentiroso
e estelionatário age como instrumento da
divina providência?
Os integrantes do Governo Tirano de Genebra, repugnantemente
autocrático e totalitário, que não
permitia liberdade de crença e de expressão, do qual fazia parte o João
Calvino, quando "condenaram"(sic)
Miguel Serveto a ser queimado vivo amarrado a uma estaca, agiram na honrosa qualidade de instrumentos da divina providência e
executores do juízo determinado por Deus? Se sim, significa, então e
também, que Deus considerou Miguel Serveto como "merecedor" da "fogueira
santa" e teria determinado que João Calvino e seus companheiros
levassem a cabo o citado juízo?
Todos esses "instrumentos divinos", nessa condição e ao assim obrarem, exercem
tão somente o papel de executores dos juízos que Deus determinou, em
conformidade com a por João Calvino rotulada como pura e sã doutrina, em conformidade com o que ele próprio
declara em tom ameaçador, utilizando-se de xingamentos e expressões rasteiras,
incompatíveis com a santidade que se apregoava a respeito dele próprio, declarando no prefácio do livro em estilo "solene" que sua produção
literária constituía "derivação
celestial", algo como uma revelação especial que, inclusive,
destinava-se, segundo ele, a evitar que
os cristãos se enfadassem ou se aborrecessem com a leitura da Bíblia, cuja
compreensão somente seria possível com o auxílio indispensável e prioritário de
sua aventura literária?
A mim isso me soa como ofensa à
cristandade.
Enfadonho poderia ser considerado
esse livro. Não, a Bíblia, cujas linhas
emergem de inspiração sobrenatural do Espírito Santo.
A propósito, reveja-se o que Calvino
estampou no citado prefácio de seu Tratado Religioso:
"...Por essa
razão, aliviado
será o leitor piedoso de grande aborrecimento e enfado, se à Escritura se
achega premunido
do conhecimento da presente obra como
de um instrumento necessário."
"...Não
ouso arrogar-lhe testemunho demasiado lisonjeiro, nem pronunciar-me quanto a
quão proveitosa lhe possa ser a leitura, temendo parecer que à minha obra
atribuo valor excessivo. Todavia, posso bem prometer que poderá isto ser como
que uma chave e
entrada
que a todos os filhos de Deus outorgue
acesso a correta e cabal compreensão
da Santa Escritura."
"...E
já que forçoso nos é reconhecer que de Deus procedem toda verdade e sã doutrina, ousarei, um
tanto presunçosamente, afirmar, com singeleza, a opinião que nutro desta obra: é ela mais de Deus que de mim próprio. Portanto, se algum louvor houver ela
de suscitar, a Deus se deve ela render."
"...
Exorto, pois, a todos quantos nutrem reverência para com a
Palavra do Senhor, a que a leiam
e, com diligência, a entesourem na mente; se almejam
possuir, primeiro, um sumário da doutrina cristã, em segundo lugar, um meio de fruir real proveito da leitura tanto do Antigo quanto do Novo Testamentos."
Prossegue João
Calvino:
“...E além disso quis com esta nota
dar a entender que ele apaga do número
de seus filhos aqueles que são fáceis de vingar-se
e difíceis em perdoar..."
(vol. III):
NOTA:
Implica dizer que a predestinação
seria também algo "maleável"(sic), sujeita a "alterações"...
Referindo-se a Adão, escreveu Calvino:
"...a
escolha do bem e do mal lhe era livre. Suma retidão havia em sua mente e em sua
vontade" (vol. I):
NOTA:
Observe-se que o escritor
aparentemente defende a existência plena
do livre-arbítrio relativamente ao primeiro homem. Mas como Adão poderia
escolher entre o bem e o mal se o bem e o mal não eram de
conhecimento nem dele nem de sua mulher, se tal conhecimento somente poderia
ocorrer caso comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal?
Prossegue ele:
“...O melhor meio de que ele pode
servir-se para abater essa nossa arrogância. Deus nos aflige ou com ignomínia, ou com pobreza, ou com perda de
parentes, ou com doença, ou com outras calamidades" (vol. III):
NOTA:
Deus, no intuito de dissuadir-nos de
nossa arrogância, isto é, com o objetivo de fazer com que o eleito "deixe
de ser arrogante", inflige-nos doenças, mata nossos parentes, faz que
nos tornemos pobres. Esse
escritor deixa a nítida impressão de que se transportou no tempo para a Antiga
Aliança, quando filhos eram punidos pelas transgressões dos pais etc. etc. Então, se alguém cultivar altivez ou
arrogância, seus filhos, seus netos, seus parentes, correm o perigo de ser
mortos por Deus simplesmente para que ele "deixe
de ser arrogante"?
Mais
adiante:
“...nosso sumo bem é não haver nascido, e portanto se deve
morrer o quanto antes. 'Confesso que hão sentido, na
verdade, com muito acerto aqueles a quem pareceu o melhor o não ser nascido, em seguida, o morrer o mais cedo
possível.” (vol.
III):
NOTA:
João
Calvino admite-se extremista no que se refere ao controle de natalidade, defendendo enfaticamente uma espécie de
natalidade zero e,
portanto, algo como extinção dos seres
humanos da face da terra. Conclui-se,
então, que as mulheres grávidas são
malvistas por
ele e seus adeptos calvinistas. Inevitavelmente, entender-se-á que
Calvino
rejeita a passagem Bíblica segundo a qual "os
filhos são herança do Senhor e o fruto do ventre o seu galardão" (Sl
127:3)?
Diz mais:
"...as próprias crianças, enquanto trazem consigo sua
condenação desde o ventre materno, são tidas como culposas não por falta alheia, mas pela falta de si
próprias. Embora ainda não tenham trazido à
tona os frutos de sua iniqüidade, no entanto têm
encerrada dentro de si a semente. Com
efeito, sua natureza toda é uma como que
sementeira de pecado. Por isso, não pode ela deixar de ser odiosa e abominável a Deus." (vol. II):
NOTAS:
Uma
qualquer mulher que esteja grávida, caso ocorra um aborto no oitavo mês da
gestação, jamais poderia saber se o natimorto era Eleito ou Filho de
Satã.
E na hipótese de a criança nascer
com vida e morrer após alguns dias, tendo sido batizada, quais haveriam de ser
as palavras do batizante ao ensejo desse sacramento e ao ensejo do funeral da
criança?
Vejam que, com tal posicionamento
doutrinário, João Calvino revela-se em rota de heresia também sob outra ótica,
ou seja, esse cidadão se opõe ao Senhor Jesus
Cristo, João Calvino se opõe à
Palavra de Deus, considerando que é a
Bíblia, ela própria, que contém palavras solenes, indubitáveis, inquestionáveis
do Senhor Jesus no sentido de que: "...Deixai
os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos
céus" e "Pela
boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?" (Mt 19:14
e Mt 21:16).
João Calvino considera, então, que Jesus estaria "exagerando"(sic), já que, ao ver desse
escritor, aludindo a Mateus 19:14, relativamente às crianças, "dos tais é o reino do inferno"
em sua maioria!! De que plausível maneira um réprobo, um maldito, um
predestinado ao inferno poderia ter um momento ou um lampejo efêmero de
"perfeito louvor" para, daí a algum tempo, "desabrochar-se"
como abominável e eterno habitante do inferno?
Para esse escritor francês, Deus não somente criou o Diabo, mas continua diariamente criando
réplicas do Diabo ou Anjos Diabólicos,
na medida
em que predestina milhões e milhões de pessoas para a perdição eterna a ser "curtida" num lugar chamado
inferno, o qual, segundo a Bíblia, é reservado para o diabo e seus anjos. Se
considerarmos que a Palavra de Deus ensina claramente que o mundo jaz no
maligno e que larga é a porta que conduz à perdição, fica óbvio que a maioria
esmagadora das crianças que são cotidianamente geradas não passam de "filhotes do diabo", já que,
segundo as teorias doutrinárias do gaulês João Calvino, o decreto
predestinatório de Deus não distingue entre
crianças no ventre, ou crianças aos seios da mãe, ou crianças nascidas vivas,
ou crianças nascidas mortas, ou crianças com muito tenra idade,
ou adultos ou pessoas avançadas em idade.
Todos já são concebidos ou já nascem com o chip de predirecionamento eletivo à vida
eterna ou com o chip que os
encaminhará ao tormento infindável.
Só para relembrar o que está contido nesse mesmo livro
rotulado de Institutas, relativamente à tese da Predestinação, que não distingue entre crianças e adultos,
entre nascidos e não nascidos:
"...
designou de uma vez para sempre, em seu eterno e imutável desígnio, àqueles que ele quer que se salvem, e também àqueles que quer que se percam."
(vol.
III)
Seria, pois, plenamente lógico concluir que, segundo o olhar
doutrinário do cidadão João Calvino, os filhos réprobos ou malditos, na
avassaladora maioria dos viventes, representariam, em vez de herança, uma espécie de "maldição"
de Deus que as mães carregam no ventre, quando nos lembramos do Salmo nº 127?
Ou pactuaríamos com o pensamento desse francês no sentido de
que, mesmo pré-condenadas ao inferno, as crianças constituem uma "bênção"
ou um "galardão" divinos?
Além disso: o predestinadamente réprobo, enquanto ainda
pequeno, enquanto ainda "diabinho" aos seios da mãe,
é capaz de
"perfeito louvor", mas logo
após
atingir determinada idade "diabólica" ele deixa de
ser perfeito louvador para ser execrável blasfemador, simplesmente porque "dos
tais é o reino do inferno"?
Prossegue Calvino:
"...A buscar ajuda, refugia-se
ali onde, para que se conserve incólume, tem
necessariamente de prostituir a esposa, o que lhe teria
sido, talvez, mais amargo que muitas mortes.”
(vol. II):
NOTA:
Para Calvino, Abraão, diante
da apertura em que se encontrava durante a caminhada para a terra aonde Deus o
destinara, viu-se sem alternativas a não ser "prostituir sua mulher
Sara".
Esta é a inacreditável interpretação
calvinística de Gênesis 12:11-15, onde se lê tão somente que Abraão pediu a Sara que, se perguntassem,
dissesse ser sua irmã, receoso de que o matassem por causa da formosura de sua
mulher.
Prossegue o francês:
“Os
animais brutos, as
próprias criaturas insensíveis, e até as madeiras e as pedras têm
como que um certo sentimento de sua futilidade e corrupção, e estão esperando o
dia da ressurreição
para ver-se livres de sua futilidade
juntamente com os filhos de Deus.” (vol.
III):
Na versão
em inglês: "...Shall
the lower animals, and inanimate creatures themselves even wood and stone, as
conscious of their present vanity, long for the final resurrection, that they
may with the sons of God be delivered from vanity." (pág. 576)
NOTA:
Calvino
"equipara" animais,
madeiras e pedras ao homem, imagem e semelhança de Deus, e, indo muito mais além do que uma simples prosopopeia, tenta inocular sentimento e até mesmo "alma" e "espírito" em madeiras, pedras e animais,
apenas
olvidando-se de esclarecer se aos tais se aplicaria a predestinação eletiva ou
condenatória...
E,
superando todas as expectativas, esse escritor invoca como alicerce para essa "teoria da ressurreição" o
Livro de Romanos 8:19-21.
Avança Calvino:
“...Eis o supremo poder com o qual convém que os pastores da igreja sejam
investidos. Que obriguem a todo poder, glória, sabedoria, exaltação do
mundo a sujeitar-se-lhe e a obedecer-lhe
à majestade; sustentados em seu
poder, imperem sobre todos, desde o mais alto até o mais baixo; edifiquem a mansão de Cristo, desmantelem a
de Satanás; apascentem as ovelhas, submetam os rebeldes e contumazes; liguem e desliguem; enfim, caso se faça
necessário, relampejem e despeçam raios;
tudo, porém, na Palavra de Deus.” (vol. IV)
NOTA:
O
moço João Calvino (seu livro foi escrito quando ele contava vinte e seis anos
de idade) revela-se eloquentemente categórico quando, no mesmo livro
"Institutas", afirma e
reafirma em prosa e verso sua tese no sentido de que os dons espirituais
feneceram, não mais subsistem em nosso tempo, não há mais profecias, não há
mais línguas, não há mais milagres, não há mais curas, não há mais feitos
sobrenaturais. Por que, então, cargas-d'água, ele, numa contradição
inominável como essa, em sentido diametralmente contrário assevera megafonicamente
que os Pastores (leia-se: somente os
chamados Reformados ou Calvinistas e, portanto, ele próprio também) são dotados
de "supremo poder",
aptos a imperar como "majestades",
a "ligar e desligar",
a "relampejar"
e "despedir raios"?
Expressa-se, mais, esse polígrafo cristão:
"...Se bem que cinza e saco
talvez se adequassem mais àqueles tempos, no entanto é evidente que entre nós mui oportuno haverá de ser o uso
do pranto e do jejum, sempre que o Senhor parecer ameaçar-nos com algum flagelo ou
calamidade. Nem os
pastores das igrejas haverão de fazer mal hoje, se ao verem a ruína pendente
sobre os pescoços dos seus, bradarem a que se apressem ao jejum e ao
pranto."
(vol. III)
NOTAS:
Como conciliar tal extravasão literária com as teorias
predestinacionistas calvinísticas, segundo
as quais tudo cessou a partir da Nova Aliança, em termos de espiritualidade
sobrenatural decorrente de dons?
E não apenas o aspecto cessacionista-calvinístico, mas com
igual ou ainda maior ênfase quando se traz à lembrança a nuança consistente em
que esse homem apregoa que nada acontece que não haja sido e nada acontece que
não decorra da preordenação absoluta. Portanto, de que maneira "prantos e
jejuns" provocariam alteração nos eternos e imutáveis propósitos do
Criador?
Seria prática corrente nos ajuntamentos denominacionais de
índole calvinista que os líderes ou
pastores aconselhem veementemente os adeptos que se lancem ao jejum e ao choro,
no intuito
de obterem livramento de flagelos ou calamidades provindos do próprio Deus?
Mais adiante, lê-se:
“Nego,
pois, que o pecado deva ser menos imputado por ser necessário;
nego,
por outro lado, que o que inferem seja procedente, a saber, ser ele evitável, por ser voluntário. Ora, se alguém quer contender com Deus e furtar-se ao juízo
com este pretexto, que não poderia ter
agido de outra maneira, tem a resposta preparada, o que ressaltamos em outro lugar, a saber, o fato de os homens,
convertidos em escravos do pecado, nada poderem querer senão o mal, não provém
da criação, mas da corrupção da natureza.
Donde, pois, essa incapacidade que
os ímpios de bom grado invocariam como pretexto, senão que, por sua livre
vontade, Adão se entregou à tirania do Diabo? Daqui, pois, a corrupção de cujos
laços somos mantidos atados, ou, seja, que o primeiro homem
desertou de seu Criador. Se desta deserção são merecidamente tidos todos os
homens por réus, não se julguem escusados pela própria necessidade, em que têm
a mais translúcida causa de sua condenação. E isto expliquei claramente supra, e um exemplo propus no próprio
Diabo, de que se fizesse patente que aquele
que peca por necessidade, peca não menos por vontade; assim como, por outro lado, nos anjos eleitos, embora a vontade lhes seja indeclinável do bem, entretanto não deixa de ser
vontade...” (vol. II)
NOTA:
De
acordo com a doutrina do gaulês Calvino, o pecado é não apenas necessário, mas
também inevitável. E, ainda que o homem peque "necessariamente"
e "inevitavelmente",
ele assim age por "espontânea vontade".
O
escritor em questão, como lhe é peculiar, apregoa que essa é a "perfeita
exegese Bíblica, a pura e sã doutrina". Já em
relação à eleição, ou seja, com pertinência aos eleitos, João Calvino assevera que não existe
vontade alguma.
A vontade só se faz
calvinisticamente plausível para a prática do mal, ainda que predestinados
condenatoriamente antes da fundação do mundo, antes do nascimento, ainda na
qualidade de fetos uterinos, ainda que na condição de cadáveres abortivos,
ainda que na condição de bebês lactentes subitamente mortos, todos estes são "celeiros da maldade" e "pecadores compulsoriamente
espontâneos"...
Diz
também esse religioso:
“Queiras ou não, que teu
intento é pendente antes da impulsão de Deus do que da liberdade de tua
escolha, esta
é a experiência diária." (vol. II)
"...Se
é diligentemente examinada, a Escritura mostra que não só as boas vontades dos homens, que de más ele assim as
faz, e uma vez feitas, dirige para as boas ações e a vida eterna, mas também aquelas que conservam a
criatura no mundo, assim estão sob o
poder de Deus,
de modo que, por seu mui secreto, porém mui justo
juízo, as faz inclinar-se para onde quiser,
quando quiser, seja para prestarem benefícios, seja para infligirem
castigos." (vol. II)
NOTA:
O
escritor quis transmitir o que chamou de "experiência diária" no sentido de que tudo
o que todas as
pessoas fazem ou deixam de fazer na verdade não fazem
nem deixam de fazer, porque Deus não as dotou ou não nos dotou nem de
espontaneidade, nem de intento, nem de iniciativa, nem de vontade, nem de
escolha...
Prossegue
o autor:
"...Que nos confessemos àquele que do seio
da Igreja tenha se mostrado especialmente idôneo, contudo, visto que os pastores são idôneos para julgar
muitíssimo acima dos demais, deverão também ser de preferência escolhidos
por nós.
Não negligenciar
o remédio que lhe é oferecido pelo Senhor, isto é, que para aliviar-se use da
confissão particular perante seu pastor, e para alcançar consolações
para si implore em particular a ajuda
daquele cujo ofício é consolar.
Esta foi a forma de se confessar na Igreja antiga, como
também Cipriano o relembra: 'Fazem penitência', diz ele, 'pelo tempo justo,
então vêm à confissão e, mediante a imposição de mãos do bispo e do clero,
recebem o direito de comunhão.
Não vulgar ou leve consolo é ter ali presente o embaixador
de Cristo, munido do mandato de reconciliação, por meio de quem ouça pronunciar-se sua
absolvição.
Quão grande beneficio é que se
compreende estar perdoado por aqueles a quem Cristo disse: 'A todos quantos
perdoardes os pecados na terra, terão sido perdoados no céu!'. Se o mesmo
revelou a seu pastor a ferida secreta de sua alma e tenha dele ouvido,
dirigida diretamente a si, esta mensagem do evangelho: 'Perdoados são teus pecados; tem confiança,
à segurança firmará o ânimo e se libertará dessa ansiedade de que antes ardia.”
(vol. III)
NOTA:
Por incrível que parecer possa, João
Calvino, em meio a referências as mais enfaticamente depreciativas,
abominadoras e execratórias, dirigidas especialmente ao Catolicismo Romano e à
Estrutura Papal em seu livro "Institutas", defende, não obstante, lá mesmo, a prática romanista da
"penitência", seguida da "confissão auricular", depois o
"perdão pastoral", isto é, a
"absolvição concedida pelo embaixador de Cristo" através da qual se
abre caminho à comunhão.
Prossegue João Calvino:
“O
mesmo ensina ainda o Apóstolo,
em outro lugar, que Deus a todos
encerrou debaixo da incredulidade, não para que os perca,
ou deixe que todos pereçam, mas para que ele tenha misericórdia de todos.” (vol. II)
NOTA:
Trata-se de enfoque doutrinário inominável, na medida em que, sabidamente,
rotundamente e explicitamente, João
Calvino é defensor ardoroso e iracundo daquilo que ele próprio denomina
"pura e sã doutrina"(sic), segundo a qual não existe misericórdia para todos; aliás, não
existe misericórdia para nenhum vivente, exceto para aqueles pouquíssimos que
contemplados com o chip da eleição pré-uterina. Como se vê, tal posicionamento pode até mesmo ser tomado
como ofensivo para quem se aventura na literatura do francês, pois que o autor,
ao que parece, supõe que pessoas não estejam aptas à leitura...
Escreveu também Calvino o seguinte:
"...Elas
vêm muito a propósito para que os inimigos da pura e sã doutrina sejam desbaratados, mormente em que, com seu serpear sinuoso e insinuante, estas
serpentes escorregadias se escapolem, a menos que sejam acossadas com vigor e,
apanhadas, sejam esmagadas."
(vol. I)
Na versão em língua inglesa:
"...Of
this, we of the present day have too much experience in being constantly called
upon to attack the enemies of pure and sound doctrine. These slippery snakes
escape by their swift and tortuous windings, if not strenuously pursued, and
when caught, firmly held." (vol. único)
NOTA:
João Calvino defendeu tranquilamente o extermínio,
o esmagamento,
a execução
de
quaisquer pessoas que se pusessem a pensar diferentemente dele...
CURIOSIDADES CONTIDAS NO
LIVRO DOUTRINÁRIO DE JOÃO CALVINO
- O padre Martinho Lutero não é citado NEM UMA ÚNICA VEZ por Calvino nos
quatro volumes do livro Institutas. Depreende-se claramente, pois, que, para João Calvino, o padre Lutero NEM MESMO
EXISTIU ou, se existiu, não teve "paternidade
reformatória" nenhuma, ao contrário do que
historicamente se diz a respeito de Lutero, aclamado como "Pai da
Reforma"(sic). E isso pode ser explicado de maneira lógica, considerando
que os respectivos pensamentos doutrinários de Calvino e de Lutero revelam-se
manifestamente antagônicos, razão óbvia pela qual esse escritor francês
reputava aquele escritor alemão como herege, entre numerosas outras razões
porque esse padre alemão era
confessadamente antissemita e declaradamente purgatorista.
De fato, Lutero escreveu coisas surpreendentes, que podem assim
ser exemplificadas:
"...I hope
that in this booklet a Christian who does not desire to become Jewish will find
sufficient arguments to guard against the blind, poisonous Jews, and will also become an enemy of the wickedness,
lies, and cursing of the Jews, and come to the knowledge that their belief is not only false, but that they
are also possessed of all the Devils." (The Jews
and their lies, formato pdf, pág. 61, Christian
Nationalist Crusade - P. O. Box 27895 -
Los Angeles 27, California).
E mais:
"...É-me certíssimo que existe um purgatório.
Não me impressiona muito o que blateram
os hereges, visto que, já há mais de 1.100 anos, no livro IX de suas
Confissões, o
B. Agostinho ora por sua mãe e seu pai e pede que se ore [por eles], e sua
santa mãe, ao morrer (como ele lá escreve), desejou que sua memória [fosse
lembrada] junto ao altar do Senhor;" (Obras Selecionadas, formato pdf, pág.
96, Editora Sinodal, Caixa
Postal 11 93001 - São Leopoldo – RS (0512)92-6366 - Concórdia Editora Ltda.
Caixa Postal 3230 90001 - Porto Alegre – RS (0512) 42-2699)...".
Diante disso, e por sua
vez, João Calvino, em polo longitudinalmente oposto, com grandes letras destacou a respeito do imaginário
purgatório defendido por Martinho Lutero:
"Mas, uma vez que o
purgatório está edificado sobre muitas blasfêmias, e
diariamente seja embasado de novas blasfêmias,
e uma vez que suscita muitas e graves ofensas, de fato não há como fazer dele
vistas grossas. É possível que por algum tempo se pudesse silenciá-lo,
dizendo-se que foi forjado à margem da Palavra de Deus, por um curioso
atrevimento e uma vã temeridade, por haver-se crido em virtude de não sei que revelações
inventadas por Satanás, e por ter sido nesciamente corrompidas
certas passagens da Escritura para confirmá-lo. Portanto, precisamos
gritar quanto pudermos e afirmar que o purgatório é uma perniciosa invenção de
Satanás, que
destrói todo o valor da cruz de Cristo, e que infere uma gravíssima afronta à
misericórdia de Deus, dissipa e destrói a fé....". (Institutas, vol. III,
págs. 146 e 147, tradução de Waldyr Carvalho Luz).
Fica muitíssimo claro e
patente, por conseguinte, que, para o francês João Calvino, o padre Martinho
Lutero jamais poderia ser reputado como "Pai
da Reforma" (suposta), em virtude da sua condição de defensor de
heresias e de "revelações inventadas
por Satanás".
OUTRAS CURIOSIDADES DETECTADAS NAQUELE LIVRO
-
O médico, filósofo e estudioso cristão Miguel
Serveto é citado 49 vezes
(sem considerar citações de índices
e notas de rodapé) por Calvino: 9 no primeiro volume, 20 no segundo, nenhuma no
terceiro e 20 no quarto, sempre com o
propósito ameaçador e virulentamente depreciativo através de xingamentos e
execração.
-
O Rei dos Reis e Senhor dos Senhores Jesus
Cristo é citado 96 vezes
(sem considerar citações de índices
e notas de rodapé) por Calvino: 6 no primeiro volume, 22 no segundo, 44 no
terceiro e 24 no quarto.
-
O padre Agostinho é o campeão absoluto
na preferência do gaulês Calvino, tendo sido
agraciado 332 vezes
(se contadas citações de índices e
notas de rodapé, somam mais de 400) com referências as mais esmeradas possíveis:
38 vezes no primeiro volume, 81 no segundo, 87 no terceiro e 126 no quarto, sempre com a finalidade explícita de
exaltação e extrema reverência.
NOTA:
Estranha
essa atitude literária do João
Calvino...
SIMILARIDADE MAÇÔNICA
Na versão em língua inglesa do Manual de Calvino chamado ‘Institutas’, ele assim se
exprime a certa altura:
“He will not say that chance has
made him differ from the brutes that perish; but, substituting
nature as the architect of the universe, he
suppresses the name of God.” (vol. único, pág. 60, tradução de Henry Beveridge)
Já na roupagem em português, o tradutor perceptivelmente
direcionou o texto de modo a omitir palavras ou expressões que pudessem
ocasionar algum tipo de mal-estar entre leitores mais atentos. Vejamos como
ficou esse trecho na língua da República Verde-Amarela:
“Não
dirão que se distinguem dos seres brutos por obra do acaso. Todavia, sobreposto o véu da natureza, a
qual lhes é o artífice de todas as coisas, alijam a Deus.” (vol. I, pág. 64, tradução de Waldyr Carvalho Luz)
Comparando ambos os textos, ou ambas as versões, perguntar-se-á o
leitor se o tradutor para o português quis deliberadamente suprimir qualquer
expressão que deixasse à mostra possível simpatia ou mesmo filiação de Calvino
à Maçonaria, de vez que, sabidamente, no âmbito dessa Confraria Secreta
cultua-se um deus designado por G.A.D.U., ou Grande Arquiteto do Universo.
Ao que se pode fácil e claramente observar, a versão em inglês faz
explícita referência ao tal “Arquiteto
do Universo”, ou “deus” dos maçons. Por conseguinte, qual de ambas seria
mais ou perfeitamente coerente com o original em francês, supondo que Calvino,
por ter nascido na França, houvesse escrito o livro ‘Institutas’ em sua própria língua? E em latim,
qual dessas expressões reteria em si, com fidelidade, o que Calvino de fato
escreveu?
Por que plausível e lógica razão a versão em inglês contém a
expressão “substituting
nature as the architect of the
universe” , a qual, uma vez vertida para a língua falada no Brasil, acabou
metamorfoseada para: “sobreposto o véu da natureza, a qual lhes é
o artífice de todas as coisas"?
De outro ângulo, nesse mesmo Manual de Religião (o próprio autor chama seu
livro de "Manual de
Instrução", ao que se vê
no vol. III) tão e
estranhamente venerado por calvinianos, o huguenote João Calvino refere-se a
Deus como “A.D.U.” (Arquiteto do Universo) ou “S.A.D.U.” (Supremo Arquiteto do
Universo) ou A.O.T.U. (Architect of the
Universe) ou S.A.O.T.U. (Supreme
Architect of the Universe), ou seja, numa prática ou num estilo literário
perceptivelmente alheado da Palavra de Deus, abrindo inevitável ensejo a
ilações várias.
Vejamos:
“Mas,
embora tenhamos de derivar do Novo Testamento muitos testemunhos, outros também
da lei e dos profetas, onde se faz expressa menção de Cristo, contudo todos
tendem a este fim: que Deus, o Artífice do universo, se
nos patenteia na Escritura; e o que dele se deva pensar, nela se expõe, para
que não busquemos por veredas ambíguas alguma deidade incerta.” (vol. I,
pág. 78, tradução: Waldyr Carvalho Luz)
“Logo, longe de nós tolerar a ideia
de um começo dessa Palavra que sempre foi não só Deus, mas também, depois, o Artífice do universo.” (vol. I,
pág. 135, tradução: Waldyr Carvalho Luz)
“Portanto, quis ele se fizesse
patente a história da criação, apoiada à qual a fé da Igreja não buscasse a
outro Deus, senão aquele que foi por Moisés proposto como o Artífice e Fundador do universo.” (vol. I,
pág. 163, tradução: Waldyr Carvalho Luz)
Em seus comentários ao
Livro de Salmos, especificamente na abordagem do Salmo nº 19, esse cidadão não
mostra ou não demonstra preocupação quanto à Biblicamente imprescindível
maneira de evocação de Deus, utilizando-se das mesmas expressões contidas nas
abreviaturas supra, isto é, “Arquiteto do
Universo” (A.D.U.), “Supremo
Arquiteto do Universo” (S.A.D.U.) etc.
Transcreve-se a seguir:
“À medida que reconhecemos que Deus
é o supremo Arquiteto, o qual erigiu a
linda estrutura do universo, nossas
mentes, necessariamente, se sentirão arrebatadas, com espanto repassado de
êxtase, por sua infinita benevolência, sabedoria e poder.” (Comentários aos Salmos, pág. 414)
Também na versão em inglês:
“As
soon as we acknowledge God to be the supreme Architect, who has erected the beauteous fabric of the universe, our
minds must necessarily be ravished with wonder at his infinite goodness,
wisdom, and power.” (Commentary on Psalms, pág. 310)
Semelhantemente, no apontado conjunto de Didática Religiosa "Institutes of the Christian
Religion", tradução de
Henry Beveridge:
"Hence God was pleased that a
history of the creation should exist—a history on which the faith of the Church
might lean without seeking any other God than Him whom Moses sets forth as the Creator and Architect of the
world." (pág.
142)
"The former is exemplified when
we consider how great the Architect must be who
framed and ordered the multitude of the starry host so
admirably, that it is impossible to imagine a more glorious sight, so
stationing some, and fixing them to particular spots that they cannot
move;" (pág.
156)
Por conseguinte, o mesmo João Calvino induz, conduz ou força os
leitores à inevitável conclusão de que ele seria abertamente maçom. E,
na hipótese de, eventualmente, ele não ter sido adepto da ou filiado à
Maçonaria, por que cargas-d'água fez uso de modos ou expressões maçônicas
em seu livro de doutrina religiosa?
E que não surjam ou não se insurjam os
admiradores das teorias doutrinárias do apontado e inegavelmente brilhante escritor,
trazendo argumentos em sua defesa, deturpando ainda mais a Bíblia, como se a Deus pudessem
ser imputados "apelidos" os mais variados, sejam esses utilizados
por João Calvino, sejam outros que provenham da inspiração ou da criatividade doutrinária de eruditos. Nesse sentido, admitir-se-ia que a
Palavra de Deus passasse pela deturpação voltadamente para que o Deus de
Abraão, Isaque e Jacó deixasse de ser o Deus de Abraão, Isaque e Jacó? E, pois, doravante sendo referenciado por gracejos como "Arquiteto do Universo", "Suma Inteligência do Universo",
"Invencível do Universo", "Supremo Arquiteto do Universo",
"Gerente do Universo", como se todos esses
epítetos representassem algo equivalente a tratamento honorífico ou de louvor a
Deus?
Isso, fazendo uso de
expressão popular enfática e bem inteligível: seria de lascar o cano! Seria a negação
explícita da Bíblia, porquanto é a Palavra de Deus, e somente ela, que ensina
como nós, cristãos, devemos nos referir a Deus. Por exemplo, no Livro de Êxodo,
capítulo 3, versículo 15; capítulo 6, versículos 2 e 3; e no Livro de Amós,
capítulo 4, versículo 13, encontramos as seguintes e inconfundíveis
advertências ou ensinamentos:
"E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos
filhos de Israel: O SENHOR Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque,
e o Deus de Jacó, me enviou
a vós; este é meu nome eternamente, e este
é meu memorial
de geração
em geração." (Êx 3:15)
"Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu sou o SENHOR. E
eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não
lhes fui perfeitamente conhecido." (Êx 6:2 e 3)
"Porque é ele o que forma os montes, e cria o
vento, e declara ao homem qual é o seu pensamento, o que faz da manhã trevas e
pisa os altos da terra; Senhor, o Deus dos Exércitos é o seu
nome." (Am 4:13)
Na hipótese de escritores, como João Calvino, desejarem
ardentemente ou incontrolavelmente fazer uma espécie de "variação" relativamente ao Nome de Deus, têm
eles à sua disposição outras passagens Bíblicas segundo as quais o Criador se
identifica como "Senhor",
"Eu Sou", "Jeová", "Deus dos Exércitos",
exemplificativamente. E, sabidamente, não
há, na Bíblia, nenhuma esdrúxula referência a "Grande Arquiteto do Universo" ou "Arquiteto Do Universo" ou "Supremo Arquiteto Do Universo", expressões típicas,
próprias e adequadas ao ambiente maçônico e que lá devem ser deixadas.
Paralelamente a
tudo isso, e como se isso não bastasse, os adeptos do segmento religioso
chamado calvinismo empregam desmedidos esforços no sentido de manter os
correligionários no pleno desconhecimento a respeito de outras nuanças
atinentes ao francês João Calvino, de modo a não provocar inevitáveis
inquietações ou deslustres de sua boa reputação. Nesse sentido, omitem-se disparates doutrinários defendidos
pelo cidadão Calvino em sua
construção literária Institutas da Religião Cristã e que, não obstante, são
mantidos numa espécie de "abafamento" ou cuidadosa ocultação.
DESFAZENDO NARRATIVAS
A VERDADEIRA HISTÓRIA SOBRE O EPISÓDIO ENVOLVENDO JOÃO
CALVINO E MIGUEL SERVETO
Como sabido de todos, LÍDERES DE IGREJAS OU
SEGMENTOS RELIGIOSOS DE ORIENTAÇÃO CALVINISTA, no afã ou na firme determinação
de manter em oculto as variantes chocantes que matizaram a relação entre João
Calvino e Miguel Serveto, invariavelmente envidam
todos os esforços com vistas a criar uma atmosfera de quase-santidade para João
Calvino, ao ponto de proclamar em grandes brados coisas como:
"João Calvino
não determinou a execução de Miguel Serveto".
"João Calvino nunca
matou ninguém".
"João Calvino não detinha
poderes para condenar ninguém".
Isso é vexatoriamente inverossímil!
"João Calvino foi um
homem de oração".
"João Calvino foi um cristão
zeloso pela palavra de Deus".
"João Calvino foi um
homem piedoso".
Isso é parcialmente verdadeiro,
pelo menos sob específicos aspectos igualmente históricos, que serão a seguir
delineados.
Bem, se essas afirmativas houvessem sido proferidas em razão de desconhecimento histórico rudimentar, poder-se-iam justificadamente
desculpar esses líderes sob a
projeção de que se trata de um imenso
equívoco.
Todavia, a realidade é que não se configura mero equívoco, mas lamentavelmente propositada
distorção da verdade, considerando que os registros históricos aí estão, à
disposição de quem os desejar conhecer e, evidentemente, supõe-se que cristãos, mormente líderes cristãos, detenham todo o
interesse em conhecer a verdade e nela se escudar.
Pois bem. Ao contrário das afirmações elogiosas
acima reproduzidas, feitas por adeptos do calvinismo e relativas a João Calvino,
pode-se e deve-se imprescindivelmente rebatê-las em prol da verdade, primeiramente destacando que João
Calvino, sob a justificativa de estar, como dito pelos calvinistas, "zelando pela Palavra de Deus",
em realidade dela distanciou-se ao fazer, em Genebra, uma espécie de "regresso" no tempo,
infiltrando-se na Antiga Aliança e apoiando-se nos preceitos a ela pertinentes,
e, na autoatribuída qualidade de Profeta Enviado de Deus, pôs-se a punir, humilhar, castigar, torturar e matar
pessoas, e, por inacreditável que pareça, afirmando estar agindo em estrita conformidade com o mandado do Altíssimo.
Destoantemente do que cantado em prosa e verso
por praticantes desse segmento religioso, Calvino era, sim, o máximo mandatário de Genebra, era o chefe do Consistório, era a suprema autoridade, era a voz de comando da Teocracia
Veterotestamentária e Totalitária instaurada por ele próprio naquela região.
Ele via a
oração como algo sem nenhum efeito
celestial, porque considerava tanto
a oração quanto a eventual resposta ou mesmo a ausência de resposta como ato
ou fato integrante do decreto predestinatório eterno, imutável, infalível e
inquestionável de Deus.
Atente para as seguintes transcrições do livro The Story of Civilization, de Will
Durant – Prêmio Pulitzer e Medalha Presidencial da Liberdade, outorgada pelo
Governo dos Estados Unidos da América:
"...The authority of the clergy over
Genevese life was exercised through a
Consistory or Presbytery composed
of five pastors and twelve lay elders, all chosen by the Council. Calvin held power as the head of this
Consistory; FROM 1541 TILL HIS DEATH IN 1564 HIS VOICE WAS THE MOST
INFLUENTIAL IN GENEVA."
TRADUZINDO
"...A autoridade do clero sobre a vida dos
genebrinos era
exercida através de um Consistório ou Presbitério composto
por cinco pastores e doze anciãos, todos escolhidos pelo Conselho. Calvino detinha poder como
chefe desse
consistório. De 1541 até sua morte em 1564 sua
voz era a mais influente em genebra."
"...Outside of this Church there is no
salvation. The ideal
government will be a theocracy, and the
Reformed Church should be recognized as the voice of God. All the
claims of the popes for the supremacy of the Church over the state were renewed
by Calvin for his Church."
TRADUZINDO
"...Fora desta Igreja não há salvação.
O governo ideal é a teocracia,
e a Igreja reformada deve ser
reconhecida como a voz de Deus. Todas as
pretensões dos Papas pela supremacia da Igreja sobre o Estado foram renovadas
por Calvino em prol de sua Igreja."
"Should anyone come after the sermon has
begun, let him be warned. If he
does not amend, let him pay a fine of
three sous." No one was to be excused from Protestant services on the plea of having a different or
private religious creed; Calvin was as thorough as any pope in rejecting
individualism of belief."
TRADUZINDO
"...Se
alguém chegasse atrasado ao sermão, seria
advertido ou admoestado. Se não se emendasse, teria de pagar multa. Ninguém poderia se eximir das atividades
religiosas protestantes sob o pretexto
de terem ou adotarem credo ou crença diferente. Calvino era tão radical quanto
qualquer papa em se tratando de rejeição à crença individual."
"...Let
us pray with humility and faith, he tells us, and our prayers will be answered;
the prayer and the answer were also decreed."
TRADUZINDO
"...Dediquemo-nos
à oração com humildade e fé, ele diz, e
nossas orações serão respondidas: a
oração e a resposta foram também decretadas."
NOTA:
Se a oração e a resposta foram decretadas, seria
possível a alguém "se dedicar"(sic) ao cumprimento daquilo que
infalivelmente haveria de se cumprir por força de um decreto.
"...Persistent absence from Protestant services, or
continued refusal to take the Eucharist, was a punishable offense. Heresy again became an insult to god and
treason to the state, and was to be punished with death."
TRADUZINDO
"...a ausência persistente às atividades
religiosas, ou a recusa continuada ao recebimento da eucaristia ou ceia, representava
uma ofensa passível de punição. A
heresia, uma vez mais, tornou-se um insulto a Deus e traição ao Estado, e
deveria ser punida com a morte."
"...Between 1542 AND 1564 FIFTY-EIGHT
PERSONS WERE PUT TO DEATH, AND SEVENTY-SIX WERE BANISHED, for
violating the new code. Here, as elsewhere, witchcraft was a capital crime; in
one year, on the
advice of the Consistory, fourteen alleged witches were sent to the stake on the
charge that they had persuaded Satan to afflict Geneva with plague."
TRADUZINDO
"...Entre 1542 e 1564 cinquenta e oito
pessoas foram executadas e setenta e seis foram banidas
por
violação do novo código. Lá, como em outros lugares, a bruxaria configurava
crime capital. Em determinado ano, por influência do Consistório, quatorze supostas bruxas foram amarradas e
mortas em estacas sob acusação de que haviam persuadido
Satã para que afligisse Genebra com pragas ou pestes."
"...A
woman was jailed for arranging her hair to an immoral height. Children
were to be named not after saints in the Catholic calendar but preferably after Old
Testament characters; an
obstinate father served four days in prison for insisting on naming his son
Claude instead of Abraham."
TRADUZINDO
"...Uma mulher foi
presa por pentear seu cabelo de uma maneira ou numa altura imoral. Nomes de
crianças obrigatoriamente tinham de ser escolhidos entre aqueles do Velho
Testamento. Um pai teimoso foi posto na prisão por quatro dias por
insistir em dar ao seu filho o nome de Cláudio em vez de Abraão."
"...To speak disrespectfully of Calvin or
the clergy was a crime. A first violation of these ordinances was punished
with a reprimand, further violation with fines, persistent violation with
imprisonment or banishment. Fornication
was to be punished with exile or drowning; adultery, blasphemy, or idolatry,
with death. In one extraordinary instance a child was beheaded for striking its
parents. In the years 1558-59 there were 414 prosecutions for
moral offenses; between 1542 and 1564 there were seventy-six banishments and
fifty-eight executions."
TRADUZINDO
"...Fazer
referências desrespeitosas a Calvino ou ao clero era crime. Uma primeira
violação punia-se com reprimenda; na reincidência aplicavam-se multas, havendo persistência, prisão
ou banimento. A
fornicação era punida com exílio ou afogamento; o adultério, a blasfêmia ou a
idolatria, com a morte. Em determinado caso, uma
criança foi decapitada por ter golpeado seus pais. No
intervalo entre 1542 e 1564 houve setenta
e seis banimentos e cinquenta e oito execuções."
No contexto da narrativa estampada na citada
Obra Literária do premiado escritor e historiador Will Durant, constata-se que João Calvino, ao acusar ferozmente Miguel Serveto de haver perpetrado "crime imperdoável", serviu-se ou apoiou-se em
passagens Bíblicas da Antiga Aliança ou da Lei Mosaica, como Deuteronômio
13:5-15, 17:2-5, Êxodo 22:20 e Levítico 14:16.
Nesse sentido, observe os seguintes registros (The
Story of Civilization, de Will Durant - Prêmio Pulitzer e Medalha Presidencial
da Liberdade, outorgada pelo Governo dos Estados Unidos da América):
"...Calvin quoted the ferocious decrees of
Deut. 13:5-15, 17:2-5; Exodus 22:20; and Lev. 24:16, and argued from them with
truly burning eloquence: '...There is no question here of man's authority; it
is God Who speaks, and it is clear what law He would have kept in the Church
even to the end of the world. Wherefore does He demand of us so extreme
severity if not to show us that due honor is not paid Him so long as we set not
His service above every human consideration, so that we spare not kin nor blood of any, and forget all humanity when
the matter is to combat for His glory?"
TRADUZINDO
"...Calvino
invocou como suporte os ferozes decretos contidos em Deut 13:5-15, 17:2-5,
Êxodo 22:20 e Lev 24:16,
e
a partir deles argumentou com flamejante eloquência, bradando assim:
"...Não
se pode aqui questionar a autoridade do homem, pois é Deus quem fala, e é
claro qual a lei que Deus manteve na Igreja até o
fim do mundo. Portanto,
Ele exige de nós extrema severidade de modo a mostrar-nos a devida honra que
deve a Ele ser deferida e que Seu serviço esteja acima de qualquer humana
consideração, de tal
maneira que não
poupemos nem familiares nem o sangue de ninguém, e esqueçamos toda a humanidade
quando se trate de combater para a glória de Deus."
"...Calvin wrote to Farel (February 13, 1546):
"Servetus has just sent me a long volume of his ravings. If I consent he
will come here, but I will not give my word, for should he come, if my
authority is of any avail, I will not suffer him to get out alive."
TRADUZINDO
"......Levando Calvino a escrever a Farel (13 de fevereiro de 1546)
o seguinte: 'Serveto acaba de me enviar um grosso volume contendo seus
delírios. Se eu consentir ele virá aqui, mas não empenharei minha palavra,
porque se ele vier e se minha autoridade for de alguma valia, não permitirei
que ele daqui saia vivo."
Especificamente em relação à inverdade sobre
a execução cruel e desumana de Miguel Serveto (queimado vivo amarrado a uma
estaca), veja abaixo a narrativa fiel dos
acontecimentos.
Ao contrário do que maldosamente se propaga
no âmbito do segmento religioso calvinista, João Calvino, além de tê-lo
ameaçado ou jurado de morte (conforme transcrição acima), cumpriu à
risca essa ameaça, mandando prendê-lo em pleno culto religioso,
lançando-o em prisão fétida e repleta de piolhos, e acusando-o de "imperdoável heresia"(sic)
consistente em ter uma opinião diferente a respeito da Trindade e do Batismo de
Crianças.
Também não é verdade aquilo que comumente se propaga
no sentido de que João Calvino houvesse tomado a iniciativa de pedir ao
Conselho que, em vez de queimar vivo Miguel Serveto, simplesmente o
decapitasse. A realidade nisso tudo foi que Miguel Serveto (ele mesmo) pediu a
Calvino que, em vez de "assado
vivo", fosse decapitado. a partir, então, desse pedido de Serveto
foi que Calvino tentou essa "generosidade"
junto ao tal Conselho de Genebra, mas não obteve sucesso.
A esse respeito, confira a seguir o extrato do livro
The Story of Civilization, de Will
Durant (Prêmio Pulitzer e
Medalha Presidencial da Liberdade, outorgada pelo Governo dos Estados Unidos da
América), Sexto
Volume:
"...When Servetus heard the sentence, says
Calvin, 'he moaned like a madman, and... beat his breast, and bellowed in
Spanish, Misericordia! Misericordia!' He asked to talk with Calvin; he pleaded
with him for mercy; Calvin offered no more than to give him the final
consolations of the true religion if he would retract his heresies. Servetus
would not. He asked to be beheaded rather than burned; Calvin was inclined to
support this plea, but the aged Farel, in at the death, reproved him for such
tolerance; and the Council voted that Servetus should be burned alive. The
sentence was carried out the next morning, October 27, 1553, on the hill of
Champel, just south of Geneva. On the way Farel importuned Servetus to earn divine
mercy by confessing the crime of heresy; according to Farel the condemned man
replied, "I am not guilty, I have not merited death"; and he besought
God to pardon his accusers. He was fastened to a stake by iron chains, and his
last book was bound to his side. When the flames reached his face he shrieked
with agony. After half an hour of burning he died."
TRADUZINDO
"Quando Serveto ouviu a sentença, diz Calvino, 'ele gemeu como um
louco, bateu no peito e berrou em Espanhol: 'Misericórdia! Misericórdia! Ele
pediu para falar com Calvino e implorou por clemência. Calvino ofereceu-lhe não
mais que a consolação da religião verdadeira se ele se retratasse de suas
heresias. Serveto não quis. Pediu para ser decapitado em vez de queimado
vivo. Calvino mostrou-se inclinado a apoiar esse pedido,
mas Farel reprovou-o por tal tolerância, e o Conselho votou no sentido de que
Serveto deveria ser queimado vivo. A sentença foi executada na manhã seguinte,
em 27 de outubro de 1553, na colina de Champel, ao sul de Genebra. No caminho,
Farel importunava Serveto para obter a clemência divina confessando o crime de
heresia. De acordo com Farel, o condenado replicou: 'Eu não sou
culpado, eu não sou merecedor da morte'; e suplicou a Deus o perdão para seus
acusadores. Ele foi
amarrado a uma estaca com correntes de ferro, e seu último livro preso ao seu
lado. Quando as chamas alcançaram seu rosto, ele gritava de agonia. Após
meia hora sendo consumido pelas chamas, ele morreu."
Fica, pois, evidenciado que João Calvino, longe de qualquer dúvida, fora o responsável direto pela prisão, pela acusação, pelo processo, pela
condenação e pela morte horrorosa de Miguel Serveto.
Por conseguinte, no que concerne ao cidadão
João Calvino, e tomando-se em conta a história tal como
fielmente apresentada, deve-se enfatizar que:
Ser piedoso,
ou, mais exatamente, ser cristão piedoso,
no inconfundível sentido Bíblico, é ser manso,
é ser abnegado, é ser humilde, é ser amoroso, é amar o próximo,
é preservar o próximo, é honrar a Deus.
RESSALVA
IMPRESCINDÍVEL: Obviamente
(necessário dizer), não estou aqui (longe de mim) a levianamente proferir
julgamento sobre João Calvino, mas simplesmente tratando de desfazer as
maquiagens tronchas e lamentáveis ou lamentavelmente desfiguradoras e que, por
isso mesmo, induzem e têm induzido pessoas ao erro.
Se João Calvino foi um Homem de Deus na acepção
Bíblica, se João Calvino foi Santo, se João Calvino foi Sumo Teólogo, se João
Calvino foi Expoente, se João Calvino foi Erudito, se João Calvino foi
Admirável, se João Calvino foi Herói etc. etc., não me cabe a mim dizê-lo, nem
tenho o menor interesse nisso. Meu
objetivo, repito, é lidar com fatos. E os fatos falam por si mesmos.
Não há como passar despercebido
que, longe (muito longe) dos
ensinamentos Bíblicos, o
próprio João Calvino preconizava abertamente a pena
de morte para todos aqueles que, aos seus olhos, fossem reputados como hereges
ou blasfemos. Eis, abaixo, transcrição textual do que ele disse a esse respeito,
extraída do livro "História da Igreja
Cristã", Philip Schaff, vol. VIII, pág. 668:
"...Whoever
shall now contend that it is unjust to put heretics and blasphemers to death
will knowingly and willingly incur their very guilt." (John Calvin)
"...Quem agora argumentar que é injusto matar
hereges e blasfemadores estará conscientemente e voluntariamente incorrendo na
própria culpa daqueles." (João Calvino)
Vê-se, portanto, que, na prática, João Calvino decidiu dar "nova redação"(sic) à Passagem
Bíblica de Tito 3:10, ou seja:
Eis o que a Bíblia
exprime:
"Ao homem herege,
depois de uma e outra admoestação, evita-o."
(Bíblia: Tito 3:10)
E,
abaixo, o que João Calvino, no cotidiano de Genebra, optou por "mudar" na Palavra de Deus:
"Ao homem herege, depois de uma e
outra admoestação, mata-o."
(João Calvino)
Ele reafirma tal
disposição de ânimo também no seu conhecido livro "Institutas da Religião Cristã", como em outra parte
deste texto ficou demonstrado.