O curso e contexto da existência de todos os seres humanos
consiste em uma série ininterrupta de repetições de pensamentos, de palavras, de
hesitações, de atos, de gestos, de alegrias, de tristezas, de desatinos, de
enfermidades, de frustrações, de realizações grandes e pequenas, de nobreza, de
vileza, de idas e vindas. Regressamos incessantemente às mesmas vaidades, tropeçamos nas mesmas
contradições e cultivamos o antigo egoísmo
Tudo isso ao som das mesmas músicas disfarçadas por diferentes
letras, demonstrando, quiçá, alguma empatia pela agonia óbvia da humanidade, ouvindo
os mesmos e embotados discursos, assistindo às tragédias nossas de cada dia.
Geramos filhos e a eles nos dedicamos com esmero. Envelhecemos rapidamente, abstraídos das marcas de nossos rostos e ainda ávidos por novas repetições que nos tragam alento na já claudicante fase de vida.
Geramos filhos e a eles nos dedicamos com esmero. Envelhecemos rapidamente, abstraídos das marcas de nossos rostos e ainda ávidos por novas repetições que nos tragam alento na já claudicante fase de vida.
Em meio a todas essas variantes que nos conduzem por largos dias e
elásticas décadas, surge ao longo do caminho, sem que queiramos ou desejemos,
uma espécie de interruptor ao qual se dá o nome de morte e que nos arrebata essa tão fortemente
acalentada necessidade de permanecermos absorvidos em nosso cortejo de
repetições cotidianas.